Enfim humanos

# 63
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Cérebro eletrônico

Texto Bárbara Stefanelli Design Denise Saito

Robótica já não é mais exclusividade das linhas de montagem das fábricas e cada vez mais os avanços da computação cognitiva fazem com que os autômatos tomem suas próprias decisões. Essas novas máquinas ampliam o conhecimento humano, mas ao mesmo tempo tornam desleal a competição no mercado de trabalho. Em um mundo em que cada vez mais os androides ganham vida própria, como fazer para tornar esses mecanismos aliados dos humanos?

Sem falha de memória

E

E se este TAB fosse escrito por um robô? Softwares cada vez mais avançados estão produzindo notícias para publicações como "Los Angeles Times" e "Forbes". No caso do jornal californiano, três minutos após um terremoto a notícia sobre o abalo já estava no ar, revelando onde, quando e de qual magnitude havia sido o tremor. Ao final, a reportagem trazia sua fonte: "A informação é do Serviço de Notificação de Terremotos do Instituto de Pesquisas Geológicas dos EUA e este post foi criado por um algoritmo".

Esses textos ainda não passam de boletins que elencam dados sobre a bolsa de valores ou trazem o resultado de algum jogo, mas do jeito que caminham os avanços da chamada computação cognitiva, será possível a publicação, em breve, de extensas reportagens escritas por algoritmos. As novas máquinas aprendem sozinhas, são capazes de tomar decisões e estão invadindo ambientes nunca antes pensados para um robô, como a redação de um jornal. Já existem softwares que até escrevem poemas, histórias de ficção e criam músicas, provando que a mecanização não é mais exclusividade das linhas de montagem, habitualmente tomadas por trabalhos manuais e repetitivos.

A tecnologia também conhecida como "machine learning" (aprendizado automático, em tradução livre para o português) deixa a Siri, assistente pessoal da Apple, lá no fundão da sala de aula. O software de inteligência artificial da empresa de Steve Jobs tem respostas e função programadas, diferentemente do Watson, computador cognitivo da IBM, que aprende de forma autônoma e, em 2016, irá interagir com os clientes que ligarem para o serviço de atendimento telefônico do banco Bradesco, por exemplo. Watson também já trabalha como médico e advogado.

Mais que um repositório de informação, ele começou a ser programado em 2006 e foi apresentado ao mundo em 2011, durante o "Jeopardy", popular programa de perguntas e respostas da TV americana. Para a ocasião, o supercomputador leu todo o conteúdo da Wikipédia e venceu dois antigos recordistas da atração, Ken Jennings e Brad Rutter. "Não tinha como cadastrar todas as questões possíveis de serem perguntadas no 'Jeopardy'. Então ele tinha que ser capaz de aprender sozinho e responder a qualquer pergunta que fosse feita", conta Fabio Scopeta, líder de Watson na IBM Brasil.

Complexos algoritmos e mecanismos à parte, o executivo explica que o sistema tem três características básicas: entender a linguagem natural, seja qual ela for; aprender de forma supervisionada ou autônoma e, finalmente, gerar hipóteses e relações. Ou seja, pensar. "Tem um humano indo lá e falando para ele o que é verdade sobre um tema, ingerindo informações, fazendo upload de livros, de pesquisas. Mas ele também aprende sozinho, por experiência", diz Scopeta. O Watson fica mais confiante quando recebe um feedback positivo do usuário, mas perde o rebolado quando alguém fala que a resposta que ele encontrou não foi boa.

O fato é que ficamos muito bons para criar informações. Nos dois últimos anos, duplicamos a quantidade de informação gerada. Então algo como o Watson ajudaria a humanidade a lidar com essa grande explosão de dados

Fabio Scopeta, da IBM

Essas máquinas aprendem segundo regras muito próximas das que uma pessoa é submetida, conforme explica Alexandre Simões, professor de robótica e inteligência artificial da Unesp (Universidade Estadual Paulista). "Um ser humano aprende por reforço. Então se uma criança coloca a mão no fogo e sente dor, provavelmente não fará isso de novo. Mas se ela fez uma coisa boa e ganha um pirulito, repetirá a ação", afirma. Da mesma forma, uma máquina vai descobrindo o que é bom e ruim e, com o tempo, se aperfeiçoando.

