Não é só impressão sua: o feminismo invadiu quase todos os lados da cultura pop. Provas? Beyoncé pontuou "Homecoming", seu documentário de 2019 sobre os shows no Coachella, com frases de feministas negras; Brie Larson não só quebrou recordes com "Capitã Marvel", filme que é quase um curso básico de feminismo, como exigiu mais mulheres e minorias entre os jornalistas que cobriram a estreia; o livro "O Conto da Aia", de Margaret Atwood, virou série de sucesso 30 anos depois de ser lançado.O filme da Arlequina que acaba de estrear, aliás, saiu com o título "Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa". Sim, você leu certo: "emancipação".
A imprensa internacional tomou um lado: "Por que tantos filmes com inclinações feministas agora? Talvez porque já não era sem tempo". E a CCXP (Comic Con Experience) de São Paulo, um dos maiores festivais de cultura pop do mundo, fechou 2019 com uma presença maciça de mulheres, numa edição marcada pelo protagonismo feminino.
Até mesmo obras teóricas do feminismo vêm sendo publicadas ou reeditadas, tomando as prateleiras das livrarias em seções inteiras dedicadas a "feminismo", junto a livros de ficção e HQs. O caso de amor entre a indústria cultural e o feminismo vem sendo construído há alguns anos, mas há algo de incômodo neste casamento, que tem algo de arranjado.
A Mulher-Maravilha, talvez, possa nos ajudar a entender o que aconteceu.