Chimpanzés são mais sociáveis após assistirem filmes juntos, diz estudo
Se você assiste séries e adora ficar discutindo sobre elas com os outros por horas, sabia que não está sozinho nesse hábito humano - ou nem tanto. Os chimpanzés também gostam de assistir a filmes juntos. É o que afirma pesquisadores norte-americanos da Universidade Duke, na Carolina do Norte. O estudo, publicado na revista científica "Proceedings", sugere que o vínculo social que acontece por meio de experiências sociais tem profundas raízes evolutivas -- e não apenas para seres humanos.
"Os humanos têm uma enorme variedade de atividades sociais que não vemos em outras espécies porque são culturais - por exemplo, ouvir música ou assistir filmes", comentou Wouter Wolf, um dos autores do estudo, ao jornal britânico "The Guardian". "Nós pensávamos que esse tipo de conexão por meio de experiências compartilhadas era exclusivamente humano."
Os chimpanzés foram colocados em pares para assistirem a um vídeo curto. Durante a exibição, os pesquisadores mediram quanto tempo levou para que eles se aproximassem uns dos outros. O efeito desse contato também foi levado em conta: quão próximos os animais ficaram e por quanto tempo permaneceram próximos.
Os animais que assistiram ao vídeo junto com outro de sua espécie se aproximaram mais rapidamente do parceiro e passaram mais tempo perto deles, em comparação com os animais que assistiram ao vídeo sozinhos.
"É empolgante que pelo menos algumas partes da psicologia que precisamos conectar por meio de experiências compartilhadas possam ter uma história evolutiva um pouco mais antiga do que se suspeitava anteriormente", afirma Wolf.
Os animais foram rastreados por apenas três minutos, logo após a exibição do curta, por isso ainda não está claro se as experiências compartilhadas fortalecem os laços sociais a longo prazo. A pesquisa também usou animais em cativeiro, portanto, não há como saber se os mesmos efeitos podem ser observados na natureza.
Ao The Guardian, o primatologista Frans de Waal, que não esteve envolvido no estudo, afirmou: "O efeito da sincronização no comportamento é um mecanismo de empatia inato muito antigo. Já se [os primatas] entendem a experiência compartilhada, bem, isso é uma coisa diferente... eu não acho que isso seja facilmente demonstrado [no estudo]."
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