Os frutos desses últimos avanços tecnológicos estão apenas começando a ser colhidos e a lista de benefícios é extensa. Mas como alerta Simões, "essas máquinas podem aprender a fazer coisas melhores do que nós e de formas diferentes, o que acaba gerando um impacto social e econômico". O desafio agora é definir a função dos humanos e dos robôs e administrar essa transição tecnológica, pois o último a sair nem precisará apagar a luz - já estará programada para desligar sozinha.

Da ficção para a realidade

Os filmes podem não colaborar para a reputação dos robôs, mas, fora das telas, programadores estão trabalhando para essas máquinas serem aliadas dos humanos

Robô ou escritor?

Você consegue diferenciar um texto feito por um humano daquele criado por um algoritmo? Faça o teste a seguir e descubra

Wall Street está otimista em relação a Rockwell Collins, que está programada para relatar seus resultados do terceiro trimestre na sexta-feira, 24 de julho de 2015. Analistas projetam um lucro de US$ 1,31 por ação, um aumento de US$ 1,19 por ação comparado a um ano atrás.

A notícia publicada no site da "Forbes" foi escrita pela plataforma Quill.

Homem
Máquina

Você começa acariciando a superfície lisa do celular para depois lidar com as curvas do corpo humano. O touchscreen é uma preliminar do desabotoar de calças. Mas engana-se quem imagina um paraíso carnal para a geração do milênio, X, Y, Z, "nativos digitais" e afins.

O trecho foi extraído do TAB #32 sobre Amor.

Homem
Máquina

Um terremoto de magnitude 4.4 foi reportado às 6h25 e foi sentido em uma grande faixa do Sul da Califórnia. De acordo com a USGS, o epicentro do temor aconteceu a cinco milhas de Beverly Hills, seis milhas de Santa Monica e seis milhas de West Hollywood

A notícia publicada no site do jornal "Los Angeles Times" foi escrita por um algoritmo elaborado pelo jornalista e programador Ken Schwencke.

Homem
Máquina

Quando, um dia, o guarda me disse que eu estava lá há cinco meses, acreditei, mas não compreendi. Para mim, era sempre o mesmo dia, que se desenrolava na minha cela, e era sempre a mesma tarefa que eu perseguia sem cessar.

O trecho foi extraído do livro "O Estrangeiro", de Albert Camus, publicado em 1942.

Homem
Máquina

A Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (TRPL4), informou após o fechamento do pregão desta terça-feira (15) que o Governo do Estado de São Paulo vendeu 7.117.930 ações preferenciais da companhia, o que representa 7,4% do total de papéis desta classe em circulação e 4,4% do capital social da empresa.

A notícia publicada no UOL é da agência InfoMoney.

Homem
Máquina

Apple Inc. (AAPL) reportou nesta terça-feira lucro líquido fiscal de US$ 18.02 bilhões no primeiro trimestre. A empresa com sede em Cupertino, Califórnia, disse que teve lucro de US$ 3,06 por ação. Os resultados superaram as expectativas de Wall Street. A estimativa média de analistas consultados pela Zacks Investment Research era de lucro de US$ 2,60 por ação.

A notícia publicada no Yahoo! foi gerada pela Automated Insight usando dados da Zacks Investment Research.

Homem
Máquina

Acho saudável ficar sozinho a maior parte do tempo. Ter companhia, mesmo a melhor delas, logo cansa e desgasta. Gosto de ficar sozinho. Nunca encontrei uma companhia mais companheira que a solidão. Em geral estamos mais solitários quando saímos e convivemos com os homens do que quando ficamos em nossos aposentos.

