Começou por causa de 20 centavos e ainda não parou. E talvez não pare. Se por muito tempo a discussão política sobre urbanismo em São Paulo se restringiu a pontes ou saneamento básico, desde a década passada o uso do espaço público para os mais variados fins passou a ser alvo e palco de manifestações sobre como a população quer viver e usar a metrópole.
“O cidadão está muito mais atento à cidade do que estava antes. Ele sabe que não é vítima da cidade, que a cidade é o que ele define ser”, afirma José Armênio de Brito Cruz, presidente do departamento de São Paulo do IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil). “Felizmente ou infelizmente, a questão urbana ainda não é partidarizada”, completa, já prevendo um debate quente - e necessário - nas eleições municipais sobre pontos como lei Cidade Limpa, ciclovias, corredores de ônibus e restrições ao carro, só para citar alguns exemplos polêmicos.