'Senta na cara dele': o 1º sexo ao vivo de um casal de garotos de programa
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É numa casa ampla, numa rua residencial na zona norte de São Paulo, que Mari Avilla e Victor Prado vão transar ao vivo para uma plateia virtual. Faltam vinte minutos para isso acontecer e eles conversam amenidades enquanto fumam um cigarro no quintal dos fundos.
Com corpo escultural, cabelos longos e ruivos, Mari apaga a bituca e se apressa: "Só vou fazer a chapinha". Seu parceiro de cena, com tatuagens espalhadas pelos músculos bem definidos, aproveita a deixa para ir ao banheiro.
Dez minutos depois, ela reaparece ainda mais sexy na sala da casa, onde o cenário montado simula em detalhes um quarto simples e aconchegante: uma cama de casal, pôsteres na parede, abajur e mesa de cabeceira.
Com vestido preto curtíssimo e sandálias brilhantes na mão, ela pede ajuda a Victor para amarrar o calçado no tornozelo. Ele tenta, com dificuldade. "Quero ver você tirar isso aqui depois", ele brinca. Ela ri: "O pessoal vai gostar de ver você tirando isso lentamente".
Indiferentes à tensão sexual que começa a flutuar no ar, há outras três pessoas na sala (fora o jornalista que vos fala), cada um preocupado com funções mais aborrecidas. Enquanto uma prepara as lentes da câmera, outra repassa as orientações. "Começa com um papo, segura um pouco, uns dez minutinhos e pode começar a pegação. Vamos pensar uns cinco minutos para cada posição, ok?"
Sentados na cama, o casal se olha, troca risadas discretas e entrelaçam as mãos diante de uma televisão grande, onde se veem. Acima da tela, um celular está posicionado para captar toda a ação, em plano aberto. "Você está gelada", Victor observa. "Tá nervoso?", pergunta Mari.
"Cinco minutos, pessoal", avisa a produtora, em contagem regressiva, enquanto repõe o energético num copo e coloca uma música de fundo. "Victor, o lubrificante está aqui na gaveta, tá?".
Por trás do aparato tecnológico, um homem checa tomadas, cabos e conexão de internet para que os assinantes do Sexy Hot possam ver a transa em alta qualidade. Desde a fase mais dura da pandemia, o canal de conteúdo erótico tem produzido lives de striptease, masturbação e sexo explícito para saciar seus espectadores, que participam ao vivo num chat com perguntas e pedidos.
A live daquela noite era uma das mais esperadas. Apesar de não serem atores pornôs conhecidos das produções do canal, Mari e Victor são sensações entre as contas de conteúdo erótico no Twitter e outras plataformas. Além disso, havia um entusiasmo adicional: os dois são, de fato, namorados.
Havia também uma expectativa silenciosa nos bastidores. Aquela live por pouco não aconteceu: o casal chegou a se separar e, logo em seguida, cancelou a participação. Não demorou muito para voltarem atrás e assumirem o compromisso, mas o clima de mistério ainda pairava — afinal, eles estavam juntos novamente ou só cumpriam o contrato, como bons profissionais da área?
Atenção: no ar!
"Estamos entrando ao vivo", indica a produtora. O casal se vê refletido na televisão — lindos, jovens e carismáticos — e se apresentam.
Mari tem 23 anos, trabalha como acompanhante desde os 18. Entrou na área de vídeos eróticos — que hoje distribui pelo Twitter e no OnlyFans - durante a pandemia, quando parou com o atendimento presencial. Já Victor, 26, é conhecido nas redes como o GP (garoto de programa) Vitinho e, até pouco tempo, gravava vídeos eróticos apenas como hobby.
Como se captassem a dúvida nos bastidores, os espectadores logo perguntam se eles são ou não namorados. Eles mostram a aliança na mão. Estão juntos há oito meses. "O bom é que os dois sempre gostaram de se exibir", nota Victor, lendo outras perguntas na tela. Alguém quer saber se eles têm ciúmes. "Não vou mentir, rola sim", ele diz, de bate-pronto. "E não, não é um relacionamento aberto."
Passados cinco minutos, a produtora levanta uma folha sulfite onde se lê "Strip / provocação" e o casal se senta mais próximo, aperta com as mãos o corpo um do outro e dão um beijo lascivo, lento. De olhos fechados, Mari percorre o caminho debaixo da camiseta dele, enquanto as perguntas continuam: "Também faço com homem", responde Victor para a tela. Ele desliza o zíper do vestido, expondo aos poucos a pele contrastada por tatuagens pretas. "Agora vou tirar sua sandália."
Ela levanta as pernas mostrando a calcinha de renda lilás entre as coxas, e tira a camiseta do rapaz, revelando o peitoral enrijecido e a tatuagem do ano de nascimento marcada no tanquinho (1996).
As mãos procuram se livrar de qualquer vestígio de roupa, até encontrarem o sexo um do outro. Ele tenta tirar o sutiã dela com dificuldade — "será que eu consigo?", sussurra. Algumas tentativas e nada. "Esse sutiã ela nunca tinha usado comigo", justifica aos espectadores.
