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Grindr hétero tem safadeza virtual com chuva de nudes e homens desesperados

Já imaginou um aplicativo de pegação só para héteros? Ele existe, e eu fui uma das poucas mulheres que se aventurou por lá.

O aplicativo Ysos conecta casais em busca de sexo liberal em suas variadas formas — swing, ménage, suruba e por aí vai. Dois meses atrás o descobri, fiquei curiosa e baixei.

Lembrei muito do Grindr, o aplicativo que meus amigos gays usam para "transa express". A interface é até parecida. Eu me vi experimentando sua versão hétero — e adorei.

Os usuários se identificam por apelidos — safado_011, busco_amigasp, gato_oeste (já eu, como vocês viram aí em cima, sou a gataelegante). Ninguém mostra o rosto nas fotos, mas álbuns privados, liberados pelo perfil, escancaram as imagens mais explícitas. É uma chuva de paus duros.

Nesse tempo, quase 500 homens me procuraram e meu perfil foi visto mais de 3.000 vezes. E olha que nem coloquei foto de peitinho. A razão é que há apenas 9% de mulheres solteiras na plataforma.

Conversei com vários. Alguns me interessaram, mas só um me excitou a ponto de eu me masturbar pensando nas nossas conversas.

Aproveitando que eu era das mais cortejadas ali, me entreguei à putaria.

Como estava difícil conciliar as agendas, resolvemos nos entregar ao "sexting", que pode ser traduzido livremente por "sexo por mensagem de texto".

E a temperatura subiu bem rápido.

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"A gente pode ir trocando imaginações do que gostaríamos de fazer", disse ele, me instigando. "Eu, por exemplo, adoro ficar agarradinho por trás dando beijos e cheiros na nuca enquanto a mão boba percorre o seu corpo."

Nessa hora já fiquei excitada com aquela pegada textual.

— Enquanto isso eu empino minha bunda e roço em você.

— Essa roçada me dá um tesão! Você vai rebolando em mim, com uma mão no seu peito e outra no meio das suas coxas. Você gosta de sair de minissaia sem calcinha? Imagina você e eu na balada, com sua saia subindo ao roçar no meu pau cada vez mais duro. Ou então já estamos a sós, e você vem rebolando em mim, enquanto coloco uma mão dentro da sua calcinha, te masturbando. E você vem roçando a calcinha no meu pau. E claro, te abraçando, apertando e beijando muito.

— Amei as opções e fico com a primeira. Eu de minissaia sem calcinha e no meio de todo mundo. Nessa hora já tô acariciando seu pau também. E quase com a mão dentro da sua calça.

— Vou beijando seu pescoço e respirando de tesão no seu ouvido. Uma mão por baixo da sua blusa, com o dedo roçando no bico do seu seio. Sinto você cada vez mais molhada com a outra mão. E você vai colocando a sua mão no meu pau, por dentro da calça. Com o dedo na cabeça dele, sentindo o gozo.

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Toda a conversa durou quase uma semana. A gente foi trocando desejos toda vez que entrávamos no app. Não tinha horário: às vezes era de manhã, outras no meio do trabalho, outras à noite.

Ficava ansiosa para receber uma mensagem dele e animar meu dia. Só de ver a notificação, já pulsava. Eu abria o aplicativo e dava de cara com mensagens assim:

— Temos a escolha de continuar ali no cantinho da balada se pegando, ou ir para um banheiro.

— Eu iria para o banheiro. Que tal? A gente entra sem nem se preocupar em esconder o que fomos fazer ali.

— Claro, dá até um tesão a mais saber que o pessoal vai perceber.

— Continuo de costas pra você, mas agora sem calcinha. E você com o pau muito duro já para fora.

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— Eu puxo seus seios pra fora da blusa, apertando eles enquanto vou te beijando por trás no pescoço. Coloco minhas duas mãos na sua cintura, subindo sua saia e trazendo sua cintura e sua bunda pra mim. Com meu pau bem duro no meio das suas pernas. Você fica bem empinada pra mim, meu pau roçando na sua bunda, com a cabeça sentindo sua boceta melada.

— Estou ajoelhada, olhando pra você enquanto cuspo no seu pau e lambo ele. Seu pau bem duro e eu te chupando com muita vontade. Mas quero ele em mim logo. Então levanto e viro de novo.

