Eduardo Cunha pediu para Cid interceder com Bolsonaro a seu favor

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Ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha acionou o tenente-coronel Mauro Cid para interceder junto ao então presidente Jair Bolsonaro.
O tema era um processo judicial que havia revogado a sua ficha suja para permitir que disputasse as eleições de 2022.
Os diálogos foram extraídos do telefone celular de Mauro Cid. Uma parte do material se tornou pública após a conclusão das investigações da PF, mas o restante do conteúdo ainda estava sob sigilo.
O UOL teve acesso ao conteúdo do celular —apreendido pela PF em maio de 2023.
São mais de 77 gigabytes, 20 mil arquivos e, apenas no WhatsApp, 158 mil mensagens.
Em julho de 2022, o TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) revogou os efeitos da decisão da Câmara dos Deputados que havia cassado o mandato de Cunha e tornava-o inelegível por mentir à CPI da Petrobras sobre a manutenção de contas no exterior.
Cunha solicitou que Mauro Cid transmitisse um recado a Bolsonaro: pedir para que a AGU (Advocacia-Geral da União) não apresentasse recurso contra a decisão que favoreceu o ex-deputado.
O receio de Cunha é que um recurso gerasse a anulação da decisão, impedindo-o de concorrer às eleições.
No restante do diálogo, Cid não retoma o assunto e não avisa se Bolsonaro havia recebido o recado. Mas, no processo judicial, não houve recurso da AGU.
O Ministério Público Federal, entretanto, recorreu, mas a decisão que liberou Cunha para disputar a eleição acabou prevalecendo.
Procurado pelo UOL, Eduardo Cunha afirmou desconhecer o diálogo citado pela reportagem.
Em 2022, o ex-presidente da Câmara disputou uma cadeira da Câmara dos Deputados por São Paulo, mas recebeu apenas 5.044 votos e não conseguiu uma vaga no Congresso.
Veja o diálogo entre os dois:


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