Imagine a seguinte situação: você é bombeiro especializado em resgates no mar. Assiste pela TV à maior crise humanitária desde a Segunda Guerra Mundial. Vê imigrantes e refugiados em botes precários à deriva nos mares Egeu e Mediterrâneo. Então decide agir. Deixa a família de lado, abre mão das férias e parte para ajudar a salvar vidas, sem pedir ou esperar nada em troca.
Você chega a Lesbos, a ilha grega que é um dos epicentros da crise migratória. Durante a madrugada, recebe a chamada de outra ONG (organização não-governamental): um barco com refugiados vindo Turquia foi avistado perto da costa. A mensagem é um pedido de ajuda. A ideia é se juntar à embarcação que iria ao Egeu para fazer o resgate. Quantas vezes você pensaria antes de tomar uma decisão?
Pois Manuel Blanco, Julio Latorre e José Enrique Rodriguez não pensaram duas vezes. Os bombeiros de Sevilha, Espanha, membros da ONG Proem-Aid, referência em resgates marítimos, se uniram ao moldavo Salam Aldeen e ao dinamarquês Mohammad Abbassi, respectivamente líder e membro da ONG Team Humanity, rumo à escuridão do Egeu na madrugada de 14 de janeiro de 2016.