O Brasil gasta R$ 15 bilhões por ano com o Congresso, o equivalente a 0,12% do PIB (Produto Interno Bruto). Nesta semana, a série Brasil dos Privilégios tenta entender por que os congressistas por aqui custam o triplo do que custam nos EUA (0,04% do PIB) ou 6 vezes o que custam no Reino Unido (0,02% do PIB). Pesa nessa conta uma longa lista de benefícios. Deputados e senadores brasileiros têm extras que cobrem gastos com moradias em áreas nobres de Brasília, motoristas particulares, combustível (incluindo de avião), passagens aéreas, refeições em restaurantes caros, celular? Podem viver confortavelmente sem gastar o próprio dinheiro. Chamam a atenção nesta conta os reembolsos de saúde, que somaram R$ 100 milhões em seis anos. Embora os parlamentares tenham convênios com acesso a hospitais de excelência, como Sírio-Libanês, Albert Einstein e unidades da Rede D'Or, acumulam pedidos de reembolso por fora. Uma única deputada foi reembolsada em R$ 2 milhões. No caso do Senado, além dos 81 ocupantes atuais das cadeiras, 190 ex-parlamentares e 126 cônjuges recebem cobertura vitalícia da Casa. Outros gastos em destaque ? Câmara paga R$ 2,9 milhões em combustível de aviação - parlamentares abasteceram até aeronaves de empresários envolvidos em casos de grilagem. A cifra é alta, mas o custo tende a aumentar. Os deputados aprovaram recentemente a criação de 18 novas cadeiras, a um custo extra de R$ 65 milhões - decisão que falta passar pelo Senado. Há também uma proposta em discussão que libera o acúmulo de aposentadoria e salário para deputados. Os dados mostram que o discurso de corte de gastos, recentemente adotado pelos congressistas, não se reflete nas despesas do Legislativo.
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