Beleza roubada

# 41
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O cenário é Miami, Flórida (EUA).
O ano, 2007.

Os ocupantes do Rolls-Royce Phantom - dois franceses e o norte-americano Bob Clay - seguem para a marina onde fica o The Pelican, iate no qual embarcam com seis obras de arte roubadas. Clay então negocia com o dono do barco, um traficante colombiano,

a venda dos quadros por US$ 1,2 milhão a serem pagos com dinheiro, ouro e diamantes. Parece ficção, mas tudo isso realmente aconteceu. Só que não passou de uma encenação, bem ao estilo de uma trama hollywoodiana, para enganar os dois franceses.

Crime ostentação

TextoJuliana CarpanezDesignRené Cardillo

Vamos aos fatos. Bob Clay nunca existiu: seu nome verdadeiro é Robert Wittman, na época agente especial da equipe de crimes contra a arte do FBI, a polícia federal norte-americana. O traficante e todo o estafe daquele iate alugado - incluindo aí capangas, garçons, mulheres de biquíni e o capitão - eram oficiais disfarçados. As obras negociadas eram falsificadas e o Rolex usado por Clay, emprestado. Deixe toda a mentira de lado e sobrará apenas o objetivo de conquistar a confiança dos tais franceses e recuperar as obras de um célebre crime: o roubo em 1990 do museu Isabella Stewart Gardner, localizado em Boston (EUA).

Toda a história do barco era armação, como você agora sabe. Ainda assim é provável que esse monte de clichês descritos na biografia "Infiltrado", do próprio Wittman, venha à mente quando se pensa em roubo de obras de arte. Tanta ostentação faz parte do imaginário, conforme a ficção nos ensinou. E o ator Pierce Brosnan parece ter feito um ótimo trabalho, nos convencendo da existência de ladrões tão competentes e nada violentos quanto Thomas Crown. Mas (olha o spoiler!) Crown não existe e, do lado de cá da tela, a realidade geralmente é outra. Bem menos glamourosa e também muito mais agressiva.

O maior crime contra a arte do Brasil, que coloca o país na oitava posição de uma lista global do FBI, é prova disso. Chegamos a esse ingrato ranking com o roubo do museu fluminense Chácara do Céu, em 2006, de onde foram levados quadros de Pablo Picasso, Salvador Dalí, Claude Monet e Henri Matisse. Na sexta de Carnaval, quando alguns funcionários do museu saíram mais cedo, quatro homens invadiram o local ainda aberto com metralhadoras, ameaçaram usar granadas e agrediram um vigia. Fugiram aproveitando a confusão carnavalesca em Santa Teresa. Quase 10 anos depois, as obras continuam desaparecidas.

Roubos históricos

Os criminosos de Santa Teresa não foram pegos, mas é improvável que hoje eles se sustentem com o roubo de quadros. Isso porque "ladrão profissional de arte" divide com "colecionador criminoso" o pódio dos grandes mitos nessa área. A informação tem pedigree: Noah Charney, professor de história da arte, autor de diversos livros e fundador da Arca (em inglês, a Associação para Pesquisa de Crimes contra a Arte). "Assim como o público, os ladrões aprendem com a cultura pop. Eles desconhecem a realidade e acabam perpetuando clichês", explica Charney, descrevendo um típico caso em que a vida imita a arte.

Por isso o disfarce ostentação do FBI faz tanto sentido. Quando encontram um negociante compatível com aquela imagem estereotipada, os ladrões negociam porque é aquilo que esperam. E, muitas vezes, vão presos nesse momento. Ao TAB, Robert Wittman contou que a frase "eu sabia!" era recorrente entre os criminosos, quando flagrados pelo agente disfarçado Bob Clay. Se realmente desconfiavam, eles deixavam-se enganar pela ganância e acabavam comprando a encenação exagerada dos oficiais. Pausa aqui para a risada maquiavélica.

As histórias espetaculares protagonizadas por ladrões mirabolantes são raríssimas (pero que las hay, las hay). Mesmo sem toda a inteligência e o requinte retratados nos filmes, esse tipo de crime causa grande estrago: perdas globais entre US$ 4 bilhões e US$ 6 bilhões a cada ano, segundo estimativas do FBI. É também citado entre os tipos mais comuns de tráfico, depois de drogas e armas. A organização internacional Interpol, entretanto, afirma não ser possível fazer uma medição precisa. Entre as dificuldades específicas ligadas à arte estão os roubos não reportados e o desafio em estabelecer o preço de uma obra.

