Faltando dez segundos para o meio-dia, uma legião de jovens fazia uma contagem regressiva em frente à bilheteria do estádio Allianz Parque. Uma fila de gente a perder de vista pelas ruas da zona oeste de São Paulo aguardava ansiosamente para comprar ingresso para um show do BTS, banda pop sul-coreana - cuja cena é chamada de kpop - que chega pela quarta vez ao Brasil. Entre lágrimas, suor e gritos, a fila estava lotada de fãs que cantavam e dançavam no ritmo de "Boy With Love" e "Fake Love", grandes hits da banda que se apresenta nos dias 25 e 26 de maio. Algumas das fãs tinham acampado na fila.
Formada por sete garotos, o BTS (sigla para Bangtan Boys, que significa "garotos à prova de bala") conquistou o público adolescente da nova geração como os Beatles fizeram nos anos 1960, os Menudos nos anos 1980 e os BackStreet Boys nos anos 1990. Com clipes coloridos, cabelos e roupas estilosas, o grupo tem tudo o que uma boyband precisa: dança, ritmo e rostinhos bonitos.
Mas, além da histeria adolescente, o que faz as pessoas gostarem tanto assim de pop? O que tem a Coreia do Sul de tão impressionante para tocar os jovens corações de tantas nacionalidades? A resposta está mais relacionada à geopolítica e a um processo de construção histórica do que em um movimento espontâneo do mundo conectado.