“Dilema das Redes” te assustou? Especialista ensina a usar melhor seu tempo de tela
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Mesmo que você não tenha visto “O Dilema das Redes”, provavelmente foi atingido por alguma discussão sobre ele no último mês. O documentário mostra como as redes sociais são desenhadas para nos viciar
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No entanto, uma das grandes críticas ao filme é que ficou faltando propor ações para mudar o cenário assustador que ele pinta
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Não dá pra simplesmente sair das redes. Mas os usuários podem melhorar suas experiências nelas. TAB conversou com Priscilla Silva, do ITS
‘Saia das redes’ é uma solução simplista e elitista. Ignora tudo que foi conquistado com as redes e as pessoas de baixa renda, cujo acesso à internet se dá basicamente só pelo acesso às redes sociais
Priscilla Silva, do ITS
A primeira forma de não ser ‘engolido’ pelas redes sociais é não depender só delas. Usar fontes confiáveis para checar a informação que vem dali é essencial
A segunda dica é um ponto que Priscilla considera positivo no filme: desative parte das notificações. “Isso dá uma maior controle para o usuário do momento em que ele vai se colocar na rede, e não ser impulsionado”
A pesquisadora comemora a entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados e lembra que cidadãos podem solicitar às empresas informações sobre quais dados pessoais elas guardam
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Instalar uma VPN também é uma boa ideia, indica a especialista. A rede virtual privada (sigla em inglês) protege a identidade e os dados do usuário. Usar janela anônima no navegador é proteção extra
Outra proteção é evitar clicar em anúncios nas redes. Viu um produto que gostou? Abra uma nova aba anônima e pesquise-o diretamente no site da loja. Assim, não ficam rastros nas redes
Quanto mais você curte ou segue posts e perfis de um mesmo assunto, mais eles vão aparecer na sua timeline. Vale revisar se isso não está impulsionando um desejo desenfreado de consumo ou deturpando sua noção de normalidade
Evite associar contas. Usar um mesmo perfil para acessar vários serviços te deixa mais exposto: se um deles for invadido, pode rolar um efeito dominó
Para quem tem filhos, vale sempre criar perfis específicos no modo infantil. Silva explica que o tratamento de dados de menores de idade tem regras diferentes e costuma ser mais protegido
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Por fim, mas não menos importante, Silva indica se informar sobre algoritmos. Ninguém sabe direito como funcionam, mas seu objetivo já é conhecido: fazer-nos passar mais tempo nas redes
Qualquer atitude na rede gera um sinal. Os algoritmos nada mais são do que mecanismos de decisão automatizada. É preciso garantir a transparência das plataformas. Não é simples, mas é a peça-chave para gerenciarmos nossos dados nas redes