Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
'Cosplay de pobre': ser filho de professor é ser privilegiado no Brasil?
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"Cosplay de pobre", descobri não faz muito tempo, é expressão da moda nas redes sociais.
Até onde entendi, ela é atribuída às pessoas bem-nascidas que gostam de posar de "humildões" e que escondem supostos privilégios para se posicionar, sem risco de serem enxotadas, nos debates sobre justiça e direitos neste país de meu Deus. Há quem use "cospobre" para abreviar.
Outro dia, a influencer marxista Laura Sabino conheceu de perto esse termo, ao dizer em uma postagem que não era fácil falar sobre o ex-presidente Lula na sua quebrada.
Teve quem correu para "desmascarar" a youtuber, dizendo que ela estava se fazendo de líder da classe trabalhadora quando, na verdade, seria uma filhinha de papai privilegiada. A prova? Seu pai era professor da Universidade Federal de Minas Gerais. Foi o suficiente para colocar em Sabino o selo de "cosplay de pobre".
A postagem rendeu um suposto debate nas redes sobre se ter pai professor universitário era ou não privilégio.
A própria Laura Sabino escreveu sobre o ridículo da discussão em seu Twitter. Disse que seu pai nasceu na favela, começou a vender coxinha aos 14 anos e escreveu sua tese de doutorado em um barraco em um bairro periférico da região metropolitana de Belo Horizonte. Também deu aula para seu avô em uma escola de Educação para Jovens Adultos, trabalhou na rede municipal de ensino toda a vida e só em 2016 foi aprovado como professor da UFMG.
"Aí fica foda, né meus parceiros? Cês odeiam favelados mesmo", concluiu.
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