Tesão e bolinho de chuva
Mari e Victor se conheceram no Twitter, na incessante busca de parceiros para gravações. O primeiro papo foi até burocrático, mas logo sacaram que o interesse não era puramente profissional. "Ele começou a puxar assunto fora do contexto. Lembro que a gente falou sobre bolinho de chuva", conta Mari, fora da live. Victor ri e confirma: "Por incrível que pareça, quem trabalha com isso não fica falando direto sobre sexo ou trocando nude".
Perceberam afinidades e marcaram de se encontrar. O primeiro date foi num show do Barões da Pisadinha, em março. O som envolvente do piseiro ficou pequeno diante da química que bateu. "A gente saiu do show pra transar no carro", revela. O vídeo da rapidinha, claro, foi parar nas plataformas.
Para Victor, o "match" aconteceu por ambos estarem fragilizados com relacionamentos anteriores. "Eu estava naquelas 'poxa, ninguém vai me aceitar porque eu trabalho com isso." Com Mari, ele diz, sua carreira deslanchou. "Ela me encorajou também a fazer sexo gay, porque eu sabia que ia dar uma alavancada, mas eu tinha medo por questão familiar, cultura machista que a gente tem", diz. Com homens, ele pondera, só faz por trabalho.
É hora de gozar
A live já ultrapassa 20 minutos quando os corpos totalmente nus se entrelaçam na cama. Ela segura com força o pênis do namorado para um boquete demorado, sorvendo a cabeça, o saco. Os glúteos malhados de Victor se enrijecem e brilham, diante do refletor de luz. É a sua vez. Ele puxa a calcinha de lado e introduz lentamente a língua no sexo da parceira. Ela geme de tesão, apertando os seios rosados, com marquinha de sol. Internautas reagem: "Estão pedindo para você sentar na minha cara", ele diz. Ela obedece, rebolando na cara do namorado.
É hora do 69, entre gemidos e engasgos. O tesão aumenta e ele tenta alcançar a camisinha. Com o movimento brusco, bate com o pé no copo de energético, que espatifa no chão. Ele nem liga e vai abrindo caminho com o pênis, como se quisesse moldá-lo na parceira. Ele crava as unhas na perna dela. "Fode, filho da puta", ela pede. Em seguida, ela sobe nele, como se cavalgasse a rola grossa. Falam entre si baixinho, dividindo uma intimidade que ninguém podia ouvir.
A live entra nos minutos finais: é hora de gozar. Eles pedem para os internautas decidirem como será a bombada final. "Fica de quatro, com as pernas juntinhas", Victor lê o pedido e orienta. Ela empina até ficar de quatro na cama, a bunda grande e redonda quase eclipsando toda a cena exibida na TV. Se olham, confidentes, sem parar de meter. Ela aperta o pescoço dele e ele anuncia: "vou gozar dentro".
Para quem assiste, o ápice é marcado coincidentemente pelo apito do guardinha que passa na rua. Ele vai desacelerando, o rosto retorcido de prazer, e a joga na cama para que Mari também goze. Ela delira no sexo oral, ri. O gemido mais alto avisa que ela chegou lá.
Pausa rápida para redobrar o fôlego. Eles se sentam no canto da cama e voltam a olhar para a tela. "Ufa, não estou nem raciocinando", diz Vitor, com suor na testa. Mari agradece a todos que acompanharam o momento de intimidade.
Fim da transmissão. A produtora bate palma: "Vocês mandaram bem demais!"
Ainda leva alguns segundos para eles olharem para as outras pessoas na sala. E revelam que há sim nervosismo e tesão. "É uma live, não tem como", diz Victor.
'Semimonogâmicos'
Era a primeira live de sexo que o casal fazia e, de alguma forma, marcava uma nova fase do relacionamento — "semimonogâmico", ele explica. Eles até fazem ménage juntos, mas, fora do trabalho, o combinado é não ficar com mais ninguém.
"O que a gente pega mais no pé nem é a gravação. É o que cada um deve de respeito ao outro: não ficar de mimimi, de conversinha. A gente vê o sexo como comprar uma pizza. Pode até rolar tesão", explica Mari.
Não foi esse o motivo que fez o casal se separar brevemente. "A gente estava discutindo bastante, os dois queriam mais do que o outro estava dando", diz Mari. "Por impulso a gente não sentou e não conversou. Quando a poeira baixa, como todo casal, a gente conversou para tentar." Agora estão fazendo até terapia de casal.
A maior intimidade do casal, agora em nova fase, foi uma das lives mais assistidas do Sexy Hot, 259% mais audiência que as demais, segundo o canal. "Quando tá só a gente, é diferente", Mari nota. Victor concorda: a preocupação com os ângulos, a câmera e as pessoas influenciam a performance, mas ele não nega que as faíscas são reais, e isso faz diferença. "É tudo profissional, mas, no final, é a gente."
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