Se as emissões de carbono mundiais ficarem limitadas ao que foi estabelecido no Acordo de Paris (cientistas preveem que não vai acontecer), a expectativa da Climate Central, ONG que monitora mudanças climáticas, é que o nível dos oceanos suba 24 centímetros até 2050 e cerca de 49 centímetros até 2100. Pode parecer pouco, mas a subida inicial, que equivale a algo como uma régua escolar, poderá desabrigar, só no Brasil, cerca de 1,4 milhão de pessoas.
Para lidar com o aumento no nível de rios e oceanos, a ideia é aperfeiçoar técnicas de arquitetura flutuante para construir comunidades, bairros e até cidades que possam boiar sobre as águas.
Na crista pop dessa onda está o arquiteto dinamarquês Bjarke Ingels, que apresentou em 2019 um TED Talks sobre o ousado projeto de uma cidade construída para flutuar nos oceanos. "Oceanix City" foi imaginada por Ingels em parceria com a ONU e o Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT), e promete ser capaz de produzir a própria energia, gerenciar seus recursos hídricos, cultivar a própria comida e lidar com os próprios resíduos. "Nosso mundo está mudando, nosso clima está mudando. Não importa quão crítica seja a crise climática (e ela é); mudar também é o nosso super poder humano coletivo", afirmou Ingels na ocasião.