O trecho foi extraído do livro "Walden", de H.D. Thoreau, publicado em 1854.

Homem
Máquina

Em 2014, a UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles) lançou um estudo mostrando que 41% dos transgêneros norte-americanos já tentaram se suicidar. Você consegue imaginar o que é, desde muito cedo, não se identificar com o corpo que nasceu? A situação já é difícil por si só e, quando o ambiente não colabora para a diversidade, só tende a piorar.

O trecho foi extraído do TAB #50 sobre a neutralidade dos gêneros.

Homem
Máquina

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Mão de obra robótica

U

Um dos principais temores em relação aos robôs, em grande parte infligido pelos filmes de ficção científica, é o de que a criatura se vire contra o criador, de que as máquinas dominem o mundo. No entanto, o real perigo, esse sim mais próximo e iminente, é o de que esses robôs acabem tirando o seu emprego. Se o mercado já é normalmente competitivo, imagine então disputar uma vaga com softwares que não erram nem precisam de 13º salário ou férias.

No Vale do Silício, região da Califórnia conhecida pela alta concentração de empresas focadas em inovação científica e tecnológica, um dos negócios do momento são as start-ups de inteligência artificial. Gigantes como Google e Facebook já possuem seus departamentos na área. No início de janeiro, Mark Zuckerberg anunciou sua meta para 2016: construir um sistema de inteligência artificial que o ajude nas tarefas de casa. "Algo parecido com Jarvis, de 'Homem de Ferro'", escreveu em um post publicado na rede social que criou.

Já a montadora Toyota anunciou, em novembro de 2015, que investirá US$ 1 bilhão no setor, criando uma nova companhia que promete ser o maior laboratório de pesquisa do Vale, o TRI (Toyota Research Institute). A empresa acredita que "inteligência artificial tem um potencial significativo na criação de futuras tecnologias e na formação de uma indústria inteiramente nova". Durante o anúncio da nova divisão, Gill Pratt, diretor executivo e assessor técnico do TRI, disse que o principal objetivo do laboratório é melhorar a segurança e diminuir a probabilidade de um carro se envolver em acidentes. Em outras palavras: carros autônomos.

A estimativa é de que esses veículos cheguem ao mercado entre 2020 e 2025. A Uber, multinacional de motoristas particulares, também não quer ficar fora e, em setembro de 2015, doou US$ 5,5 milhões para o departamento de robótica e inteligência artificial da Universidade Carnegie Mellon, nos EUA. Ou seja, inclua também taxistas na lista de trabalhos que poderão ser executados por robôs. O mesmo se aplica aos condutores de caminhão.

Mas calma. Em entrevista ao TAB, Jerry Kaplan, cientista da computação e autor do livro "Humans Need Not to Apply" (Humanos Não Precisam se Candidatar, em tradução livre para o português), ressalta que a automação sempre torna a sociedade mais rica, o que, eventualmente, gera novos produtos, serviços e trabalhos. O problema é o período de transição. "Esse processo sempre leva ao desemprego. Na Revolução Industrial, por exemplo, as máquinas substituíram trabalhadores. Eventualmente, novos postos surgiram. Nessa época, a maioria das pessoas trabalhava com agricultura. Hoje, nos EUA, menos de 2% trabalham diretamente na área."

Para André Nassif, professor de Economia da Universidade Federal Fluminense e de MBA da FGV-RJ (Fundação Getúlio Vargas), toda revolução tecnológica radical ("aquela que tem implicações pelos próximos 50 ou 100 anos"), acaba impactando a economia e a cultura, já que também afeta os padrões de consumo. "Em curto e médio prazo, as revoluções que automatizam a produção tendem, de fato, a desempregar gente. Mas, em longo prazo, os impactos que elas desencadeiam nos demais setores são positivos", afirma.