Desafio

As obras ao lado fazem parte de uma lista com 13 peças desaparecidas - juntas, somam US$ 500 milhões. Elas foram levadas no maior roubo de arte particular da história, no museu Gardner (EUA), em 1990. A recompensa para quem ajudar a encontrá-las chega a US$ 5 milhões.

Cadê os quadros?

Elementos dessas seis peças foram espalhados pela página. Você consegue identificar onde eles estão?

Tente memorizar para identificá-las durante sua leitura.

O mais roubado

As chances de esta obra ser levada são maiores

"O Grito", do norueguês Edvard Munch, é considerado o quadro mais roubado da história. Mas não se trata de uma única obra: há quatro versões da pintura, feitas entre 1893 e 1910.

Duas foram levadas de museus noruegueses (1994 e 2004) e depois recuperadas. Uma delas foi leiloada em 2012 pelo recorde de US$ 120 milhões, quebrado só em 2015 por uma obra do espanhol Pablo Picasso (US$ 179 milhões).

Se o perfil profissa de Thomas Crown é exceção, quem são então os responsáveis por prejuízos bilionários? A resposta vem dividida em três grupos, sendo que o de menor peso é composto pelo ladrão de ocasião: aquele que rouba porque a oportunidade cai em seu colo. Passa, percebe a vulnerabilidade, leva. Ameaça maior vem dos "donos das chaves", pessoas com acesso privilegiado às obras - funcionários, especialistas, negociadores. Pesquisa feita em 2000 pelo FBI indica que 90% dos roubos a museus nos EUA tiveram algum tipo de ajuda interna.

Por fim aparecem as organizações criminosas, ligadas aos mais diversos tipos de atividades ilícitas. Compram e vendem armas, drogas, carros roubados e também arte, se assim convier. "Não importa o que fazem, importa se dá dinheiro. No quesito arte, muitos não sabem nem diferenciar um [vinho] Chardonnay de um [quadro do artista] Monet", compara Wittman. Os dois franceses do começo deste TAB, por exemplo, estavam ligados à máfia em seu país de origem. Não eram apenas bons vivants curtindo um passeio de barco em Miami.

Outra forma de associar crime e arte é com a lavagem de dinheiro. O MON (Museu Oscar Niemeyer), de Curitiba, recebeu cerca de 200 obras apreendidas na operação Lava Jato, sendo 131 delas do ex-diretor da Petrobras Renato Duque. Há indícios de que as peças tenham servido para maquiar contas: o mecanismo de compra e venda, baseado em valores muito subjetivos, faz da arte uma aliada na hora de camuflar dinheiro ilícito. Ficará a cargo do MON a avaliação da autenticidade dessas telas e também sua guarda até decisão da Justiça Federal.

Remate em forma de águia (1813 - 1814)
 

O roubo de arte ganha tons ainda mais sombrios quando se fala no financiamento do terrorismo - isso mesmo, terrorismo. Mohamed Atta, integrante da Al Qaeda que em 2001 chocou o primeiro avião contra as Torres Gêmeas, teria tentado sem sucesso vender antiguidades afegãs para um professor alemão. Segundo a BKA, agência federal alemã, seu objetivo era levantar dinheiro para comprar um avião. Suspeito. Em 2015, a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) lançou uma campanha para a preservação de patrimônios culturais do Iraque e Síria, que estão sendo saqueados, traficados e destruídos por radicais do Estado Islâmico.

Irina Bokova, diretora-geral da Unesco, diz que essas ações não representam só uma tragédia cultural. Segundo ela, os terroristas usam a destruição como arma de guerra, instrumento de propaganda e de desestabilização. De quebra, a negociação das antiguidades ainda gera dinheiro para financiar suas operações. É bem conhecida essa estratégia de roubar arte em nome do poder. Um caso emblemático foi levado às telas com o filme "Caçadores de Obras-primas", sobre um pelotão que recuperou durante a Segunda Guerra Mundial mais de 5 milhões de obras saqueadas por nazistas. Dessa vez, a história se inverteu e a arte imitou a vida.

Falsificar obra de arte também é crime, claro! Mas algumas falsificações são tão bem feitas que só mesmo sendo especialista para perceber. Você sabe quais das pinturas a seguir não são originais?

"Vase de Fleurs (Lilas)"
Paul Gauguin (1848 - 1903)

A cópia foi descrita à revista "New York", por uma especialista em Gauguin, como "um caso único de semelhança" e "a melhor falsificação do pintor já vista". Não se sabe quem pintou, mas o golpe foi de Ely Sakhai, dono de galeria em NY. Ele comprava obras originais, providenciava cópias e vendia as duas peças com certificado de autenticidade.

