Ela senta na minha bunda, e seus pelos pubianos começam a pincelar lentamente minhas costas. Depois, joga o peso do seu corpo sobre meu dorso. A pressão dá prazer. Começa a se esfregar. O calor dá aconchego. O sufoco me faz ofegar. Logo ela se ergue. Os bicos dos seios passeiam por ombro, nuca e orelha. Tudo isso com os dois lubrificados, dos pés à cabeça.
Nuru significa escorregadio em japonês, e uma massagem com esse nome surgiu no arquipélago na década de 1950. Ela acabou se globalizando nos últimos anos, como subgênero em sites de vídeos pornôs. Hoje, a técnica besuntada virou preliminar oferecida por garotas de programa. E penetrou também no nicho do neotantra, adaptação ocidental de tradições vindas da Ásia.
"Uso tudo o que funcionou nos seis anos em que estou aprendendo e experimentando. Ainda vou escrever os textos sagrados que daqui a 100 anos serão consultados", brinca a terapeuta Mari Roman, que mistura reflexologia taoísta e massagem tântrica com nuru. É ela quem aparece nas fotos desta reportagem, junto a assistentes e adeptos. Além do atendimento particular, ela dá cursos ensinando as manobras, noções de biossegurança e como lidar com assédio.
A psicóloga Ana Fraga usa esse saber para azeitar relacionamentos conjugais na vivência que batizou de Nuru Bliss. "É um laboratório sensorial. Temos que desmistificar a nuru, porque ela chegou ao Brasil pela pornografia, de uma forma marginalizada. Seu primeiro nome aqui era até massagem tailandesa. Mas tem muita potência para ampliar a consciência das pessoas", afirma Fraga.