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Aba Anônima

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Ela entrou 'de bico' numa festa gay e virou o espetáculo da noite

Adams Carvalho/UOL
Imagem: Adams Carvalho/UOL

Kira*

Colaboração para o TAB, de Detroit

30/05/2023 22h00

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O nome dele era Jeff -- ou ao menos era isso que o aplicativo dizia. Parecia ter seus 40 anos. Nas fotos, estava abraçado a uma mulher mais nova, bonita, mas aquele não era um perfil de casal. Assumi ser solteiro, até porque isso não era um problema meu.
Logo após o "match", já conseguia visualizar suas mãos no meu pescoço e metendo mais forte, enquanto me mandava gozar. Será que ele conseguiria ser tão bom quanto em minha fantasia? Provavelmente não, mas só havia um jeito de descobrir.

Ele puxou assunto, dizendo que também gostava de música eletrônica. No meu perfil, eu pedia que me recomendassem festas de techno. DJs famosos tocavam naquela noite em um lugar de que eu gostava. Poderíamos nos encontrar por lá, mas o lugar ficava meio longe e eu não estava a fim de dirigir, principalmente se bebesse. Ele sugeriu me buscar em casa.

Ok, um milhão de coisas poderiam ter dado errado ao aceitar a carona de um estranho. O que posso dizer é que o tesão nos leva a lugares onde jamais iríamos, pro bem e pro mal. Mas todos os meus melhores orgasmos foram em situações-limite, nas quais eu não sabia exatamente o que poderia acontecer. Aquele era um daqueles momentos.

No fundo, eu só queria que Jeff me comesse o mais rápido possível.

Pouco mais de uma hora depois, ele apareceu. Estacionou em frente de casa e me mandou uma mensagem de texto. Coloquei botas pretas e vesti um casaco por cima do vestido preto curto. Batom vermelho - já viram uma boca com batom vermelho chupando um pau? Estava curiosa quanto à cor que ficaria o pau de Jeff após enfiá-lo inteiro em minha boca.

Entrei no carro. Não faço ideia de que marca era, além de ser caro. "Prazer." "Prazer." Mal nos cumprimentamos e Jeff começou a falar de seu trabalho. Ele só falava. Não perguntou muito sobre mim. "Mais um narcisista", pensei. Eu sei, parece ruim. Mas narcisistas não são de todo péssimos. Uma de minhas melhores trepadas foi com um CEO australiano bem autocentrado que se empenhou para ser melhor do que qualquer outro homem na cama. E conseguiu. Parecia ser capaz de fazer qualquer mulher gozar, prestando atenção nas rotas particulares para o orgasmo.

Jeff me perguntou onde eu gostaria de ir. Retomamos a conversa sobre música e mencionei o clube de que ele havia falado. Seguimos para lá. A casa não estava muito cheia, mas isso era comum em Detroit — DJs incríveis tocando todos os finais de semana para poucas pessoas. Nos aproximamos do bar e Jeff perguntou o que eu queria. Pedi gim tônica, ele foi de uísque. Aos poucos consegui relaxar. Jeff e eu sentamos em um sofá para conversar.

Jeff era um bonito padrão, nada excepcional. Alto, cabelos curtos meio claros, olhos esverdeados. Camisa social. Olhar confiante. Botox evidente. Conversamos sobre amenidades. Em determinado momento, me levanto e digo que quero dançar. Jeff também se levanta e me puxa pela cintura. Nos beijamos. Consigo sentir seu pau duro contra meu vestido. Bom... talvez pudéssemos trepar, pensei. Mas valeria a pena? Talvez não agora. Duas forças operavam dentro de mim: eu queria tanto trepar quanto queria evitar a fadiga de uma foda ruim. Resolvi observar melhor o sujeito em minha frente até decidir o que fazer, ou não fazer, com ele.

O celular de Jeff toca. Era um amigo, Paul, convidando para uma festa em sua casa. "Mas mulher não entra", ouvi. O quê?! Ah sim, seu amigo era gay. Era uma festa só de homens. Ok, não era espaço para mim. Vamos procurar outra coisa. "Não", Jeff insistiu. "Vamos para lá. Tenho certeza de que não vai ser problema." Bom, a verdade é que sempre fico muito mais à vontade entre homens gays. Acreditando no que Jeff disse, compramos algumas bebidas e seguimos para a casa.

