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A gostosa 1ª aventura de um casal que se jogou nos apps de sexo liberal

Estar com dois homens héteros significa ter um sexo ainda mais selvagem - Arquivo Pessoal
Estar com dois homens héteros significa ter um sexo ainda mais selvagem
Imagem: Arquivo Pessoal

Sofi Naguna*

Colaboração para o TAB, de São Paulo

03/01/2023 22h00

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"Gui, pega mais uma camisinha que eu quero que ele meta em mim." Se esse pedido não estivesse eternizado em uma gravação de vídeo, eu não acreditaria que havia dito aquilo após quase duas horas passando pelas mãos de meu namorado e do primeiro de muitos homens que levamos para nossa cama. O registro revela o quanto me entreguei àquela experiência de ter quatro mãos, dois lábios e dois paus à minha disposição.

Essa entrega não veio assim de repente. Na realidade, a noite de 30 de outubro começou quase um ano antes, quando, em meio a um trabalho tenso durante o dia, Gui disse que queria "presentear" um amigo — já havíamos conversado que, se fôssemos fazer algo com alguém, seria com ele.

O encontro com ele nunca rolou, mas rolaram três dias de sexting, que resultaram em transas incríveis à noite com Gui, enquanto lhe mostrava as conversas que tive com o amigo. O ciúme o fazia dominador, e eu adoro submissão.

Após a dica de uma amiga, criamos perfis em aplicativos de ménage como 3Fun e Feeld, que reúnem casais a solteiros e outros casais. Perfis criados, não houve muito segredo. São muito parecidos ao Tinder: os perfis aparecem: se você gosta, passa pra direita; caso contrário, joga para a esquerda. Em caso de "match", podem conversar por mensagem.

Sem surpresas, uma simples navegada mostra que, ao menos no Brasil, o número de homens solteiros no app supera muito o de mulheres. O Feeld, que no Google Play conta mais de 1 milhão de downloads, afirma que 35% dos seus usuários são casais e 40% do total são heterossexuais.

Quando encontramos um cara bonito e criativo, é preciso aproveitar. Sendo justa, há bastante gente interessante, inclusive o primo de um senador com quem acabamos fazendo uma suruba a cinco. Mas mulheres solteiras são poucas. O mais comum é ver casais querendo sair apenas com mulher, o que nos incomoda por reforçar o velho fetiche do bi feminino.

Foi Gui quem achou nosso primeiro parceiro e estabeleceu o contato. Papo vai, papo vem, Miguel** conversou com ele, conosco, comigo, mandou foto sem camisa e do pau duro. Trocamos mensagens calorosas em uma noite e então decidimos que a iniciação seria com ele.

Marcamos em um bar perto de casa, fácil de desistir e ainda mais fácil de dar o próximo passo se a coisa esquentasse. Meu nervosismo era visível logo antes de encontrá-lo. Não sabia o que eu sentiria com dois homens, o que meu namorado sentiria, ou o que aquele desconhecido sentiria sobre transar conosco.

Após uns drinques e boas risadas, fomos fumar. Na rua, Gui cochichou no meu ouvido para eu dar um beijo naquele homem que acabara de conhecer. Estava com a sensação de que algo iria acontecer, mas sem ter certeza do que ou como. Resolvi ir ao banheiro, mas antes dei um beijo no meu namorado e outro naquele moço.

Não costumo ser uma pessoa que toma atitude, mas por algum motivo tive coragem e vivemos o que para mim durou horas. Dois homens me desejando e querendo, me sentindo e me tocando. Esse primeiro beijo veio como uma explosão. Beijava-o na calçada enquanto Gui segurava forte minha cintura e beijava meu pescoço. Naquele momento parecia que nada mais existia, e já sentia minha calcinha molhada.

Ménage com dois homens heterossexuais - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal

Não me continha e gemia arrepiada enquanto beijava aquela boca — a primeira de outra pessoa em três anos. Sentia aquelas mãos, tateava um corpo diferente e gostoso, sendo observada pelo meu parceiro. Fiquei molhada na hora e fico de novo agora relembrando.

