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Felipe Abreu/UOL
Imagem: Felipe Abreu/UOL

Do TAB

20/04/2022 08h00

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Olá, leitores de TAB! Tudo bem? As escolas de samba já estão levando as alegorias para a avenida, os blocos tentam organizar suas festas nas ruas. Para evitar que você perca tempo enquanto prepara a fantasia e coloca a purpurina, organizamos um resumo da semana. Em Mato Grosso, mostramos que, na região onde o agro domina, brota a pobreza. Além disso, publicamos o perfil do ex-ministro da Saúde Nelson Teich, "o breve", e mais: as novas realezas do samba carioca, o sucesso da DJ Valentina Luz, o ritual do cacau e mais. Boa leitura e bom Carnaval!

'O avesso do mesmo lugar'
O PIB per capita de Sinop, Sorriso e Lucas do Rio Verde está entre os mais elevados de Mato Grosso. Mas nessas áreas onde domina o agronegócio, a desigualdade é gritante, como contam os jornalistas João Peres e Tatiana Merlino, no especial desta semana publicado em parceria com O Joio e o Trigo.

Poeira
Nelson Teich acreditava em Jair Bolsonaro. Tanto é assim que se engajou em 2018 para apresentar ideias ao grupo que se formava ao redor dele. Decidiu falar de gestão em saúde com Paulo Guedes, à época cotado para chefiar a Fazenda num possível futuro governo. Apesar da dedicação, só entrou mesmo no governo substituindo Luiz Henrique Mandetta no ministério da Saúde, nos piores dias da pandemia de covid-19. Ocorre que ficou à frente da pasta por apenas 29 dias. "Não me arrependo de jeito nenhum. É aquela história: você só sabe como é quando está lá dentro", conta ele na reportagem da jornalista Claudia Castelo Branco.

Reis da bateria
Após o hiato de dois fevereiros sem desfiles, as escolas de samba voltam, nesta semana, à passarela. No caso do Rio de Janeiro, há algo de diferente na realeza da Sapucaí. Nesta quarta-feira (20), nas apresentações do Grupo de Acesso, caberá justamente a um homem a tarefa de conduzir a primeira bateria a animar os foliões. Jorge Amarelloh estreia como rei da Em Cima da Hora. Além dele, Johnatan Avelino vem à frente da bateria da Lins Imperial, e Juarez Souza na Acadêmicos do Sossego. Posto cobiçado por atrizes, aspirantes a celebridade e musas fitness, o cargo de destaque passou a ser disputado por homens, como mostra o jornalista Valmir Moratelli.

Porta-bandeira
Nos territórios autônomos das cenas clubber e raver de cidades como São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, valem outras regras e pontos de vista. É onde a DJ Valentina Luz pode fazer justiça a seu sobrenome e brilhar em vez de se esconder. No entanto, mesmo dentro da bolha há espaço a ser reivindicado. É um dos motivos pelos quais ela vem sendo cada vez mais requisitada. "Não sou eu que preciso dos clientes, eles é que precisam da minha imagem, é um fator que pega", diz. Negra e transexual, Valentina é uma das mais badaladas artistas da noite brasileira e fez das pistas seu palco. Contamos sua história em um perfil escrito pelo jornalista Camilo Rocha.

Carro alegórico
O repórter Felipe Pereira foi conhecer o parque temático que a Globo inaugurou no início de março, em São Paulo. A emissora levou um pedaço dos seus estúdios para um shopping center, aberto à visitação. O espaço de 3 mil m² foi criado para despertar nos visitantes memórias afetivas ligadas às atrações globais: reprisar o primeiro beijo gay entre homens em novelas da emissora (Niko e Félix no último capítulo de "Amor à Vida"), exibir o figurino da princesa Catarina (Bruna Marquezine em "Deus Salve o Rei"), ou elogiar a escrava Isaura falando chinês fazem parte do cardápio do gexperience. Além de acionar esses gatilhos, o público precisa se sentir protagonista. Veja aqui.

Repique
Em Santa Cecília, bairro da região central de São Paulo, a fila para uma vaga no salão de Susan é longa. É questão de semanas para encontrar agenda livre. A razão: o método "bagunçado" que ele usa nas suas criações. Como na pintura, o estilo do artista se revela ao se mirar a obra por inteiro. Há dois formatos que se destacam, diz ele: o shaggy, um corte desgrenhado com pontas em direções aleatórias, e o mullet, aquele velho conhecido oitentista -- batidinho dos lados e longo atrás. "Esses cortes representam uma volta, é algo retrô", explica Susan, em conversa com o jornalista Felipe Maia.

Unidos da Garupa
Os organizadores da motociata "Acelera para Cristo" prometiam um "apocalipse das motos" para a manhã do dia 15, em São Paulo, mas o evento estava mais para um passeio de senhores de meia-idade que, segundo especialistas, violou regras eleitorais. Os jornalistas Daniel Lisboa e Elias Aredes Junior, direto de São Paulo e de Americana (SP), acompanharam a "motociata" em apoio ao presidente Jair Bolsonaro, que bloqueou a Rodovia dos Bandeirantes e atrapalhou a vida de quem só queria comer bacalhau com a família.

Bossa
Era apenas a típica névoa da Serra do Mar, mas, fantasiando um pouco, poderiam ser as brumas de Avalon. Rodrigo Bertolotto esteve num encontro chamado "Despertar da Bruxa". Buscando equilíbrio e força interior, viajou até um sítio em Mogi das Cruzes para participar de um fim de semana de rituais que tinha como ponto alto "a cerimônia do cacau sagrado", prometendo aos participantes uma expansão amorosa bem maior que a sentida ao se mastigar um bombom. Confira como foi a experiência.

Plumas e paetês
Um ovo de Páscoa dourado, de 12 quilos de chocolate belga e decorado com delicadas flores, custa a bagatela de quase R$ 6 mil. O doce assinado pela confeiteira Isabella Suplicy, boleira de celebridades e abastados, virou assunto nas redes sociais. "Alguém compra isso?" era a pergunta naturalmente repetida. Compra, sim, e eu mesmo fui atrás para provar. Conversei com dois pâtissiers paulistas que fazem ovos de chocolate cujos preços chegam a mais de três dígitos.

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