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Casal de SP cai na gandaia em noite dedicada ao fetiche de ser corno

Adams Carvalho/UOL
Imagem: Adams Carvalho/UOL

Gustavo Basso

Colaboração para o TAB, de São Paulo

02/05/2023 22h00

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Extasiada e exausta, Jussara*, 35, se joga no colchão molhado de suor e salpicado de embalagens de camisinhas e roupas largadas, enquanto seus parceiros também tentam se recuperar, sob a luz vermelha e fraca do clube de swing. A casa não intimida a mulher que, há um ano, tem como uma das fontes de renda os shows de gangbang.

Pouco a pouco ela se aproxima de quem está ali, sentindo se os homens estão abertos ou não à brincadeira, e no bar mesmo começa a chupá-los sob o olhar curioso e excitado de uma amiga que conheceu tempos atrás, num evento como esse. O marido também olha.

Jussara é a grande atração do clube que acaba de abrir no Tatuapé. "Moro aqui perto e passo muito na frente para sentir o clima. Hoje não tinha como não entrar. Acompanho ela há um tempo", conta o fã Guilherme*.

Forte e tatuado, o funcionário público chamou a atenção de Jussara enquanto Pedro*, também servidor, a toca em um canto. "Estava conversando com ela no fumódromo, achando que não ia acontecer, porque o movimento estava fraco, mas foi piscar para pegar um uísque com energético e ela já estava se atracando com outro rapaz; aí também quis participar", relata ele, empolgado. Ato contínuo, dá uns goles na bebida e se joga, entre as luzes coloridas do bar e os gemidos da mulher, atiçando os presentes.

Bruno*, com quem Jussara é casada há 14 anos, acompanha todas as suas transas coletivas que muitas vezes passam de cinco homens ao mesmo tempo. Foi ele o responsável por iniciá-la no meio liberal, entre festas e eventos com outros solteiros e casais. Voyeur assumido, Bruno se excita em observá-la provocando, atacando e transando com outros homens, para só se divertirem ao chegar em casa.

"Ele fica muito mais excitado depois de ver uma cena dessas, e acaba sendo ainda melhor", conta ela. O perfil do casal é perfeito para Pedro, que diz sentir quatro vezes mais tesão transando sob os olhares do marido do que numa transa "normal".

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Imagem: Adams Carvalho/UOL

Bem-dotado, Pedro já fez pornô profissional — diz ter atuado de graça, apenas pelo fetiche de transar com uma atriz, mas sem expor o rosto. "Até hoje a cena de que mais gosto é uma em que estou segurando a Jussara no colo, com as pernas no meu ombro, e tudo filmado pelo Bruno", comenta.

De pernas para o alto

Jussara e Bruno passaram a produzir conteúdo adulto pouco tempo atrás.

"Sempre adorei atrair os olhares antes desse episódio, o Bruno também; além disso, eu poderia trabalhar de casa, sem sofrer com o medo de ser julgada por conhecidos ou desconhecidos na rua, era perfeito", avalia ela.

Ao exibicionismo e lives com internautas se seguiram cenas de sexo com convidados, depois o convite de produtoras especializadas em cuckold, o fetiche de ver a parceira transando com outros. Há um ano, começaram os shows de gangbang.

Depois de atrair os dois homens, ainda no andar de cima, Jussara os convida para o quarto destinado a ela. No topo da escada que leva ao "labirinto", aproveita para se hidratar e pegar suas próprias camisinhas. Pedro e Guilherme a aguardam nus e eretos.

Inspiração para orgasmos

Ao longo do último ano, Jussara estima ter feito 50 shows pagos em casas de swing — um gangbang por semana.

"Em um dos shows havia um casal e os homens começaram a passar as mãos na mulher; o marido se animou com a brincadeira e no final ficamos nós duas recebendo todos aqueles tarados no meio", conta. "Foi a primeira vez que uma mulher entrou."

Alcione cai na empolgação do trio, que sua e geme. Ela se joga no colchão onde caberiam fácil quatro casais. Enquanto isso, outros preferem buscar um canto privativo para aproveitar o tesão inspirado pela cena.

"A maioria dos homens e casais prefere ficar só observando. Transar mesmo são quatro, cinco de uma vez; muitos ficam tímidos com a exposição", confessa Jussara. Já pensando nessa timidez masculina é que ela havia convidado Pedro, um amigo do mundo liberal.

"Homem adora falar que faz e acontece, mas, chega na hora, não corresponde, então já ajudei algumas vezes", conta o convidado, ainda no quartinho de luz vermelha. Os colchões, no final, ficaram molhados de squirt, como é conhecida a ejaculação feminina.

O quarteto ri ao conferir a poça deixada por Alcione no canto onde, minutos antes, Guilherme a penetrou com os dedos num movimento rápido, forte e ritmado.

Gozar nos shows não é algo comum, conta Jussara. Dos cerca de 50 shows com aproximadamente 150 homens, ela diz ter gozado em apenas três. "Fazer com alguém com quem tenho alguma intimidade ajuda muito nesse processo. Além de o Pedro ser um desgraçado comedor", diz ela, aos risos. Pedro, vulgo comedor, atribui o sucesso da empreitada à presença da reportagem. "Ser observado assim me excita, o que posso fazer?", diverte-se.

Nessa hora, Bruno lança um sorrisinho malicioso à mulher, já esperando o momento de chegar em casa e deixar de ser apenas espectador da transa alheia.

*Nomes fictícios