Passado um tempo, resolvemos ir para casa para concretizar o que vínhamos imaginando. No elevador, os dois me beijavam, me tocavam como se nos conhecêssemos havia anos e aquilo fosse comum, trivial. Na sala, Gui começou a tirar minha roupa com os dois ainda completamente vestidos. Mandou-me chupá-los. Sou tomada pela sensação de submissão e poder.

Comigo de joelhos, só de calcinha no meio da sala chupando os dois, Gui resolveu pegar a câmera fotográfica. Fotógrafo amador, vive fazendo fotos minhas e vídeos nossos. Até hoje revemos os vídeos, e são deles as fotos deste relato.

Quatro mãos passando pelo meu corpo, pelos meus peitos. Enquanto beijava um, o outro lambia meu pescoço. Gemia só com o toque. Ajoelhei e chupei os dois novamente. Eles seguravam meu cabelo. Fiquei de quatro e um meteu em mim, enquanto chupava o outro. Eles se revezaram. Um deles me pegou, deitou no chão e me chupou gostoso, enquanto o outro me beijava e lambia meus peitos. Gozei intensamente. Peguei um deles pela mão, levei pro sofá e sentei com vontade. O outro entrou por trás. Gozei de novo. Repetimos as melhores coisas, improvisamos com os corpos deixando fluir esse contato que era estranhamente familiar. Como não querer de novo?

Ménage com dois homens heterossexuais - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal

Segundo dados do Feeld, pessoas em casais se identificam mais frequentemente como bissexuais, heteroflexíveis e pansexuais do que os solteiros. Gui mesmo teve sua primeira experiência homossexual com um rapaz que também conhecemos no aplicativo, que parecia mais interessado nele do que em mim. Eu, por outro lado, nunca tinha presenciado meu namorado beijando e tocando outro homem, e aquilo me deixou excitada. Eu só observava com um sorriso no rosto, admirando o homem aberto e safado que tenho ao meu lado.

Miguel tinha dito que era hétero, mas queria fazer ménage só para ver uma mulher doida com dois homens. Teve exatamente isso. Meu gemido saia diferente, meu tesão foi outro, mais carnal. Fiquei em êxtase tendo dois paus para mim, e soube o que fazer o tempo todo, como se fosse natural estar com mais de uma pessoa.

Estar com dois homens héteros significa ter um sexo ainda mais selvagem. É ser o absoluto centro das atenções, rainha e puta ao mesmo tempo. As coisas fluem de uma maneira incansável. Em todos os momentos estava molhada, querendo mais, querendo ser chupada, querendo chupar, querendo sentar, querendo dar. Me sentia exausta, mas não queria que aquela experiência acabasse nunca. Me senti em transe naquele sexo diferente de tudo que já havia experimentado. Me senti solta, entregue, deliciosamente à mercê daqueles dois que tanto me desejavam.

Ménage com dois homens heterossexuais - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal

Mais do que a dupla penetração, amei mesmo chupar um enquanto dava para o outro de quatro. Gui gozou dentro de mim nessa posição. O VAR mostra: enquanto ele gozava, eu me esfregava, passava o rosto, os lábios, a língua, abocanhava Miguel.

Até hoje falamos com ele, inclusive para nos encontrarmos de novo. Provavelmente ainda não rolou por medo de a segunda não ser tão incrível como a primeira vez. Melhor a lembrança perfeita à realidade menos que perfeita.

Nos despedimos de Miguel e encerramos a noite indo a uma festa com amigos, só nós dois. Nos sentíamos superpoderosos e mais parceiros do que nunca.

Claro que continuamos gostando de um sexo a dois, seja mais amoroso ou carnal. Mas agora sabemos que trazer novas pessoas para nosso relacionamento nos completa de alguma forma, nos faz ter mais tesão um no outro — e isso é mais uma das coisas fascinantes de um ménage.


* Sofi Naguna é pseudônimo de uma mulher que, junto de seu parceiro, vem descobrindo desde 2021 os prazeres e limites das relações com outras pessoas, dentro dos seus fetiches e fantasias.

** Nome trocado