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Convenção de furries, a viúva do major, o porco disputado e mais

L.C. de 16 anos, veio com os pais do estado de Goiás para sua primeira convenção furry - Simon Plestenjak/UOL
L.C. de 16 anos, veio com os pais do estado de Goiás para sua primeira convenção furry
Imagem: Simon Plestenjak/UOL

27/07/2022 08h01

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Olá, pessoal! Cheguei com aquele compilado que todos nós gostamos: as produções de TAB dessa semana. O resumão que te ajuda a acompanhar os nossos destaques e a ficar por dentro das novidades desse Brasil movimentado. Por exemplo: você conhece a BFF (Brasil FurFest), a principal convenção do país do furry fandom? Nós fomos conferir. Tem também reportagem sobre "barrigueiros", presos que entram no presídio com drogas e celulares no estômago; uma entrevista exclusiva com Cláudia Olímpio, viúva do ex-senador Major Olímpio; e a história de Ana Jansen, fantasma que assombra o imaginário popular de São Luís há mais de 200 anos. Boa leitura!

Peludos
"Você viu um dragão vermelho passando por aqui?", perguntou um jovem usando luvas e um rabo de pelúcia preso na parte de trás da calça. "Dragão? Acabou de entrar", respondeu o segurança, em tom sério, apontando para a porta de um dos salões principais do Hotel Sheraton, em Santos, litoral paulista. Nos dias 15 e 16 de julho, centenas de pessoas circularam pelo local trajando fantasias coloridas e peludas, para a convenção de furry fandom, a comunidade de fãs de personagens antropomórficos, com traços de personalidade e características físicas humanas misturadas com animais. A repórter Marie Declercq acompanhou.

Estratégia ninja
A ação de "barrigueiros" é algo bem comum em presídios do Brasil. São eles que levam drogas e celulares no estômago para dentro das cadeias. Rodrigo Ferrari entrevistou presos que fizeram isso para tentar driblar os mecanismos de segurança e entrar na prisão portando objetos para ganhar dinheiro, sanar dívidas ou para consumo próprio; um deles conta que tinha uma vida de "luxo" com o contrabando lá dentro: "Naquela época, eu só tomava Ovomaltine, comia granola e usava tênis e roupa de marca."

A espera
Nos últimos três meses, a fila em frente ao Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, se fez notar na vizinhança e alterou a rotina de moradores e comerciantes. Com o espaço restrito da calçada, muitas das pessoas que procuram atendimento ocupam a rua José Gomes Falcão. A jornalista Rosa Symanski mostra que eles são ex-detentos que chegam a acampar ali para conseguir uma senha de atendimento para assinar documentos para o benefício de liberdade condicional.

'Culpo o governo'
A viúva do ex-senador Major Olímpio, morto em decorrência da covid-19 em março de 2021, Cláudia Olímpio, conversou com o TAB -- a primeira entrevista com um veículo de imprensa. À jornalista Larissa Linder, Claudia desabafou sobre a relação com a família Bolsonaro, de quem Olímpio foi aliado e depois opositor. Ela criticou "o descaso" do governo federal em relação à pandemia, e disse que as acusações de corrupção contra Flávio Bolsonaro fizeram o marido romper definitivamente com o presidente.

Porco disputado
Fila e fome formam uma combinação que desperta os sentimentos mais primitivos em nós, humanos, com consequências imprevisíveis, de irritação a discussões. Mas num esquina no centro de São Paulo, entre muros cobertos por lambe-lambes políticos, a disputa por uma mesa é marcada por certo espírito de resignação que leva gente a aceitar o que noutras condições não aceitaria: 4 horas de espera. Foi assim o final de semana na porta d'A Casa do Porco Bar, que poucos dias antes ganhou o título de sétimo melhor restaurante do mundo pelo ranking "The World's 50 Best Restaurants".

Um fantasma no Maranhão
No centro de São Luís, a lenda de Ana Jansen assombra o imaginário popular há mais de 200 anos. Mas por trás da famosa história de horror está a biografia de uma senhora rica e poderosa, comerciante de escravos que, para expiar as maldades que teria cometido durante a vida, vagaria à noite no centro histórico da cidade a bordo de uma carruagem conduzida por mulas sem cabeça. Quem resgata essas memórias é o jornalista Ed Wilson Araújo.

'É o capitão!'
Por falar em lenda, em São José dos Campos (SP), a jornalista Paula Maria Prado conta a história da ossada do capitão Miguel de Araújo Ferraz, um benfeitor católico que, ao morrer, foi enterrado duas vezes dentro de igrejas da cidade. No século 19, o corpo dele foi sepultado na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, depois, quando ela foi demolida, transferiram o capitão para a de São Benedito, no século 20. Há 12 anos, os ossos foram encontrados de novo, durante uma obra de restauro da igreja. O que era uma lenda agora virou base de um estudo acadêmico.

Pastor preso
Tupirani da Hora Lores, líder da pequena Igreja Geração Jesus Cristo, no Rio de Janeiro, é um nome conhecido dos sistemas de informação da Polícia Civil. No dia 30 junho, ele foi condenado a mais de 18 anos de prisão por crimes de ódio e racismo. A condenação de Tupirani aconteceu graças à organização de grupos ofendidos pelo pastor, especialmente a Federação Israelita do Rio de Janeiro, que se articulou para denunciar e atuar como assistente de acusação do Ministério Público, como conta o jornalista Yuri Eiras.

Da newsletter de Daniela Pinheiro
Na última edição, a jornalista entrevistou João Goulão, diretor do SICAD (Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências), que há mais de 20 anos trabalha na política antidrogas de Portugal, um dos países com menor índice de consumo de drogas do mundo. Segundo Goulão, "estudos sobre a cannabis dependem da ideologia de quem os faz". Para receber por e-mail e ler na íntegra as próximas newsletters da jornalista Daniela Pinheiro, cadastre-se aqui.

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