Fazendo um paralelo com as Revoluções Industriais e os postos que foram tomados nas fábricas (aqueles com funções mais repetitivas), nesse futuro próximo a previsão é que ocorra o mesmo. "A automação cria empregos no outro extremo. Para cuidar de toda essa tecnologia vai ser necessário muito mais engenheiros, cientistas da computação, pessoas com alta formação. A grande diferença é que trabalhos de baixa qualificação são substituídos por postos que exigem alta capacitação. Daí a necessidade de ter um processo educacional muito mais eficaz do que existe hoje", diz o professor da Unesp Alexandre Simões. O negócio, por mais contraditório que pareça, é sair do automático.

Tropa de elite

E

Em novembro último, a Inteligência da França foi duramente criticada pela população e pela mídia por não prever os ataques do Estado Islâmico, que deixaram 130 mortos e cerca de 350 feridos. O país já havia sofrido, no início de janeiro, um duro golpe com o atentado à sede do semanário "Charlie Hebdo". Na ocasião, milhares de franceses foram às ruas para cobrarem uma ação contra o terrorismo. Ninguém imaginava que, apenas dez meses depois, o pior estava por vir.

Talvez essas máquinas superinteligentes pudessem. Vigiar cada suspeito de terrorismo é uma tarefa dispendiosa. Aí que entra a inteligência artificial. Para Michael Horowitz, especialista em segurança do FRPI (Instituto de Pesquisa e Política Internacional), máquinas que aprendem algoritmos podem ter um papel importante no combate ao terrorismo. "A computação cognitiva e a análise de dados fornecem outras ferramentas aos governos na hora de identificar e de aprender mais sobre ataques terroristas." Afinal, são muitos dados e pouca gente para decodificá-los.

Horowitz explica que a análise de eventos anteriores "treina" os algoritmos a identificarem situações em que ataques terroristas são mais ou menos prováveis. Mas ainda segundo ele, esses softwares não substituem os meios tradicionais de espionagem, pois são complementos. "A junção desses dados com o julgamento humano é que efetivamente ajudará a prever ou parar ataques."

Inteligência artificial, por si só, não irá prever ou acabar com os ataques terroristas, mas como uma ferramenta da espionagem, essas máquinas que aprendem algoritmos podem ajudar no entendimento dos ataques anteriores

Michael Horowitz, especialista em segurança

Em campo, robôs físicos já estão efetivamente desarmando bombas e salvando vidas. Afinal, para que mandar um policial desativar uma mina ou explosivo se um robô pode correr esse risco? Máquinas como essa já existem e podem poupar seres humanos de situações de risco. Só que ao mesmo tempo que existem autômatos programados para desarmar bombas, há máquinas sendo feitas justamente para jogá-las. São os robôs matadores.

Robôs ficção

Veja se consegue adivinhar qual é o robô da ficção apenas pela silhueta. Caso não saiba qual é a máquina que aparece na imagem, você pode recorrer três vezes às dicas abaixo

Usar dica

Este robô tem um parceiro inseparável e é fluente em milhões de línguas

Dicas usadas

Andrew"O Homem Bicentenário"
C-3PO"Guerra nas Estrelas"
Ava"Ex-Machina"
Usar dica

Este robô é bem prático e racional, mas com o tempo é capaz até de amar

Dicas usadas

EVA"Wall-E"
Marvin"O Guia do Mochileiro das Galáxias"
Baymax"Big Hero"
Usar dica

A primeira diretriz deste robô é proteger inocentes e manter a lei

Dicas usadas

T-800"O Exterminador do Futuro"
Sonny"Eu, Robô"
Oficial Murphy"Robocop"
Usar dica

