Parada Histórica

A Covid-19 levou a tradicional Parada LGBT+ de São Paulo para a internet. Aqui a gente relembra momentos icônicos da maior marcha do orgulho gay do mundo

Arte/UOL
A primeira edição, em junho de 1997, ocupa a Av. Paulista e reúne 2 mil pessoas. A ideia era lembrar a Rebelião de Stonewall de 28 de junho de 1969, protestos que se seguiram à invasão policial a um bar em Nova York.
Divulgação
Ao longo dos anos 2000, o público na Paulista foi crescendo. Em 2003, 800 mil pessoas marcharam. Os números fizeram do evento o terceiro maior do mundo, atrás de San Francisco (EUA) e Toronto (Canadá)

"Os gays ensinam a gostar de São Paulo. O Dia do Orgulho Gay, na av. Paulista, é a mais importante manifestação de rua do Brasil. Supera, de longe, o Dia do Trabalho. E sem distribuir brindes, como fazem os sindicatos, para chamar o público"

Gilberto Dimenstein (1956-2020)
Texto publicado na Folha de S.Paulo em 22/6/2003
Juca Varella/Folha Imagem
Todo ano, a Parada escolhe um tema de reivindicação, e há espaço para manifestações políticas. Em 2011, o então deputado federal Jair Bolsonaro já era rechaçado pela comunidade LGBTQ+ por posicionamentos homofóbicos. Naquele ano, o Congresso vetou o material "Escola sem Homofobia". Bolsonaro, na tribuna, falava em "kit gay". O tema do ano foi "Amai-vos uns aos outros: basta de homofobia!"
Manifestante "vestido" de Jair Bolsonaro na Parada do Orgulho LGBT+ de 2011
Mastrangelo Reino/Folhapress
A Parada também é um momento lúdico, que dá visibilidade a todas as cores da comunidade -- o Carnaval da diversidade
Mastrangelo Reino/Folhapress

A ideia da parada é de, com alegria e comemoração, termos orgulho de ser quem somos, mas estamos falando das nossas reivindicações. A Parada não é contra o governo, é pelos nossos direitos

Claudia Regina
Presidente da Associação da Parada do Orgulho LGBT
Em 2013, a cantora Daniela Mercury assumiu o relacionamento com Malu Veçosa e fez um show na 17ª edição da Parada. Naquele ano, a comunidade protestava contra a nomeação do deputado federal Marco Feliciano (ex-PSC-SP) para a Comissão de Direitos Humanos da Câmara
Leandro Moraes/UOL

Se a gente já tirou um presidente, não é possível que o governo mantenha na comissão [Direitos Humanos] alguém que não nos representa. Vamos usar o nosso poder cotidiano, não deixando ninguém desrespeitar ninguém. Isso é ser cidadão

Daniela Mercury
Leandro Moraes/UOL
Em 2014, a Parada atraiu um público de 100 mil pessoas, e pedia o fim da violência contra a população LGBTQ+
Ben Tavener/Brazil Photo Press
Na Parada de 2015, a atriz transexual Viviany Beleboni causou polêmica com um protesto contra a LGBTfobia, em que simulava uma crucificação, no papel de Jesus Cristo
Avener Prado/Folhapress
Em 2017, ano seguinte ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, participantes da 21ª Parada pediam eleições diretas e a saída de Michel Temer. Naquele ano, o público nas ruas somou 3 milhões
Eduardo Anizelli/Folhapress
A cantora Pabllo Vittar foi uma das atrações da 22ª Parada. Em protesto, usou um figurino que exibia manchetes de violência contra pessoas LGBTQ+
Reprodução/Instagram/@pabllovittar
Eduardo Anizelli/ Folhapress
Com o tema "50 anos de Stonewall", a Parada de 2019 resgatou as origens do movimento LGBTQ+ pelo mundo e foi marcada por protestos contra o presidente Jair Bolsonaro
Getty Images
Em 2020, pela primeira vez, haverá uma versão online da Parada, que será transmitida no domingo (14) pelo YouTube. O público voltará às ruas em novembro.
Eduardo Anizelli/Folhapress
Divulgação
Publicado em 13 de junho de 2020.

Reportagem
Letícia Naísa

Arte
René Cardillo

Edição
Olívia Fraga

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