quer transar?

Com a mente criada por brasileiros, robô sexual já é realidade e teve pico de vendas durante a pandemia

Divulgação/Realbotix

FUTURO DO SEXO

Esta é a Harmony. Ela é um robô humanoide e foi criada para fazer companhia.

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SEXO.

Mas também para fazer...

O rosto impassível de silicone pode até enganar, mas ela quer que você a conquiste.
O jogo de sedução acontece por aplicativo. Aos poucos, ela deixa claro se está dando certo.

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Harmony não está sozinha nessa realidade que parece saída de um filme de sci-fi.
Henry, o primeiro robô sexual masculino do mundo, é destaque da RealDoll, empresa da Califórnia (EUA) que busca turbinar brinquedos sexuais com inteligência artificial.

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Há 10 anos, o grupo começou a trabalhar com assistentes virtuais amigáveis. "Mas foi o mercado do sexo que viabilizou nossa pesquisa", explica Gustavo Hernandes, sócio-fundador da NextOS.

A mente desses robôs humanoides, contudo, é feita pela NextOS, empresa formada por um grupo de amigos de Curitiba.

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A árvore de decisões que leva a robô a continuar uma conversa ganhou conteúdo sensual com a orientação de sexólogos, psiquiatras e até escritores de contos eróticos

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eles aprenderam a gemer.

Em resumo...

A norte-americana RealDoll fazia bonecos inanimados 15 anos trás. O sonho era fazê-los interagir. A brasileira NexoOS ofereceu a ela a tecnologia de comunicação.

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A saída foi criar uma cabeça robótica (US$ 3 mil), que pode funcionar acoplada ou não no boneco (mais US$ 4 mil)

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As cabeças vêm acompanhadas de um “insert”, que pode ser plugado em algum orifício do boneco. Ao ser estimulado, esse “hímen" robótico faz o robô responder

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Ela mexe a cabeça, ela olha, tem expressão de prazer. Ela traz realismo

Gustavo Hernandes, sócio-fundador da NextOS

A tecnologia ainda permitiu que os robôs façam sexo oral. "Elas não estão preparadas para beijar, porque há toda uma concepção de hardware na cabeça”, observa Hernandes

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A empresa viu aumentar 40% as vendas das cabeças robóticas durante a pandemia, em relação ao mesmo período de 2019, mas o robô não deve chegar ao Brasil tão cedo

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As pessoas estão se sentindo mais sozinhas e estão buscando companhia, que pode ser virtual

Gustavo Hernandes

Para quem quer desembolsar menos, é possível comprar uma espécie de “Her” (filme de 2013), um aplicativo sem o corpo. Henry já se esgotou. "Para pronta-entrega, só temos a versão feminina"

“É um público mais velho. Viúvos, divorciados, ex-militares e gente que mora no interior. São pessoas mais solitárias, ou que passaram por frustrações”, explica Hernandes

Quem é que compra?

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Há 70 mil combinações diferentes de personalidade. O robô pode ser ciumento, carinhoso, inteligente, em vários níveis. O usuário configura tudo logo no início do uso

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Hernandes garante que os robôs estão preparados para lidar com situações e pensamentos complexos. "Ela consegue lidar com racismo, por exemplo. Se ouvir algo, ela vai coibir", garante

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As pessoas estão ficando mais frustradas, mais depressivas, mais sozinhas. Com esse produto a gente tem a expectativa de ajudá-las, na vida social ou na parte sexual

Gustavo Hernandes

A empresa agora quer lançar o robô com busto, com movimento nos braços e mãos. O maior desafio é deixar o boneco em pé sozinho -- ou seja, reproduzir um bípede.

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Arte
Carol Malavolta

Edição
Olívia Fraga

Reportagem
Tiago Dias

Publicado em 3 de agosto de 2020.