Marcelo* já tinha sentido aquele desejo durante a adolescência. A vergonha o tomava sempre que tal sensação surgia. Ele tentava ignorar. Mas, depois dos 40, casado e pai de uma menina de oito anos, o que antes parecia apenas estranho e efêmero passou a assombrá-lo.
Todas as semanas a filha levava uma turma de coleguinhas para brincar em casa. Marcelo não tirava uma delas da cabeça. Ele chegou a mudar sua rotina no trabalho para voltar ao lar mais cedo e observá-la. A vontade de se aproximar aumentou. O desejo de tocá-la o deixava perturbado. Antes que algo mais grave acontecesse, a consciência daquele pai de família falou mais alto.
Marcelo levou mais de 20 anos para admitir que sua atração por crianças pré-púberes não era passageira. Ele se sentia uma aberração, tinha vergonha e nojo de si mesmo. Mas decidiu que faria de tudo para jamais tocar em uma criança. Ele foi procurar ajuda. Marcelo é pedófilo.