Crédito: Divulgação/Art Loss Register

"Rotes Bild mit Pferden"
Heinrich Campendonk (1889 - 1957)

Essa obra levou o falsificador alemão Wolfgang Beltracchi à prisão, em 2011. Detalhista e muito talentoso, ele geralmente usava produtos da época dos quadros originais e os vendia como sendo herança de sua mulher, Helena (que também foi presa). Hoje solto, Beltracchi admite ter falsificado 300 quadros: "O mercado teria comprado 2.000 deles".

Crédito: Divulgação/Art Loss Register

Autorretrato
Rembrandt (1606 - 1669)

A obra avaliada em US$ 36 milhões foi levada em 2000, do Museu Nacional na Suécia, em uma operação digna de filme - teve até explosão de dois carros-bomba e um barco usado para fuga. No livro "Infiltrado", o ex-agente de FBI Robert Wittman conta a saga para recuperar a pintura, pela qual os bandidos pediram US$ 250 mil.

Crédito: Divulgação

"Lavrador de Café"
Cândido Portinari (1903 - 1962)

A obra fica no Masp, de onde foi roubada em dezembro de 2007. Na ocasião, três homens arrombaram a entrada do museu, levando também o "Retrato de Suzanne Bloch", de Picasso. A ação durou três minutos, durante a madrugada. As pinturas foram achadas dias depois em uma casa em Ferraz de Vasconcelos (SP), e os ladrões foram detidos.

Crédito: Divulgação/Projeto Portinari

"Nu aux Papillons"
Raoul Dufy (1877 - 1953)

A obra desconhecida tinha autenticidade de um especialista renomado. Mas a polícia alemã descobriu tratar-se de uma fraude e registrou, no banco de dados da Art Loss Register, outras imagens de mesma procedência. Isso impediu que outra dessas pinturas falsas atribuídas a Dufy fosse vendida em 2015 por 150 mil libras (cerca de R$ 740 mil).

Crédito: Divulgação/Art Loss Register

Hannibal
Jean-Michel Basquiat (1960 - 1988)

Pertencia ao banqueiro Edemar Cid Ferreira e, segundo a "Folha de S.Paulo", vale até US$ 12 milhões. O quadro foi levado aos EUA e seria vendido, mas autoridades o recuperaram em 2015. Ele vai a leilão, e o dinheiro será usado para pagar dívidas. A "Folha" alertou para o sumiço da obra, que aparecia atrás de Edemar em foto da "IstoÉ Gente".

Crédito: Departamento de Justiça dos EUA/AFP

Estereótipos de cinema, crime organizado, terrorismo e vítimas abonadas acabam afastando esses roubos do público em geral. A não ser que seja fã de arte ou colecionador, sua reação ao crime pode conter um sonoro "e daí?" - aparentemente, aquilo não afeta sua vida. Mas afeta, sim. "Isso detona a história. Devemos nos empenhar para que as futuras gerações tenham essa história preservada, caso contrário seremos um país desmemoriado", defende René Zamudio Parisi, perito da Apejesp (Associação dos Peritos Judiciais do Estado de São Paulo) especializado em antiguidades e obras de arte.

Imagine então quando a romena Olga Dogaru contou, em 2013, ter queimado as sete telas roubadas por seu filho de um museu holandês - entre elas, Picasso, Monet e Matisse (mesmos pintores da Chácara do Céu). Ela voltou atrás no depoimento, apesar de as obras nunca terem sido encontradas. A Justiça condenou o bando à prisão e a pagar uma multa de 18 milhões de euros. Uma perda parecida aconteceu em 2010, quando levaram do Museu de Arte Moderna em Paris cinco pinturas avaliadas em 100 milhões de euros. Um Picasso dessa lista teria sido jogado fora e, na sequência, destruído por um compactador de lixo.

Além de serem destruídas e vendidas - às vezes para pessoas que desconhecem a procedência criminosa da peça -, as obras também podem ser sequestradas. Nesses casos, os bandidos estabelecem um valor a ser pago pelo proprietário, para que o item seja devolvido. Há ainda os casos em que a arte funciona como barganha para criminosos escaparem da prisão ou terem suas penas reduzidas: alivie a punição, e a humanidade poderá ver novamente aquele quadro famoso.

