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Aba Anônima

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'Ele gemia em sérvio; eu, em português': uma aventura num cruzeiro europeu

Adams Carvalho/UOL
Imagem: Adams Carvalho/UOL

S.D., em depoimento a Lary Martins

Colaboração para o TAB, de Lisboa

11/07/2023 22h00

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Prestes a embarcar num cruzeiro de 11 dias pela Europa, meu namorado me chifrou. Tínhamos programado uma viagem romântica que, com o perdão do trocadilho, ficou a ver navios. Para não perder as passagens, embarquei então com uma amiga. Nem imaginava que, a bordo, eu encontraria um dos sexos mais avassaladores que já tive.

O primeiro dia foi frustrante, na verdade. O navio parecia mais uma casa de repouso que qualquer outra coisa. Tínhamos duas opções: ou fazer amizade com quem tinha a idade mais próxima da nossa, ou nos contentar com as noites de bolero junto aos idosos. Escolhemos a amizade.

Foi assim que conhecemos os animadores e músicos do navio. Eles foram escondidos à nossa cabine, com medo de serem descobertos e demitidos. Rolaram uns flertes, umas pegações, muita risada. A gente estava vivendo tudo o que tinha pra viver.

"Good morning" foi o máximo que eu tinha trocado com um dos funcionários do navio até então, um sérvio lindo de 1,85m. De uniforme azul-marinho, ele ficava na mesa de som e, de longe, me mandava piscadinhas de safado. Tinha uma plaquinha dourada com o nome: Luka. No terceiro dia de viagem, vi que ele estava à minha espera na porta do restaurante depois do jantar.

"Todo passageiro tem curiosidade de ver como é a área dos funcionários de um navio. Você tem?", perguntou, num inglês truncado — o meu também não é tão bom. "Minha única curiosidade aqui é te ver pelado", pensei. "Mas a gente pode?", respondi.

"Poder não pode, mas acho que consigo. Você quer?", ele convidou. "O que você quiser, eu quero." Àquela altura, eu já estava louca.

Como sempre vi em filmes, as cabines dos funcionários ficam no subsolo. Depois de descer uns andares, pouco antes de entrar em uma área restrita, num recuo usado para armazenar itens de limpeza, ele me disse: a gente não precisa entrar, dá pra fazer coisa melhor por aqui. O tesão já estava tão no ar que dava pra sentir.

Luka não me beijou de cara. Começou pegando no meu pescoço, de um modo delicado, mas provocador. Veio com a boca bem próxima de mim e me perguntou: você quer?

Se eu queria? Estava me desmanchando inteira.

Ele ficou num vaivém perto dos meus lábios, mas sem me beijar. Se aproximava, soltava um suspiro quente e se afastava. O beijo só aconteceu quando eu disse expressamente que queria.

Foi um beijo macio, com calma. Mas intenso, com um recado: quero fazer isso direito para que você note que eu sei fazer bem melhor.

Fui gemendo baixinho, e ele foi se empolgando. Com o corpo colado um no outro, o pau dele mostrava o quanto ele estava gostando.

Sugeri que fôssemos para minha cabine — daríamos um jeito para que ninguém o pegasse nessa infração safada, disse-lhe. Fui primeiro, pedi para minha amiga ceder o quarto, troquei de vestido e de lingerie. Combinamos que ele subiria sozinho.

Ele bateu à porta. Para quebrar um pouco o gelo, conversamos como se não tivesse acontecido nada no porão do navio. Depois, nossas mãos se encontraram, nossos corpos se aproximaram, e ele retomou a dinâmica do beijo quase beijo até, enfim, muitos beijos de verdade.

Aba_cruzeiro_01 - Adams Carvalho/UOL - Adams Carvalho/UOL
Imagem: Adams Carvalho/UOL

Depois de um tempo de pegação, com as mãos dele nos meus peitos e o pau dele na minha mão, ainda estávamos vestidos. E foi assim que sentei nele, na cama, cavalgando. Só nesse momento notei que meu vestido jeans tinha uma costura central que pegava exatamente no meu grelo. Bastaram duas reboladas para saber que eu precisava tirá-lo logo, senão gozaria ali mesmo, de vestido e tudo.

Inclinei o tronco para trás e tirei, de uma vez. Ele pareceu surpreso, como quem não esperava esse movimento — ou como quem gostou demais do que viu.

Luka não devia estar muito acostumado a meninas que gostam de fazer showzinho na hora do sexo. Sou uma dessas meninas. Gosto de provocar, brincar, fazê-lo olhar e babar. Porque é gostoso. Porque eu gosto.

Quando virei essa chavinha, ele virou a dele também. Quando dei por mim, estava cavalgando enquanto ele olhava com cara de tesão. De repente, ele me pegou como uma boneca e me mostrou o que um gringo também sabe fazer. Ele me virou de quatro e estocou na minha buceta aquele pau grande e grosso, com a cabeça bem vermelha. A gente gemia. Ele, em sérvio. Eu, em português.

"Gostosa. Continua. Delícia. Rebola", fantasiei que era o que ele dizia.

A incompreensão das palavras me dava mais tesão. Não precisava entender sérvio enquanto ele me puxava, me pegava, me direcionava. Quando o sexo está assim, avassalador, temos a impressão de que durou anos, mas sei que foi rápido. Gozei e muito. Ele também.

Nos dias que se seguiram em alto mar e nas paradas em Capri, Valência e Barcelona, Luka estava comigo. Em público, a gente se portava como um casal: perguntávamos do dia um do outro, tirávamos fotos, andávamos de mãos dadas.

Transamos mais umas cinco vezes na viagem. "Vamos ver se consigo enlouquecer essa brasileira", era o que ele pensava, na minha imaginação. E ele conseguiu. Todas as vezes.