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Assistentes de voz se tornam os 'melhores amigos' de idosos

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Imagem: iStock

Do TAB

Em São Paulo

30/08/2019 14h34

Assistentes de voz, como Siri, Alexa e Google Home, estão se tornando os melhores amigos de idosos. Eles a utilizam para se conectar com familiares, ouvir notícias ou simplesmente poderem ouvir alguma voz.

"Há a interpretação errada de que pessoas mais velhas não gostam de tecnologia. Elas gostam. Apenas estão interessadas em outros tipos de recursos", diz Derek Holt, chefe de operações da K4Connect, uma empresa de tecnologia voltada a idosos, em entrevista à revista MIT Technology Review.

Diferente de smartphones e computadores, que exigem mais familiaridade com sistemas digitais, as tecnologias de voz são mais interativas e fisicamente mais acessíveis. Para idosos com problemas de visão ou mal de Parkinson, por exemplo, é mais fácil conversar com um assistente virtual do que digitar em pequenos teclados no smartphone.

Tecnologia já é adotada em asilos

No sul da Califórnia, um grupo de ONGs chamado Front Porch, resolveu testar integrar dispositivos com a assistente de voz da Amazon, a Alexa, em asilos. Até o final do ano, pretendem implementar a tecnologia em oito asilos e nas residências de mais 350 idosos.

Leslie Miller é uma das que foi contemplada nos testes. Tem 70 anos e é cega. Ela costuma ler em braile, mas não tem nenhum dicionário em braile e não gosta de perguntar às suas colegas no asilo. Por isso, a assistente de voz se tornou uma importante companheira de leituras.

Em novembro, Joeren Vonk, designer holandês, precisava criar uma solução para ajudar idosos a sacarem sua aposentadoria. Na Holanda, cada pessoa recebe em um dia específico, dependendo de uma série de variáveis — o que costuma causar certa confusão entre os pensionistas.

A solução foi apelar para o Google Assistente. Ele resolveu apresentar a tecnologia a 20 idosos e, em duas semanas, obteve resultados positivos. As pessoas não só estavam conseguindo sacar suas aposentadorias como estavam criando vínculos afetivos com a tecnologia. "É conveniente e eles gostam de ter um robô disponível o tempo todo para responder questões. Mas eles também dizem que têm um novo amigo em casa. De dia eles dão 'bom dia', de noite dão 'boa noite'. Ninguém quis devolver", diz à MIT Technology Review.

Um terço do público, no entanto, relatou que a tecnologia nem sempre funcionava direito, respondendo incorretamente às perguntas. Além disso, eles também se sentiram preocupados com a privacidade. Há diversas denúncias de funcionários da Apple, Amazon e Google ouvindo conversas das pessoas.