Em 2004, os escritores Tim Jordan e Paul Taylor definiram hacktivismo como "o casamento do hacking com o do protesto, no contexto de tempos virais", em "Hacktivism and Cyberwars". Mesmo 16 anos depois, esse continua sendo o espírito da coisa, garante Jordan, em conversa com o TAB. Para o bem e para o mal.
Em meados de setembro, uma mulher de Düsseldorf, na Alemanha, chegou em estado grave a um hospital da cidade mas não pôde ser atendida. Um ciberataque havia derrubado os sistemas e ela teve de ser encaminhada a um centro hospitalar a 32 quilômetros de distância. A mulher faleceu. Esta talvez seja a primeira tragédia causada por algo do tipo.
De outro lado, uma ação de hacktivistas brasileiros sacudiu o Brasil em 2019, ao vazar mensagens de Telegram trocadas entre o ex-juiz Sergio Moro e procuradores da Operação Lava Jato. A Polícia Federal prendeu seis suspeitos da invasão dos celulares, entre eles Walter Delgatti Neto, que defendeu a divulgação das conversas por tratarem de temas de interesse público.
Em meio aos protestos contra a morte de George Floyd, nos EUA, o grupo Anonymous voltou a agir em julho de 2020, ao tornar públicas supostas acusações judiciais de estupro e violência física cometidas pelo presidente Donald Trump.
Ser um hacktivista vai muito além de invadir e quebrar sistemas. Hacktivistas são, em essência, pessoas que se unem de forma voluntária e muitas vezes anônima para, segundo eles, atuar pelo bem da sociedade.