PERFORMANCES QUE FALAM
É curtição, é dança. Mas é mais que isso: é um ato de afirmação social. Festas como Sangra Muta, Mamba Negra e outras noitadas do underground de São Paulo são instantâneos dos tempos em que vivemos. Para Tiago Franco, também conhecido como DJ Gezender, organizador da Sangra Muta, é uma 'vibe' novo gótico, o dark clássico e música eletrônica "com negros e travestis, que nunca estiveram incluídos nesse meio." O elemento principal é uma atmosfera mais sombria, "que corresponde ao nosso momento, não só no Brasil, mas no mundo inteiro, do retorno de um conservadorismo absurdo." Ele reconhece que há uma bolha ali que tenta se apartar do momento reacionário. "Muita gente que veja as fotos talvez ache que esse é só um freak show. Mas por trás tem muito sentimento desse momento que a gente vive."