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Aba Anônima

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Abri casamento para ficar com uma mulher - e acabei casando com o ex dela

Zé Otávio/UOL
Imagem: Zé Otávio/UOL

A*, em depoimento a Elisa Soupin

Colaboração para o TAB, do Rio

07/02/2023 22h00

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Eu era uma estudante de arquitetura de 21 anos quando conheci Roberto*. Ele era amigo de amigos — moreno, tímido, gato, estava sempre nos mesmos lugares que eu. Lembro com detalhes da primeira vez que a gente ficou. Sou bissexual e estava numa festa na casa de um amigo nosso, super de papo com uma menina linda, que eu queria muito pegar. Mas o destino quis que a cerveja acabasse e ela se dispusesse a fazer parte do grupo que iria descer pra pegar mais cerveja no bar da esquina.

Foi a deixa para Roberto se aproximar. Eu já estava altinha, ele era muito charmoso, e a gente se beijou depois de uns dois minutos de papo. Lembro da gente, nada discretamente, entrando no banheiro, dele abaixando meu vestido tomara-que-caia, chupando meus peitos e de eu ficar molhada. Eu tinha uma vibe meio "pornstar" e sabia disso. Tirei a calcinha, levantei o vestido, chamando Roberto pra me chupar. Logo depois ele deitou, eu sentei por cima do pau duro dele e foi assim nosso primeiro sexo. Apressado, urgente e quente, no chão frio do banheiro, com vários amigos nossos na casa. A situação toda dava tesão.

Acabei nunca beijando a menina que eu tinha certeza que beijaria naquela noite, porque engatei um namoro com Roberto. A gente transava sem parar. Qualquer oportunidade era uma boa oportunidade para uma chupada, uma rapidinha. De forma nada planejada, com pouquíssimos meses de namoro, engravidei do meu primeiro filho. Sempre quis ser mãe, então Antônio foi automaticamente muito querido e desejado, tanto por mim quanto pelo Roberto.

De namoradinhos viramos uma família, em tempo recorde! A dinâmica da relação mudou totalmente, fomos morar juntos e olha, a vida foi muito boa. Claro que, com uma criança pequena e a rotina de uma vida doméstica, nossa vida sexual fervorosa do começo não era mais a mesma, mas o casamento seguia bem.

Depois de um tempo, comecei a sentir desejo por outras pessoas. Como nunca foi segredo nem pro Roberto nem pra ninguém, sou bi, e nessa época me interessei por uma mulher em particular. Conheci Priscila* num coletivo de mulheres empreendedoras. O filho dela tinha 5 anos — um a mais que o meu — e os meninos viraram melhores amigos, brincavam sempre juntos. E eu comecei a sentir um clima entre a gente.

Ela era mais alta, de pele clara, magra, com peitos fartos, pouco quadril. Dividir experiências da maternidade, ver o intelecto dela, aquilo me atraiu. Comecei a me masturbar pensando nela e decidi que era hora de conversar com Roberto sobre abrir a relação. Foram dias e noites de negociação. Ele ficou inseguro, eu também, mas decidimos tentar.

Um dia estava com Priscila em casa e rolou uma troca de olhares. Eu sabia que ela queria, só que tinha um detalhe: ela também era casada e o marido dela, Diego*, não topava abrir a relação, tinha muito ciúme.

Até que um dia, na casa dela, durante as férias com os meninos dormindo exaustos depois de brincar de tarde, a gente se beijou no outro quarto. Olha, o reencontro com um corpo feminino foi muito louco. O jeito de beijar diferente, a pele mais macia, a boca, a pegada, o jeito que as mãos deslizavam, foi tudo muito intenso. Lembro de colocar os peitos dela na minha boca e daquilo me deixar doida de tesão.

Lembro dos dedos dela deslizando pra dentro de mim na cama em que ela e o marido dormiam. Lembro de gozar na cara dela, nos dedos dela, na coxa dela enquanto ela chupava os meus peitos. Lembro de fazê-la gozar na minha boca até ficar com a cara inteira cheia do seu gozo, lembro da sensação de penetrar uma mulher depois de tanto tempo e do quanto eu gostei daquilo e dela rebolando nos meus dedos.

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Imagem: Zé Otávio/UOL

Ela abriu o jogo pro Diego e ele, por fim, acabou aceitando. Aquilo claramente deu uma estremecida na relação deles. Enquanto isso, Roberto se envolveu com uma mulher pra valer. Acho que eu não estava preparada para aquilo.

Meu lance com Priscila era mais sexual. Conversei com meu marido sobre isso e pedi que ele se mantivesse mais presente na nossa relação, afinal, ele era a minha relação principal, por assim dizer. E eu tive uma preocupação de incluir Diego, para que ele não achasse que eu estava querendo roubar a mulher dele ou algo assim. Relações não monogâmicas exigem muito empenho.

Passamos a conviver mais — e não, nunca rolou uma orgia. Mas Diego e Roberto passaram a ter uma camaradagem. Um dia, eu estava transando com Priscila na sala, e entrei no meu quarto. Fiquei muito surpresa quando vi Roberto chupando o pau de Diego e entendi que eles também estavam fazendo as próprias experimentações. Fiquei excitada com o que vi, me masturbei pensando no meu marido com outro homem. Achei uma delícia.

Mas tudo isso durou pouco. Meu encanto pela Priscila minguou — eu via a forma grosseira com que ela tratava o marido e aquilo acabou me fazendo desencanar dela. Ao mesmo tempo, meu casamento estava em turbulência, porque Roberto seguia bastante apaixonado por outra mulher. No meio disso tudo, fui prestando mais e mais atenção no Diego. Um cara sempre supergentil, tratava o filho sempre com muito carinho e, bom, eu tinha visto a cena dele com meu marido e aquilo despertou um tesão, não vou mentir.

Olha que situação complicada: abri meu casamento porque estava com um desejo muito grande de pegar uma mulher, e agora estava interessada no marido dela. Enquanto isso, meu próprio marido, alheio a tudo, vivia a própria paixão!

Comecei a perceber um interesse da parte de Diego também e, antes que eu pudesse frear, vi que estava realmente apaixonada pelo cara. Um dia inventei um pretexto para uma carona e conversei com ele. Abri o jogo e tava tudo ali. Ele estava sentindo o mesmo. Lembro que eu o chupei com o carro em movimento. Depois encostamos o carro e transamos muito. Rebolei muito gostoso no pau do Diego e senti que ele tinha um tesão descomunal em mim. Foi inesquecível.

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Imagem: Zé Otávio/UOL

Essa boa foda só me deu certeza de que eu queria 1) terminar meu casamento 2) terminar meu rolo com Priscila. Nada disso era fácil. Ela quis saber o que estava acontecendo, o porquê da minha distância, e eu não sabia como dizer a verdade.

Decidi começar contando pro Roberto. Disse pra ele tudo que senti: que o fato de ele ter se apaixonado por outra pessoa tinha me machucado, mas que eu entendia, porque eu também estava apaixonada, só que pelo Diego. Para ele foi um choque. Depois, fui honesta com Priscila. Disse que a forma como ela tratava Diego tinha me feito desencantar de um e gostar do outro. Ela ficou furiosa — com ele! Por ter "me roubado" dela.

Foi assim que me divorciei e, rapidamente, me casei de novo com o amor da minha vida, com quem sou muito livre na cama. Tenho hoje uma relação amistosa tanto com Priscila quanto com Roberto, afinal, somos todos família de certa forma.

Meu casamento com Diego segue bem fechado e nem cogitamos a ideia de abrir: muita confusão.

*Nomes trocados a pedido da entrevistada