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Aba Anônima

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Transei com dois homens que só saem para comer juntos a mesma mulher

Adams Carvalho/UOL
Imagem: Adams Carvalho/UOL

A.T.R.*

31/01/2023 22h00

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Conheci o Igor em uma balada de amigos, num apartamento. Na hora, senti uma tensão sexual que foi se diluindo durante a noite. Fiquei realmente entretida com a conversa — ele tinha ótimo papo — e procurei não ficar pensando em flertar, já que ali nem era o ambiente para isso. Ele foi embora antes de mim e se despediu com um abraço caloroso. Pensei naquele momento que havíamos cruzado para a linha da amizade e seria um caminho sem volta. Uma pena, porque ele era bem gato, mas também estava me sentindo bem de conhecer alguém tão legal.

Fui para o quintal fumar e, para minha surpresa, ele apareceu outra vez na minha frente.

"Oi, você pode me dar seu telefone?", ele tinha um sorrisinho safado e me estendeu o celular. Eu digitei o número e ele agradeceu com um beijo no canto da minha boca. Tinha pulado da linha da amizade de volta ao campo da tensão sexual em segundos.

"Preciso ir embora", ele disse, e apontou para a porta: "Meu amigo está esperando". Na porta de vidro que separava o quintal da cozinha, um moço piscou para mim. Terminei o cigarro ali sozinha sem conseguir conter um sorriso.

Três dias depois, Igor me ligou. Perguntou se eu gostava de drinques, disse que tinha visto um restaurante ótimo perto da casa dele, que poderia me pegar. Eu disse que não precisava, poderia ir até lá. Passei em casa depois do trabalho, tomei um banho, coloquei uma lingerie nova — fui preparada para tudo que não fosse continuar na "friendzone".

Chegando lá, ele me abraçou forte, falamos sobre a festa de uns dias atrás e sobre o cardápio. Pedi o drinque que ele sugeriu e tentei jogar meu charme para entender até onde ele ia, mas ele olhava para a varanda do lugar com insistência e acabei perguntando se ele estava esperando alguém. "Um amigo", ele disse. Devo ter chocado com minha expressão involuntária, porque ele completou: "Calma, vai ser divertido".

Tentei contornar a frustração e entender que ninguém veria a minha calcinha rosé com tiras finíssimas e renda além do meu cachorro, quando eu chegasse em casa e colocasse um pijama velho para dormir. Mas Igor continuava contando histórias e perguntando de mim — o danado era realmente bom de papo. O amigo chegou depois de uma meia hora e se apresentou: Eduardo. Era o rapaz que tinha piscado para mim na porta do quintal aquele dia.

Descontei o que acreditava ser uma noite de sexo fracassada no álcool. Pisco Sour, Bloody Mary, Aperol, Negroni... o que vi no cardápio, pedi para o garçom. Fui ao banheiro já achando tudo divertido e ri da minha calcinha quando levantava a saia na cabine. Lá fora, em uma pia comunitária, estava Eduardo. Ele era mais alto do que eu imaginava e mais cheiroso do que eu me lembrava. Sorriu para mim e passou a mão por cima do meu ombro para pegar o papel-toalha, deixando o rosto por uns segundos muito perto do meu. "Oi", ele disse. Eu ri de volta. "Que bagunça vocês dois fazem", eu respondi.

Me sentei de volta e Igor estava de novo com a cara de safado. Eduardo arrastou sua cadeira para se sentar, dizendo: "Ela está achando a gente bagunceiro". Igor respondeu que eu nem tinha visto a bagunça ainda.

Eles me convidaram para esticar a noite no apartamento de Igor que era a duas quadras dali. Eu aceitei — ia perder o quê? — e fui caminhando ao lado deles. A conta, com quase uma dezena de drinques que tomei, já havia sido fechada e eles se recusaram a me deixar dividir. Apenas aceitei a gentileza agradecida.

No apartamento, sentei no sofá e Igor sentou ao meu lado com duas taças de gim. Apesar de haver mais lugares ali, ele encostou todo o braço em mim. Eduardo estava escolhendo discos para tocar. Quando se virou, disse: "A gente está interessado em você". Eu fiquei meio confusa: "Vocês são um casal?", perguntei. Eles riram e Igor veio na minha orelha para dizer com hálito de anis que não eram um casal, mas queriam me dar prazer juntos. Eu tremi.

Eduardo estava encostado em frente ao sofá me olhando e eu abri a perna para perguntar como isso funcionaria. Ele caminhou até o sofá rapidamente (o cara era esperto e pegava os recados na hora) e ajoelhou no chão na minha frente para me explicar o que ia acontecer, se eu topasse. "A gente gosta de dar prazer ao mesmo tempo", ele escorregava a mão pelo meu joelho em direção à parte interna da minha coxa, enquanto Igor beijava meu pescoço e o gelo derretia no copo de gim que eu tentava segurar. Nunca tinha vivido nada parecido. Um deles perguntou se eu topava, se estava gostoso e eu apenas gemi que sim. Não tinha a menor condição de pensar em pudores ali. Se a situação já era irracional, que continuasse assim.

Quando Eduardo enfiou dois dedos na minha boceta e percebeu o quanto eu estava molhada, foi afastando minha saia para cima. Eu desci um pouco no sofá e ele me chupou com muita vontade. Igor me beijava na boca, no pescoço, nos seios e mordia de leve os bicos. Gozei quando ele puxou de leve meu cabelo na nuca perguntando se eu sabia que era tão safada. Eu não sabia. Eduardo não parou de me chupar e eu gozei a segunda vez muito rápido.

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Imagem: Adams Carvalho/UOL

Não sei bem como fomos parar no quarto. Uma cama gigante com edredom esticado sobre lençóis bagunçados. Mas lá estávamos: Igor me penetrava pela frente, devagar e firme. Eduardo atrás passava o pau com gentileza na minha bunda, esfregava no meu cu por fora e eu dava gritinhos cada vez que gozava — foram muitas vezes. Eles inverteram e Eduardo me penetrou por cima — Igor já estava quase para gozar e ficou se masturbando esfregando meu clitóris ao mesmo tempo ao lado. Eles agiam em completa sincronia, parecia um número que haviam ensaiado muitas vezes. Eu avisei que ia gozar — o orgasmo estava vindo muito forte e os dois responderam "vamos".

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Imagem: Adams Carvalho/UOL

Um caiu de cada lado da cama e eu no centro tinha uma crise de riso.

"Vamos tomar banho?", algum deles perguntou. Eu disse que sim, por favor.

Quando me vesti (achei a calcinha rosé no tapete no corredor), Igor me ofereceu um chocolate que estava sobre a mesa da sala: "Só tenho isso." Eu ri, dizendo que ele já havia oferecido muita coisa. Os meninos estavam leves e simpáticos e nem deixaram a ressaca moral da putaria bater. "Quer que te leve?", Eduardo perguntou. Agradeci e chamei um táxi. Tinha muitas perguntas, mas nenhuma força para fazê-las.

Nunca mais falei com eles, mas uma vez os vi de relance num bar de espetinhos, dividindo uma mesa com uma garota. Mais uma que teria seu dia de sorte, pensei.

*A.T.R. 38, é engenheira de produção. Os nomes dos rapazes são pseudônimos, usados a pedido da entrevistada