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Como a inteligência artificial pode ajudar a combater mudanças climáticas

Visão da destruição generalizada deixada pelo furacão Michael em Mexico Beach, na Flórida - Johnny Milano/The New York Times
Visão da destruição generalizada deixada pelo furacão Michael em Mexico Beach, na Flórida Imagem: Johnny Milano/The New York Times

do TAB, de São Paulo

25/06/2019 17h55

O mundo mudou muito nos últimos anos e, com ele, o clima também. Na tentativa de amenizar o problema, pesquisadores referência do tema lançaram um artigo sobre como a inteligência artificial pode ajudar a controlar os efeitos das mudanças climáticas no planeta.

Ao lado de especialistas do Google, da Microsoft e de grandes universidades americanas, o trabalho sugere 13 usos da IA que vão desde monitoramento do meio-ambiente com máquinas até a criação de modelos complexos do clima da Terra para prever mudanças futuras.

Os especialistas alertam, no entanto, que a tecnologia em si sozinha não é suficiente. "As tecnologias que poderiam reduzir as mudanças climáticas estão disponíveis há anos, mas não foram adotadas em larga escala pela sociedade. Esperamos que a linguagem das máquinas seja útil para reduzir os custos associados à ação climática, mas a humanidade também deve decidir agir", escrevem os autores.

Entre as principais contribuições da inteligência artificial apontadas pelo artigo estão as seguintes:

  • Criação de melhores sistemas de energia: Uso de algoritmos para prever a demanda de energia em tempo real e a longo prazo, levando em conta os padrões climáticos locais e o comportamento dos usuários. A tecnologia pode ajudar a integrar melhor o sistema de geração e demanda de eletricidade para evitar o desperdício e pensar soluções mais sustentáveis.
  • Descoberta de novos materiais: As máquinas podem descobrir novos materiais sustentáveis de forma muito mais rápida. A inteligência artificial pode encontrar e projetar novas estruturas químicas para criar combustíveis solares, por exemplo, ou identificar absorventes de dióxido de carbono e até encontrar substitutos para o aço e para o cimento, cuja produção emite gases de efeito estufa.
  • Monitorar o desmatamento: Imagens de satélite e inteligência artificial podem controlar o avanço do desmatamento das florestas, que causam piora no quadro climático do planeta. Com controle maior, é possível tentar diminuir atividades de desmatamento ilegais.
  • Prever catástrofes climáticas: Um modelo inteligente do clima terrestre pode ajudar a prever eventos climáticos catastróficos, como furacões.
  • Tornar o transporte mais eficiente: Boa parte da emissão de gás carbônico é causada pelo setor de transporte. Com ajuda da IA, seria possível calcular a eficiência dos atuais meios de transporte e pensar soluções livres de emissões de gases, como transportes por trilhos. O uso de carros movidos a bateria e eletricidade também é citado no estudo, apesar da tecnologia ainda não estar aperfeiçoada hoje.
  • Tornar a agricultura mais precisa: Robôs e máquinas podem ajudar fazendeiros a prever melhor quanto será necessário plantar para reduzir o desperdício e reduzir o uso de fertilizantes e agrotóxicos.
  • Empoderar indivíduos para reduzir emissão de gases. Segundo os autores do estudo, a IA pode ajudar a calcular quanto cada pessoa é responsável pelas mudanças climáticas e oferecer soluções para pequenas mudanças que podem ajudar o planeta.