Este simpático robô apareceu pela primeira vez nos quadrinhos japoneses

Dicas usadas

Rodney"Robôs"
David"A.I.: Inteligência Artificial"
Toby"Astro Boy"
Usar dica

Esta humanoide era a estrela de uma série de TV dos anos 80

Dicas usadas

Vicky"Super Vicky"
Rose"Os Jetsons"
Ava"Ex-Machina"
Usar dica

Este foi o primeiro robô humanoide a aparecer nas telas do cinema

Dicas usadas

Bender"Futurama"
Maria"Metropolis"
Andrew"O Homem Bicentenário"
Usar dica

"Hasta la vista, baby" é a frase mais célebre deste robô

Dicas usadas

Sonny"Eu, Robô"
Rodney"Robôs"
T-800"O Exterminador do Futuro"
Usar dica

Este pequenino robô mede apenas 67 centímetros

Dicas usadas

BB-8"Guerra nas Estrelas"
R2-D2"Guerra nas Estrelas"
Wall-E"Wall-E"

Você acertou de 8

Há máquinas por aí que sabem muito mais do que você. Se cuide!

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Seu conhecimento sobre os robôs da ficção é mediano. Mas saiba que há máquinas por aí que sabem muito mais do que você. Se cuide!

Fazer novamente

Você acertou de 8

Você conhece bem os robôs da ficção e provavelmente não vê a hora de encontrar essas máquinas perambulando por aí.

Fazer novamente

Parem as máquinas!

A

A polêmica em torno dos robôs matadores tem mobilizado membros do mais alto escalão da comunidade científica e tecnológica. O físico Stephen Hawking é um dos principais nomes que teme os avanços da robótica e é categórico ao afirmar que o desenvolvimento da inteligência artificial poderia ser o "fim da raça humana". Segundo o britânico, os humanos, por serem limitados pela evolução biológica lenta, seriam desbancados por esses sistemas. E olha que ele próprio conta com a ajuda de uma supermáquina para se comunicar.

Durante a Conferência Internacional sobre Inteligência Artificial, realizada em julho de 2015 em Buenos Aires, mais de mil cientistas e pesquisadores, incluindo Hawking, publicaram uma carta aberta que pedia o fim das armas autônomas. "A pergunta central para a humanidade hoje é se devemos iniciar essa corrida armamentista ou impedir que ela comece", diz um trecho do abaixo-assinado. Atualmente, a petição tem mais de 20 mil signatários - Steve Wozniak, co-fundador da Apple, e Elon Musk, criador do PayPal e da SpaceX, empresa de transporte espacial, são outros nomes de peso que também aderiram ao movimento.

Noel Sharkey, cientista da computação britânico, também é contra a tecnologia e lançou lá em 2012 a campanha "Stop Killer Robots" (parem os robôs matadores, em português). Para o TAB, o professor afirmou que é "veementemente contra o uso de armas autônomas". "Essas são armas que, uma vez lançadas, podem selecionar e atacar os alvos com força brutal e sem supervisão humana", afirma. É o que faz a Super aEgis II, por exemplo. A arma-robô sul-coreana, por meio de sensor térmico, é capaz de atingir um alvo localizado a três quilômetros de distância.

Para o cientista da computação, estamos dando os primeiros passos rumo a automação completa das guerras. "Se o desenvolvimento e uso destes recursos não forem proibidos por tratados internacionais haveria rapidamente uma corrida armamentista. E a tecnologia poderia desencadear guerras com muita rapidez, reduzindo o limite para entrar em um conflito, porque não seria necessário ter tropa em campo." Sharkey ainda prevê que o mundo possa virar um "campo de batalha contínuo", já que essas armas poderiam ser deixadas permanentemente no local, o que não ocorre com humanos.

Mas também há quem relativize a questão, argumentando que máquinas como essas evitariam mortes em campo. "A tendência é ter menos baixas. E acredito que os conflitos seriam resolvidos sem envolvimento humano. Não vejo com pessimismo", diz Marco Antônio Meggiolaro, que coordena a RioBotz, equipe de robôs de combate da PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio). Para ele, este futuro, além de inevitável, já é realidade e não tem como ficar de fora. "As potências já estão construindo esses robôs. Se não desenvolverem, alguém vai desenvolver contra elas", afirma.