"A Tempestade no Mar da Galileia" (1633)
Rembrandt

"Autorretrato" (1634)
Rembrandt

Mesmo quando tudo dá certo para os bandidos, eles continuam tendo um problema. Ironicamente, o item roubado. Entra aqui uma equação complexa, na qual a fama pode atrapalhar a venda das obras mais conhecidas e valiosas. "O ladrão pensa mais em como roubar do que em como vender", resume Will Korner, da Art Loss Register, instituição responsável pelo maior banco de dados com arte perdida e roubada. Sua afirmação comprova a baixa incidência dos assaltos sob encomenda, realizados (nos filmes) por capricho de um ganancioso colecionador.

O lucro obtido de forma ilegal chega geralmente a 10% do valor de mercado, e a transação de peças famosas requer uma infraestrutura internacional. Tamanha dificuldade faz deste um crime para os mais pacientes, pois tanto a comercialização quanto a investigação podem levar anos - até décadas. E paciência, o agente aposentado Wittman já mostrou que tem. Hoje investigador independente, ele diz que gostaria de vir ao Brasil atrás das pinturas da Chácara do Céu. "Elas não foram vendidas, estão em algum no Rio ou no Brasil. Quem roubou ainda as esconde."

O controle sobre as obras desaparecidas ficou mais transparente com a criação de bancos de dados online, onde esses itens ficam cadastrados. O Ibram (Instituto Brasileiro de Museus) reforça a possibilidade de fazer pesquisas online antes de adquirir uma peça, evitando assim a compra de itens com procedência duvidosa. O próprio instituto tem um cadastro virtual com 141 bens desaparecidos de museus brasileiros, enquanto o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) lista na internet 1.647 bens culturais procurados.

No cenário internacional, a Interpol soma 45 mil itens e o Art Loss Register apresenta 440 mil peças nessa mesma situação, além de uma lista com possíveis falsificações. Este último banco de dados não é aberto ao público: a consulta é feita, mediante pagamento, pelos funcionários da própria instituição.

"Chez Tortoni" (1878 - 1880)
Manet

Ladrão de papel

Conheça a trajetória do homem que roubava livros

Laéssio Rodrigues de Oliveira ficou conhecido por comandar diversos roubos de livros valiosos em todo o Brasil. Preso há dois anos, cumpre pena em Hortolândia (SP).

Só em 2013, foi acusado de roubar uma coleção de 7.000 gibis raros em SP e livros valiosos no Centro de Ciências, Letras e Artes, em Campinas (SP).

Ele foi já preso algumas vezes. A primeira em 2004, quando estudava biblioteconomia. Na ocasião, foi denunciado por um livreiro que comprou dele "Medicina Brasiliensi", um livro de botânica escrito em 1648, por R$ 2.000. Avaliada na época em R$ 150 mil, a obra estava desaparecida do Museu Nacional, no Rio.

"O Concerto" (1658 - 1660)
Vermeer

"O Concerto" (1658 - 1660)
Vermeer

Não se trata de um perfil comum, claro, mas certamente há quem enxergue o roubo de obras de arte como uma atividade promissora. É isso o que mostra uma pesquisa feita em 2007 pelo doutor em economia Mauro Salvo, do Paraná. Seu interesse pelo assunto surgiu depois de ver muitos especialistas dizendo que essas peças não poderiam ser comercializadas, afirmação da qual ele discorda.

"Infelizmente, pode-se dizer que financeiramente esse crime compensa", avalia. Para chegar a essa conclusão, o pesquisador contrapôs o lucro que se pode obter com os riscos ligados à atividade - entram aí a possibilidade de ser pego e a pena a ser cumprida. A punição no Brasil equivale àquela de outros crimes contra o patrimônio: um a quatro anos para furto, quatro a dez anos para roubo (com agravantes, as penas máximas chegam até oito e 30 anos, respectivamente).

Salvo lembra o assalto à Pinacoteca de São Paulo, em 2008, quando os ladrões visitaram o local antes do crime para averiguar a segurança. Nessa ocasião e no dia do assalto, pagaram R$ 4 por cada ingresso e entraram como visitantes. "Fácil e barato", define. Mas a sorte mudou, e o saldo acabou negativo para os criminosos. As quatro obras avaliadas em R$ 1 milhão foram recuperadas e os três assaltantes, presos - um deles em 2011, por roubo a caixa eletrônico. O Deic (Departamento de Investigação Sobre o Crime Organizado) descartou uma ação por encomenda na Pinacoteca, pois os ladrões buscavam compradores. Só comprova a tese de que, como negociantes, esses criminosos são ótimos assaltantes.

