45% das maiores empresas dos EUA foram criadas por imigrantes e seus filhos
Desde 2011, a revista Fortune publica a "Fortune 500", lista das 500 maiores empresas dos Estados Unidos. A nova edição, de 2019, mostra que 223 (45%) dos maiores negócios estadunidenses foram fundados por ao menos um imigrante ou um de seus filhos.
Ao todo, são 101 empresas fundadas por imigrantes de primeira geração e 122 por seus descendentes. Entre as empresas, há Apple, Levi's e Amazon. O estudo não separa imigrantes legais ou ilegais.
Juntas, as companhias fundadas por imigrantes e filhos movimentaram US$ 6,1 trilhões, enquanto o restante movimentou US$ 7,6 trilhões.
A maioria das empresas com raízes imigrantes estão em Nova York (32), Califórnia (29) e Illinois (21) - estados em que Donald Trump perdeu as eleições de 2016.
A notícia é especialmente impactante em um cenário no qual o presidente dos EUA luta para endurecer as políticas contra imigração. No último mês, ele prometeu a deportação de "milhões" que tenham entrado de forma irregular no país.
Um dos argumentos normalmente utilizados pelos que são contra estrangeiros é que eles "roubam" empregos dos nativos. O ranking da Fortune, no entanto, mostra que uma empresa fundada por imigrantes e seus filhos emprega, em média, 60.629 pessoas - 10,7% mais do que as companhias fundadas exclusivamente por estadunidenses nativos.
Responsáveis pelo crescimento econômico
Outro estudo, feito pela Universidade de Oxford e pelo Citigroup, estima que dois terços do crescimento do PIB estadunidense, desde 2011, estão relacionados ao crescimento da imigração.
A pesquisa revela que, no geral, imigrantes consomem menos benefícios públicos do que os nativos, são principalmente trabalhadores ativos e já tiveram educação em seu país de origem.
Como são mais abertos a riscos, imigrantes também são mais propensos a empreender. Nos Estados Unidos, por exemplo, estima-se que são 14% da população, mas 30% dos empreendedores. E, como a lista da Fortune mostra
, esses negócios tendem a dar certo.
O estudo indica ainda que um imigrante nos Estados Unidos tem duas a três vezes mais chances de abrir um negócio, criar uma patente ou vencer um Nobel.
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