Monte seu robô

Responda as perguntas abaixo para ver qual tipo de robô combina mais com seu perfil e compartilhe o resultado:

Qual dos robôs da ficção você mais gosta?

Wall-E, da animação da Pixar "Wall-E"
R2-D2, da saga "Star Wars"
Rose, do desenho "Os Jetsons"

Qual tarefa abaixo você tem mais preguiça de fazer?

Limpar a casa
Formatar e fazer backup do computador pessoal
Qualquer uma que demande muita interação com pessoas, tipo festas de aniversário

Qual dessas máquinas que já existem você compraria?

Drone da Amazon que realiza entregas
Asimo, robô da Honda que conversa usando inteligência artificial
iRobot Roomba, robô que aspira a casa sozinho

Você quer que seu robô seja de que cor?

Cinza
Verde
Laranja

Seu robô é o Faxina Droid

Você precisa de um robô que realize 100% as tarefas domésticas.

Seu robô é o Faxina Droid

Sua maior necessidade é de um robô que ajude nas tarefas domésticas, mas ele também precisa realizar algumas pendências mais burocráticas e racionais, como pagar as contas.

Seu robô é o Faxina Droid

Sua maior necessidade é de um robô que ajude nas tarefas domésticas, mas você também gostaria que a máquina fosse sua amiga nas horas vagas.

Seu robô é o Faxina Droid

Sua maior necessidade é de um robô que ajude nas tarefas domésticas, mas ele também precisa realizar algumas pendências mais burocráticas e racionais, como pagar as contas.

Seu robô é o Faxina Droid

Sua maior necessidade é de um robô que ajude nas pendências mais burocráticas e racionais, como pagar as contas, mas ele também precisa realizar algumas tarefas domésticas.

Seu robô é o Faxina Droid

Você precisa de um robô multitarefa, que ao mesmo tempo resolva pendências burocráticas, ajude nas tarefas domésticas e ainda seja companheiro.

Seu robô é o Faxina Droid

Sua maior necessidade é de um robô que ajude nas tarefas domésticas, mas você também gostaria que a máquina fosse sua amiga nas horas vagas.

Seu robô é o Faxina Droid

Você precisa de um robô multitarefa, que ao mesmo tempo resolva pendências burocráticas, ajude nas tarefas domésticas e ainda seja um amigo.

Seu robô é o Faxina Droid

Você precisa de um robô que seja seu melhor amigo, mas que ao mesmo tempo quebre aquele galho e também faça algumas tarefas domésticas.

Seu robô é o Expert Bot

Sua maior necessidade é de um robô que ajude nas tarefas domésticas, mas ele também precisa realizar algumas pendências mais burocráticas e racionais, como pagar as contas.

Seu robô é o Expert Bot

Sua maior necessidade é de um robô que ajude nas pendências mais burocráticas e racionais, como pagar as contas, mas ele também precisa realizar algumas tarefas domésticas.

Seu robô é o Expert Bot

Você precisa de um robô multitarefa, que ao mesmo tempo resolva pendências burocráticas, ajude nas tarefas domésticas e ainda seja um amigo.

Seu robô é o Expert Bot

Sua maior necessidade é de um robô que ajude nas pendências mais burocráticas e racionais, como pagar as contas, mas ele também precisa realizar algumas tarefas domésticas.

Seu robô é o Expert Bot

Você precisa de um robô que realize 100% as tarefas burocráticas e tecnológicas do dia a dia.

Seu robô é o Expert Bot

Sua maior necessidade é de um robô que ajude nas pendências mais burocráticas e racionais, como pagar as contas, mas você também gostaria que a máquina fosse sua amiga nas horas vagas.

Seu robô é o Expert Bot

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Seu robô é o Expert Bot

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Seu robô é o Migo Machine

Sua maior necessidade é de um robô que ajude nas tarefas domésticas, mas você também gostaria que a máquina fosse sua amiga nas horas vagas.

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Você precisa de um robô que seja 100% seu amigo e companheiro.

Aliados ou inimigos?