"A Lady and Gentleman in Black" (1633)
Rembrandt

Uma possível solução seria tornar o roubo de arte menos vantajoso: ao aumentar o nível de proteção, crescem também os riscos para os ladrões. A Polícia Federal, responsável pelo combate a esse crime no país, aponta a precariedade dos sistemas de segurança como principal dificuldade. Além de melhorias físicas, a PF diz que as instituições deveriam investir mais no controle de entrada e saída dos visitantes, daqueles em contato com as obras e na implantação de ferramentas tecnológicas que contribuam para solucionar os casos (registro de dados, fotos e imagens, por exemplo).

Tanta estrutura requer investimentos muitas vezes inacessíveis, como é o caso das igrejas. Esse é um dos motivos que torna tão comum o roubo de arte sacra no Brasil - segundo levantamento feito nos anos 90 pelo Iphan, 60% do acervo religioso de Minas Gerais teria sido subtraído já naquela época. Atualmente, são procuradas 698 dessas peças. A missão fica com a Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais que, desde 2005, seu ano de criação, diz ter recuperado 600 obras.

Para o promotor Marcos Paulo de Souza Miranda, coordenador desse grupo, o Brasil está muito atrasado no combate ao crime em relação a outros países, inclusive os vizinhos. "Furtar a imagem sacra tombada de uma igreja ou uma galinha pode resultar na mesma pena, o que é um absurdo", condena Miranda, defensor de punições mais rígidas para ações contra o patrimônio cultural, independentemente de esses crimes basearem-se na eficácia de Thomas Crown, na violência da máfia ou na simplicidade do tal ladrão de galinhas.

Juliana Carpanez

Editora do UOL. Considera a eficiência de Thomas Crown forçadíssima mesmo para os padrões de Hollywood.

tabuol@uol.com.br

Tempo real

É preciso muito dinheiro - muito mesmo - se quiser adquirir obras de arte valiosas. Para dar uma ideia, comparamos a compra e venda de ações da Petrobras com os preços das pinturas mais caras já comercializadas.

Este é o valor movimentado pelas ações da Petrobras até

R$ 0,00

Veja quantas obras, em ordem crescente de preço, daria para comprar com o valor acima:

"Mao" (1973), Andy Warhol

R$

"L'odalisque, Harmonie Bleue" (1937), Henri Matisse

R$

"The Ring (Engagement)" (1962), Roy Lichtenstein

R$

"Nude, Green Leaves and Bust" (1932), Pablo Picasso

R$

"O Grito" (1895) , Edvard Munch

R$

"Women of Algiers (Version O)" (1955), Pablo Picasso

R$

"Os Jogadores de Cartas" (1890 ? 1892), Paul Cézanne

R$

"Nafea Faa Ipoipo" (1892), Paul Gauguin

R$

O valor das obras, em dólar, é convertido em tempo real durante a operação da bolsa.

Carregando informações

Resposta do desafio Descubra onde estão escondidas, nesta página, as obras roubadas do museu Gardner.

Remate em forma de águia - na moldura de "Abaporu", de Tarsila do Amaral.

"Autorretrato", Rembrandt - no braço direito da estátua "Davi", de Michelangelo.

"A Tempestade no Mar da Galileia", Rembrandt - atrás do pé esquerdo da estátua "Davi", de Michelangelo.

"Chez Tortoni", Manet - no canto inferior direito da obra "Autorretrato", de Van Gogh.

"O Concerto", Vermeer - ao lado de "Lata de Sopa Campbell", de Andy Warhol.

"A Lady and Gentleman in Black", Rembrandt - no estabelecimento da obra "Nighthawks", de Edward Hopper.

As colagens deste TAB têm como base as seguintes obras, em ordem de exibição: "Pelo Amor de Deus" (2007), Damien Hirst; "O Filho do Homem" (1964), René Magritte; "Composition with Double Line and Yellow" (1932), Piet Mondrian; "O Grito" (1893), Edvard Munch; "Abaporu" (1928), Tarsila do Amaral; "Mona Lisa" (1503 - 1506), Leonardo da Vinci; "A Persistência da Memória" (1931), Salvador Dalí ; "Davi" (1501 - 1504), Michelangelo; "Mulher Sentada" (1937), Pablo Picasso; "Autorretrato" (1887), Vincent van Gogh; "Lata de Sopa Campbell" (1962), Andy Warhol; "Standing Rib" (1962), Roy Lichtenstein; "O Nascimento de Vênus" (1484), Sandro Botticelli; "Nighthawks" (1942), Edward Hopper; "O Beijo" (1907 - 1908), Gustav Klimt.

Esta reportagem também contou com apoio de:

René Zamudio Parisi, Apejesp; Will Korner Art Loss Register; Bruno Pedersoli, câmera; Maryah Kay, edição de vídeo; Denis Pose, desenvolvimento.

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