A verdade é que se trata de uma equação cruel.
Para ser combatido, o estupro precisa ser exposto.
Mas a exposição, hoje, só vem quando o crime foge do “comum”.
Quantos casos como o estupro coletivo ocorrido no Rio são necessários para o tema ganhar espaço definitivo nas rodas de conversa?
Quantas atrocidades como as do Piauí até ocorrer uma mudança na forma de encarar o problema?
Quantas vítimas como a indiana Jyoti Singh, morta aos 23 anos após ser estuprada por seis homens a ponto de ter os intestinos arrancados, para calar o “estava pedindo”?
A sociedade precisa mesmo de mais mártires?
Há a necessidade de mais mortes – e não apenas no sentido literal?
Da forma como lidamos até agora, sim.
Da forma como se quer tratar a questão daqui para frente, não.