Como foram os bastidores do concurso de beleza mais famoso do país
CPI da Pandemia? Suposto esquema na compra de vacinas? Nada disso. O que importou de verdade no dia 5 de julho na capital de SP foi a coroação da bunda mais bonita do Brasil. Após um hiato de dois anos, o Miss Bumbum está de volta.
O concurso foi criado em 2011 pelo jornalista, empresário e máquina criadora de celebridades Cacau Oliver. Desde então, Cacau coroou novas belas bundas brasileiras e foi o principal catalisador da carreira da modelo Andressa Urach.
Andressa participou das duas primeiras edições. Na primeira, ficou em nono lugar. “Usei spray de laquê no bumbum porque me falaram que era bom, mas na hora que fui desfilar deu a impressão que eu tinha estrias”, relembrou a modelo no backstage.
Na segunda, em 2012, Urach levou pra casa o título de vice-Miss Bumbum Brasil. Segundo Cacau Oliver, foi a edição que mais deu trabalho na história do concurso. “A Andressa era muito doida”, conta.
Amigos de longa data, eles decidiram ressuscitar o concurso após o rompimento da modelo com a Igreja Universal. “O Cacau foi o primeiro a me acolher depois que saí da igreja”, explica Urach. Ainda hoje, ela segue sendo o único nome de destaque que surgiu do Miss Bumbum.
Das milhares de inscrições que a equipe de assessores de Cacau, 15 participantes foram selecionadas. Para concorrer, é preciso pagar uma cota de R$ 15 mil -- sem contar com o investimento no vestido, biquini, passagens de avião e hotel.
Cacau Oliver justificou o valor salgado. “Não é só para participar e pronto. Esse valor garante que elas tenham visibilidade, apareçam em sites e tenham um crescimento nas redes sociais. É um investimento.”
Aberto presencialmente apenas para a imprensa, o evento foi transmitido ao vivo para o grande público. Cada candidata ganhou alguns minutos para mostrar o bumbum e talento -- como fez Anandah Belly, dançarina do ventre.
A Miss Mato Grosso leu um poema exaltando a mulher brasileira. Após a apresentação, perguntamos quem era o autor. Silêncio. Por sorte, o acompanhante veio ao seu resgate. “É do Bráulio Bessa”, alertou.
Talvez como algum tipo de punição ao espectador, a cantora Króu foi chamada para se apresentar. Foi um bom momento para as participantes correrem para comer uma empadinha e se esquivarem do playback desafinado da cantora.
Mas o que importa é que deu bafafá. Após chegar atrasada, a Miss Paraíba Taty Sindel não aceitou a coroação e arrancou a faixa da vice-campeã, Juh Campos. “É tudo comprado”, disse, antes de ser retirada do palco.
Os assessores do evento, cansados após horas trabalhando em pé, não pareceram muito surpresos com o mise-en-scene. “Essa causou demais”, disse um deles, enquanto observava a briga.
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Mas quem levou pra casa o título de Miss Bumbum foi Lunna LeBlanc, marcando a volta do concurso -- um dos eventos mais surreais que poderiam acontecer em meio à pior pandemia do século 21. De certa forma, foi um oásis.