Uma dezena de calçados na entrada sinalizava que havia gente, já que é comum que as pessoas tirem os calçados antes de entrarem nas casas por aqui. De fato, só havia homens na festa, todos seminus, a maioria vestindo "jockstraps" (suporte atlético). Nada com que eu não estivesse acostumada. Estava apreensiva, contudo, com quão inclusivo aquele ambiente poderia ser.

Fui até a cozinha e preparei mais um gim tônica. Estava calor e eu me sentia frustrada por vestir tantas roupas perto de pessoas vestindo tão pouco. A atitude mais óbvia pareceu tirar minha roupa. Não é como se aqueles caras ou Jeff fossem se importar.

Para minha surpresa, minha bunda exposta em uma calcinha preta fio dental virou pretexto para as jockstraps coloridas puxarem assunto. "Você é muito gostosa, uma pena que eu não coma mulher! Qual o seu nome?". Em pouco tempo, já havia conversado com quase metade da festa. Mas por onde andava Jeff?

Decidi procurá-lo. Entrei em um segundo cômodo da casa. Luzes baixas e avermelhadas. Lá estava ele. "Hey, baby, come here", ele me chamou. "Wanna see something?". Jeff me puxou até uma escada que levava ao porão. O ambiente estava escuro, exceto por luzes iluminando o que parecia ser um palco. Do teto desciam cordas presas a um balanço preto. Um dos caras estava no centro do balanço, com as pernas abertas e suspensas no ar, enquanto outro o fodia por trás. Ao redor, os espectadores batiam punheta acompanhando o cara no centro pedir mais, enquanto o que fodia atendia aos seus pedidos. Pareciam prestes a explodir.

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Imagem: Adams Carvalho/UOL

Jeff percebeu meu olhar de diversão e me perguntou o que eu estava achando. Puxei sua mão e a coloquei na parte de dentro das minhas coxas. "Consegue sentir escorrendo?". Ele riu uma risada sacana. Com a mão já ali, aproveitou pra tirar minha calcinha. Jeff se agachou e começou a me chupar. Logo me virou de costas contra a parede e lambia meu cu.

Golpe baixo, pensei, já que isso é capaz de me convencer a trepar de todos os jeitos possíveis. Quanto mais eu gemia, mais Jeff enfiava a língua em minha bunda. Seu pau parecia prestes a estourar. Ainda na parede, ele começou a me enrabar. Aos poucos, começou a meter mais forte. Um dos caras que assistia se aproximou. Jeff e eu fizemos um sinal para que ele chegasse mais perto.

Ele se ajoelhou e, por baixo, começou a lamber o saco e o cu de Jeff, enquanto o meu próprio cu era fodido. Enquanto isso, um segundo cara também se aproximava. Estava de pau duro e parecia se divertir com o que via. "Nunca chupei uma buceta", confessou. "Posso experimentar?"

É inexplicável a sensação de ser chupada e comida ao mesmo tempo. Em alguns minutos eu já não sabia mais o que estava acontecendo. Jeff chupava um pau enquanto me comia. De repente havia um terceiro (ou quarto?) pau em minha garganta. "Finalmente consigo ser fodida como eu quero", pensei. Enquanto isso, alguém cujo nome não faço ideia chupava minha buceta. "Enfia os dedos assim", eu ensinava, nos poucos segundos em que conseguia falar. Ele aprendeu rápido.

Quando Jeff sentiu que iria gozar, ordenou que seu amigo Paul se ajoelhasse em sua frente. Gozou na boca do amigo com certa familiaridade. Aquela não parecia nem de longe ser a primeira vez. Paul limpou seu pau. Jeff sorria. Ele então se aproximou, conferindo minhas reações e gemidos. Nos olhamos. Gozei olhando em seus olhos. O cara que chupava minha buceta parecia não se cansar do brinquedo novo e continuou até que eu gozasse de novo, mas não antes de eu sentir o pau de Jeff duro novamente.

Não sei quanto tempo aquilo tudo durou.

*Kira é antropóloga e, em sua pesquisa de doutorado, estuda trabalho sexual, pornografia e a economia política do sexo em Nova York.