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Aba Anônima

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Orgasmo, álcool e dedo quebrado: minha solteirice parece outra encarnação

Layse Almada/UOL
Imagem: Layse Almada/UOL

Letícia*, em depoimento a Elisa Soupin

Colaboração para o TAB, do Rio

29/11/2022 22h00

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Minha história tem um coma alcoólico, orgasmos e um dedo quebrado, tudo na mesma intensidade, mas não vou dar spoiler.

É engraçado pensar nas minhas experiências sexuais do passado. A Letícia que fui um dia não é a mesma de hoje, casada com um militar que nem sonha as coisas que fiz. Mãe de dois filhos, tomada pela dobradinha casa e trabalho, tudo isso parece ter acontecido em outra vida. Mas aconteceu nessa e ainda bem que eu tenho boa memória.

Eu era estagiária de publicidade em uma agência e, solteira, tinha uma vida agitada, de muitas noites viradas. Em boa parte dessas noites viradas, foi um colega de trabalho que me fez companhia, Rafael.

Rafael era alto, moreno, tinha covinhas marcadas e músculos evidentes, tudo na medida certa para qualquer mulher ficar com vontade de dar pra ele em qualquer lugar.

A gente nunca namorou, mas se dava bem, pegava fogo em qualquer lugar. Era aquela coisa meio escondida de firma, mas que, na verdade, todo mundo sabia. Quando sobrava um tempo para pensar em sacanagem, a gente fugia para o banheiro ou, ao final do expediente, começava a pegação na mesa do chefe. Ele tinha um jeito único de enfiar a mão nos meus cabelos e me fazer gozar.

Certa vez, na volta de um evento em que trabalhamos o dia inteiro, estávamos eu e ele na van da empresa, logo nas cadeiras atrás do motorista, eu olhei pra ele e, de repente, eu estava com o pau dele na minha boca, enquanto outros colegas da firma conversavam alguns bancos atrás. A gente era assim. Leve, descomplicado, e o sexo era muito bom.

Para a Letícia de 20 anos, aquele arranjo era ótimo. Ele me garantia a liberdade que eu queria e era um pau amigo pra transar sempre que quisesse.

Certa vez, fomos para uma festa numa casa de show bem famosa no centro do Rio de Janeiro, mas não fomos como um casal. Eu estava com as minhas amigas; ele estava com a galera dele.

Combinamos de ficar entre um encontro ou outro na pista de dança, mas sem o compromisso de casalzinho. Quando a gente se encontrava, dava uns beijos, uns amassos, e tudo bem.

Mas a real é que eu queria estar com ele ali comigo o tempo todo, então comecei a encher a cara. A bebida famosinha que costumava deixar as meninas alegrinhas, naquela época, era Smirnoff Ice, pra vocês verem quanto tempo tem isso. Um amigo dizia que era bebida para deixar qualquer grelo duro... Vai saber.

Eu só queria viver o momento. Vivi tão intensamente que passei mal. Não sei o quanto bebi, mas sei que foi o suficiente para ter um coma alcoólico e ir parar na enfermaria, tomando glicose na veia. Minha amiga me acompanhou e perdeu boa parte da noitada comigo, coitada.

Em um raro momento em que ela saiu do meu lado para comprar água, encontrou o Rafa. Não demorou para que ele, moreno, suado e também já com algumas bebidas na mente, aparecesse ao meu lado.

Depois da glicose, eu já me sentia bem melhor e minha amiga passou o "turno dela" para o Rafa tomar conta de mim. Sobrou para ele ter de me ajudar a ir ao banheiro - mesmo me sentindo melhor, não era bom eu ir sozinha.

Ele estava lá, todo cuidadoso, tentando me ajudar. Quando tirei a calcinha, ele viu minha boceta e ficou com muito tesão. Na hora, vi seu pau ficar duro. "Bem que a gente podia dar umazinha aqui, né?", ele disse. Lembro bem da nossa risada safada, um mix de medo, de ousadia e uma vontade louca de experimentar mais uma transa exótica, dessa vez no banheiro da enfermaria da casa de shows.

Foram beijos cheios de tesão, suor, cheiro de álcool. Ele tirou minha calcinha que estava presa entre as pernas, tirou minha roupa, arranhou meu pescoço.

Aba_enfermaria_01 - Layse Almada/UOL - Layse Almada/UOL
Imagem: Layse Almada/UOL

Ele sentou em cima da tampa do vaso, eu ajoelhei e comecei a chupar ele ali, no banheiro da enfermaria. Ele pediu pra eu sentar nele, eu sentei, pelada, roçando a boceta no pau dele, e ele me beijando, chupando meus peitos, pegando na minha bunda. Nada poderia ser mais delicioso que aquilo. Ele tinha um pau imenso, muito grande mesmo, aquilo me atravessava a cada metida. Era dor, gemida, tesão, tudo ao mesmo tempo.

Ele me levantou, me encostou contra a porta, eu com as mãos na porta e ele meteu por trás. Não foi uma rapidinha, ficamos um bom tempo ali, entre novas posições, chupadas e beijos. A gente metendo, metendo e eu gemendo, ainda um pouco bêbada, a foda ideal.

Tinha muita adrenalina de a gente ser pego. De uma hora para outra eu tinha passado mal, melhorado e, logo depois, decidido ir transar. Olha a loucura!

Aba_enfermaria_02 - Layse Almada/UOL - Layse Almada/UOL
Imagem: Layse Almada/UOL

Ele nunca ejaculava dentro de mim. Naquele dia gozou uma vez na minha bunda e outra no meu peito. Ele gostava disso.
Quando esgotamos o tesão, me limpei, ele também se limpou, e ficamos rindo da situação, porque a gente tinha a cumplicidade do sexo.

Quando saímos do banheiro, vimos que não tinha mais ninguém na enfermaria e a porta estava trancada, com tudo apagado. Enquanto a gente trepava, todo mundo foi embora e só sobrou a gente lá. Gritamos pedindo ajuda pra sair, achando que ainda tinha gente na casa de show, que é muito grande. Mas não tinha mais ninguém. A gente transou sem ver o tempo passar, a festa acabou, todo mundo foi embora e a gente ficou ali. Preso.

Rafael tentou arrombar a maçaneta da enfermaria com um soco - e machucou a mão em uma tentativa idiota que, claro, não deu certo. Foi quando vimos uma janela basculante que dava pro estacionamento da casa de show. Ficamos gritando por ela, pedindo ajuda.

Depois de uns 10 minutos, apareceu um segurança. Com uma puta cara de mau, o segurança abriu a porta e perguntou o que a gente ainda estava fazendo ali. Rafael explicou a versão editada — disse que eu estava passando mal, que me ajudou a ir ao banheiro e que, quando saímos, não havia mais ninguém. Saímos de lá direto para um hospital municipal para ver o que havia acontecido na mão dele, que inchou logo após o soco que ele deu na porta.

Ele havia quebrado o dedo, e eu não tinha mais bateria no celular. Fiquei lá com ele esperando, rindo, beijando, enquanto ele morria de dor. Ele teve que engessar a mão. E foi assim que minha noitada acabou.

Cheguei à casa da minha avó, com quem eu morava, às 10h da manhã, com ela quase tendo um treco de tão preocupada. Mas valeu cada segundo. E faria tudo de novo. Desculpa, vó!