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CAOScast: quem ainda não pirou na pandemia, bem não deve estar

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25/03/2021 04h01

Quem ainda não pirou nos últimos 12 meses, bem não deve estar. Após um ano de confinamento (para quem pode e respeita) e com saldo de 300 mil mortos no Brasil, é mais do que esperado que a saúde mental não esteja 100%.

No episódio desta semana do CAOScast, a trupe debate como essa montanha-russa de emoções está nos afetando. ?Eu sei que parece título de álbum de pagode, mas eu estou falando de uma oscilação de sentimentos causada por um momento de tensão e incerteza coletiva?, explica a líder de pesquisa da Consumoteca, Marina Roale (ouça acima a partir de 14:21).

Ela mesma conta que dia desses teve absoluta certeza de que estava com covid-19. Sentiu-se febril, cansada, ficou nervosa e já bateu a preocupação de ter infectado a família. Acordou bem no outro dia e percebeu que era tudo psicológico. ?É muito alto o número de pessoas que se dizem preocupadas com essa questão da saudade dos amigos, dos colegas de trabalho, e também com a forma de se entreter ao longo do isolamento. Ou seja, saudade e tédio: um prato cheio para o desequilíbrio na saúde mental, ou para essa montanha-russa de sentimentos?, adiciona a pesquisadora Rebeca de Moraes (a partir de 18:39).

Convidada do episódio, a psicóloga Bete Monteiro, do Instituto Ser+, explica que estamos em estado de alerta constante no último ano, o que gera algumas angústias. A saudade do contato físico, das celebrações em grupo e do trabalho presencial são alguns pontos que atingem quase todo mundo. E há outros incômodos que a gente mal sabe explicar. O antropólogo Michel Alcoforado, por exemplo, relata que esses dias teve um ?trocinho?, como ele mesmo diz. Difícil definir o que foi, mas era uma sensação com a qual muitos vão se identificar: ?Era um jogo meio paralisado. Eu não queria ficar em casa, mas também não queria ir para a rua. (...) Era algo meio ?putz, estar aqui não está bom, mas também não quero sair daqui'. Fiquei meio paralisado?, lembra (a partir de 3:07).

Uma das grandes mudanças de comportamento para evitar ?trocinhos? como esse que o Michel sentiu tem sido o autocuidado, observa no episódio o pesquisador Tiago Faria. Seja para se sentir bem, seja para alimentar as redes sociais com a imagem de que estamos levando a vida numa boa. ?A gente não tem mais tanta coisa para postar na vida real dentro de casa. A gente perdeu os grandes rituais: formatura, casamento, encontro cotidiano, ir na academia, salão de beleza, não tem mais?, diz ele. ?Então a gente acaba vivendo de passado e também valorizando dentro de casa os microrrituais como uma alternativa para gerar um bem-estar momentâneo. A alternativa neste momento é se adaptar ao mood [clima], criando uma atmosfera de conforto na medida que dá? (a partir de 22:00).

E você? Conseguiu adaptar sua rotina nos últimos doze meses? Está ficando cada vez mais fácil ou mais difícil lidar com a própria companhia? Ouça o episódio completo para saber como os caóticos estão fazendo para não pirar.

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