Numa manhã, acordei cheia de vontade e fui reler o que ele tinha escrito. Peguei meus dois vibradores, um para o clitóris e outro para penetrar, enquanto relia a conversa e gozava deliciosamente.

Nunca imaginei que uma conversa aleatória em um aplicativo me deixaria tão excitada.

— Acordei e vim ler suas mensagens. Minha calcinha ficou molhada de imaginar isso. Se você estivesse na minha cama, ia receber uma chupada de bom dia.

Depois disso, ficamos dois dias sem nos falarmos. Resolvi atiçá-lo de novo.

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— Moreno, volta aqui pra terminar de me comer, eu ainda não gozei!

— Oi, gatinha! Não te deixaria sem te fazer gozar! Quero sentir seu gozo na minha boca ainda. Adorei a forma como você veio me dar bom dia. Ficaria passando os dedos no bico dos seus seios pra deixar eles durinhos, enquanto você fica deslizando sua boceta molhada no meu pau.

— Que delícia tudo isso. Fiquei me imaginando deslizando a boceta no seu pau, doida de vontade de sentir ele dentro de mim. Depois de meter até o fundo, você continua devagar, mas com cada vez mais força. Quanto mais você fala, mais fico com tesão.

— Eu só fico imaginando o seu gemido quando eu meter até o fundo em você. Me dá mais tesão. Quando estiver bem no fundo, encaixado, eu me inclino pra frente até o seu ouvido e começo a ir metendo bem fundo. Aos poucos vou tirando mais da sua boceta, até ficar só a cabeça, e vou aumentando a força de cada metida.

— Nessa hora, quando você começar a aumentar a força, eu já vou estar encharcada de tesão. Quanto mais você mete, mais eu vou gemer no seu ouvido. Aquela hora que a gente acha que não vai aguentar de tanto prazer.

— Se eu não gozar bem fundo em você nessa hora, vou te colocar de quatro, puxando pelos braços e metendo devagar no começo e com mais força depois. Fico duro quando imagino sua boceta bem molhada. Fico imaginando você de quatro pra mim e eu abrindo sua bunda com as mãos e lambendo você todinha. Do clitóris ao cu, várias vezes.

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A gente ainda não conseguiu se encontrar.

Quando acontecer, só por essa conversa, a previsão é de que seja uma transa inesquecível.

Enquanto isso, continuo usando o aplicativo e me divertindo com a animação de tantos homens na minha caixa de mensagem.

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Imagem: Adams Carvalho/UOL

Fale comigo!

Os dados mais recentes do Ysos é de que 51% dos usuários são homens solteiros, 40% casais e só 9% mulheres avulsas — um número ínfimo, mas que vem aumentando, segundo Mayumi Sato, CMO da eSapiens, desenvolvedora do Ysos.

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"Essa é a mesma porcentagem de mulheres que a gente vê em todas as outras plataformas voltadas à sexualidade, gira em torno de 9% a 11%", diz. "É ruim, mas é melhor do que alguns anos atrás, pré-pandemia."

Para mim, por enquanto, não tem nada de ruim. Por ter muito homem para pouca mulher, as mensagens são constantes, diretas e muitas.

Alguns só faltam pedir "por favor, fale comigo".

Um rapaz, não aceitando meu silêncio, insistiu muito para que eu lhe respondesse. "Cadê você?", ele dizia. Tive que pedir para ele parar de se humilhar. A reação dele foi um pedido de desculpa.

Coloquei no meu perfil que só queria homens mais altos do que eu, que tenho 1,72 m. Adorei perguntar a altura dos caras sem medo de parecer fútil. Um, baixinho, chegou a questionar se só valia alto mesmo. Eu respondi que sim e ele saiu de fininho: "Que pena. Boa sorte."

A maioria das mensagens iniciais seguem a linha "oi, tudo bem?", mas outras são mais um exemplo da vassalagem masculina que nunca vi em outros aplicativos. "Espero que tenho uma chance de conversar com você", "quais são os seus desejos?", "adoraria te conhecer, me chama", "dá uma chance para nós". E de vez em quando rolam uns sustos, como "curte amamentação adulta?" Mas longe de mim julgar.

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Além de toda a liberdade sexual que o aplicativo permite, ter esse poder de escolha diante da submissão masculina, para mim, dá um tesão danado. Recomendo.

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