Garotas também dão grau e têm feito muito pelo respeito à modalidade. Karollinny Nathalia Leão acabou aprendendo sozinha, assistindo a canais de grau no YouTube. Nathy desenrola bem no RL, sigla em inglês para "Rear Lift", ou Elevador Traseiro. Ela empina a roda traseira da moto e se apoia na dianteira, uma das manobras mais difíceis de ver nos fluxos. "Sempre fui uma mina que gosta de desafios", conta. O desejo de Nathy, que tem mais de 13 mil seguidores em sua conta no Instagram, é influenciar mais mulheres no grau. "[Tem a] Lethycia Wheeling, Andressa Araújo e Bia Do Grau. De fora do Maranhão, tem a Juuh do Grau e a Amanda Massafera. Mano, essas guria são o toque, manja pra caramba, sou fã!"
Nathy organiza eventos de grau em sua cidade, Montes Altos, no Maranhão. O Campeonato de Wheeling, que está na 5ª edição, reúne mais de 2 mil pessoas e uma média de 50 participantes, e ainda conta com o apoio da prefeitura. "Há regras, juízes, pontuação e premiação", explica Nathy. "Também temos as categorias iniciantes, amadores e avançadas, onde os participantes vão fazendo manobras livres e a pontuação é de acordo com a dificuldade".
Outra modalidade da competição é a de Grau de Rua, onde Nathy participa como jurada e considera, por exemplo, o tempo e distância que os motocas percorrem com o grau. Os participantes precisam ser maiores de 18 anos e usar itens básicos de proteção, como capacete e tênis. "Não é um esporte sem lei", destaca Nathy.