A crise ambiental da Terra invadiu até os dicionários. "Emergência climática" foi eleito o verbete de 2019 pelo dicionário Oxford por seu uso ter aumentado mais de 100 vezes desde o ano passado. Do outro lado, seu rival Collins escolheu como expressão do ano "greve do clima", termo criado pela ativista sueca Greta Thunberg.
"Eu não deveria estar aqui. Deveria estar na minha escola. E vocês vêm até nós, jovens, para pedir esperança. Como vocês se atrevem?" A pergunta foi feita por Greta, uma garota de 16 anos em uma conferência da ONU, diante de dezenas de líderes mundiais. Ela ficou conhecida por atravessar o mundo em veleiros e trens para diminuir sua produção de carbono - também por desafiar os poderosos cara a cara.
#HowDareYou -- 'como vocês se atrevem', em português -- tornou-se trending topic no Twitter. É a palavra de ordem de um movimento que já dura um ano, e que levou milhões de pessoas em todos os continentes às ruas na última sexta. No mesmo dia da Black Friday e seu consumismo ilimitado e destrutivo, esses jovens lutavam por sextas-feiras que ajudem o futuro do planeta (o movimento de Greta se chama Fridays For Future). Lideradas por estudantes, elas ecoavam um movimento que nasceu em agosto de 2018, quando Greta decidiu não ir à aula numa sexta-feira. Trocou a classe pela escadaria do parlamento da Suécia, onde se sentou com um cartaz onde se lia: SKOLSTREJK FÖR KLIMATET. "Greve escolar pelo clima."
A mobilização ganhou proporções globais e Greta virou uma das figuras públicas mais proeminentes do planeta. A questão é urgente e leva centenas de milhares de vozes experientes por trás dos rostos adolescentes nos protestos: em novembro, mais de 11 mil cientistas de 153 países assinaram um artigo para alertar sobre o que chamaram de "emergência climática".