E

Enquanto uns produzem máquinas de guerra, outros pensam em como essas máquinas podem melhorar a vida dos humanos. Uma demonstração dos ganhos ocorreu na Copa de 2014, realizada no Brasil, quando o jovem paraplégico Juliano Pinto deu o pontapé inicial na Brazuca, bola oficial do torneio. Tudo com a ajuda de um exoesqueleto - dispositivo robótico que é ligado às pernas e quadril do deficiente. De lá para cá, a engrenagem já avançou tanto que agora já existem modelos controlados por pensamento.

Também na área da saúde, quem aparece é Watson, o já citado computador geniozinho da IBM. Capaz de relacionar e aprender diferentes dados, o sistema cognitivo está a todo vapor no Memorial Sloan-Kettering, conceituado hospital especializado no tratamento de câncer, em Nova York. "Por ser uma doença tão destrutiva, o câncer estimula muitos estudos. A quantidade de informação relativa a essa doença é enorme", diz Fabio Scopeta, da IBM. Não para Watson, que é capaz de "ingerir" toda a Wikipédia em poucos minutos.

Penso nos robôs como máquinas, nada mais que isso. Nós vivemos em paz com nossos carros e máquinas de alimento, não? O caminho certo para olhar essa questão é que nós usamos máquinas quando é benéfico para nós. Então enquanto as máquinas servirem nossas necessidades, não teremos robôs dominando por aí

Jerry Kaplan, autor do livro "Humans Need Not to Apply"

Com sua esperteza, o computador analisa o comportamento de cada medicação e tratamento, de acordo com o mapeamento genético do paciente. Ele também sabe que cada droga reage de modo diferente, conforme o indivíduo e o tipo de tumor em questão. "Não é uma perspectiva agradável pensar que o melhor médico do planeta é incapaz de absorver toda informação acerca desta doença e te dar o melhor tratamento possível para o seu caso", afirma Scopeta. Mas ele lembra o ponto fundamental: "toda mensagem por trás da computação cognitiva é a expansão do nosso poder cognitivo e não da substituição do ser humano".

Apesar dos temores e polêmicas em torno dessas máquinas, vale lembrar que o primeiro registro da palavra robô data da década de 1920, quando o escritor e dramaturgo tcheco Karel Capek lançou a peça "R.U.R", publicada no Brasil com o título "A Fábrica de Robôs". Na trama, um cientista descobre a fórmula capaz de dar vida a máquinas, que sem sentimentos e criatividade, passam a exercer todas atividades braçais e ganham o nome de robôs.

O termo foi criado pelo autor a partir do verbete "robota", que em línguas eslavas significa servidão, trabalho forçado. Ou seja, desde o início concebidos para atender aos nossos desejos, os androides continuarão dependendo da programação e inteligência das pessoas. Portanto, assim como este TAB, quem escreverá o futuro deles são os humanos. Então que a gente ao menos saiba o que está fazendo.

Bárbara Stefanelli

Editora-assistente do UOL. Não deseja ver robôs tirando vagas de humanos, mas bem que adoraria ter uma Rose dos "Jetsons" em casa

tabuol@uol.com.br

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Fonte: Honda e Royal Caribbean

Esta reportagem também contou com apoio de:

Denis Wolf, coordenador do grupo de pesquisa de carros autônomos do ICMC-USP (Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo); FEI, Faculdade de Engenharia Industrial; Gabriel Carneiro, crítico e pesquisador de cinema; Lara Gianotti, Quantum of the Seas; Rafael Parente, Toyota Brasil; Amanda Doiman e Kelly Bassi, IBM Brasil; Felipe Dreher, Computerworld;

é um conteúdo produzido semanalmente pela equipe do UOL. Nossa missão é entregar uma experiência única e interativa com conteúdo de alta qualidade, em formatos inovadores e com total independência editorial. TAB só é possível por causa do patrocínio de algumas marcas, que também acreditam em conteúdo de qualidade. We them big time.