Um olhar atento nas ruas do Brasil mostra que jovens negros, mulheres e LGBTs, que até pouco tempo tinham menos espaço na lógica publicitária, têm feito de seus corpos, vozes e danças amplificadores poderosos para retratar uma nova realidade.
Festas, coletivos, músicos, artistas e influenciadores digitais são parte de um levante cultural, unindo a luta à festa, a moda ao discurso de inclusão. A bandeira aqui é estética -- e mais política que qualquer estandarte partidário.
O mercado já toma a temperatura e o pulso do asfalto para ampliar seus negócios e dialogar com essa geração. E não se trata de uma disputa ideológica. Projeções de uma população mais diversa apontam, que, apesar da onda conservadora na política e sociedade, esse já é um território demarcado. "Essas lutas, essas reivindicações sociais, pautaram um terreno social em que essas questões se tornaram incontornáveis", analisa Hélio Menezes, mestre em antropologia social pela USP (Universidade de São Paulo).