Há quem jure de pés juntos que se trata de um namoro comum. Um namoro à moda antiga, elas dizem, que "jamais deveria ter saído de moda". Homens são provedores. Mulheres recebem presentes e dinheiro.
É o relacionamento "sugar" (algo como "amorzinho" em inglês).
Eles são "sugar daddies" ("daddy" é "paizinho"). Elas, "sugar babies" (ou "bebês", outro vocativo carinhoso). Diferentemente do que sugerem os nomes, isso não tem mais nada a ver com a idade.
É um tipo de contrato.
No primeiro date, o casal vê se dá jogo. "Daddies" avaliam se as "babies" são atraentes —"se vale o investimento", resume um deles ao TAB. As "babies" analisam se os "daddies" têm condições de bancá-las.
O principal site de relacionamento "sugar" do Brasil, MeuPatrocínio, viu a clientela aumentar 234% desde 2019. A popularidade fez com que surgissem novos apps, como Universo Sugar, Glambu, Secret Benefits e Millionaire Match.
Homens pagam até R$ 999 mensais no site MeuPatrocínio para participar da categoria "Elite", que tem mais visibilidade no app. Os "daddies" cadastrados estão, em média, na casa dos 37 anos. Afirmam ter renda mensal de R$ 141 mil e patrimônio de R$ 13 milhões.
Daddies "Elite" são mais bem-vistos pelas "babies": o selo mostra que mil reais, para eles, é dinheiro de bala. Para elas, a assinatura simples é gratuita. A "Premium", uma vitrine também, custa R$ 97 por mês.
O acordo é às claras, com mesada combinada e monogamia que às vezes leva ao altar. Mas também tem um lado obscuro, com relatos de abuso psicológico e prostituição.