Olá, caros leitores. Vocês e a Pabllo Vittar estão bem? Espero que sim, porque o Brasil 2021 não tá perdoando ninguém. Querem um conforto? Ao menos quando chega esta newsletter em vossas respectivas caixas de entrada, significa que já estamos na metade da semana e que o fim dela está cada vez mais próximo. Enquanto o sábado não chega, aproveitem para ler as matérias fresquinhas que rolaram aqui no TAB. Do clube de pegação no centro de São Paulo ao ex-radialista que vive isolado em uma pequena ilha próxima à cidade de Recife, história é o que não falta neste país continental. Preparados? Só vem. O rapé voltou Depois de passar pela prisão, a rua e o vício, Adriano de Camargo achou sua salvação na chamada "medicina da floresta". Hoje, ele guia rodas de rapé na Cracolândia, no centro de São Paulo, tentando ajudar dezenas de usuários de drogas a se livrarem do vício. "Se chegar sob efeito de droga ou álcool, não participa de nosso ritual", conta ele ao repórter Rodrigo Bertolotto, que presenciou um dos rituais xamânicos promovidos ali. Onde Dédalos (provavelmente) perdeu as asas Motoristas de aplicativo, bem-dotados, vacinados...Toda noite o Dédalos Bar, um clube de sexo gay localizado na região central de São Paulo, elege um "ícone" para ser homenageado e pagar menos para entrar neste labirinto da pegação. Distribuído em três andares, o bar recebe dezenas de homens dos mais variados perfis e é conhecido pelo "deboche" que usa para promover as festinhas nas redes sociais. O repórter Mateus Araújo foi até o Largo do Arouche para acompanhar a rotina de um "fiscal" do clube -- que confere desde o RG e carteirinha de vacinação ao dote dos frequentadores. Tudo seguindo os todos os protocolos, claro. Crime & Castigo Uma promessa de emprego no Ceará atraiu o jovem Lucas Vinícius da Silva Faria a se mudar de Bangu, no Rio de Janeiro. No entanto, três meses depois, o sonho virou pesadelo. Lucas e mais seis funcionários da empresa foram presos e acusados de estelionato, organização criminosa e lavagem de dinheiro -- mesmo sem provas contundentes. Em uma investigação rodeada por ilegalidades, Lucas atualmente procura outro emprego para sustentar sua família. A repórter Daniele Dutra foi a Bangu para ouvir os detalhes da luta do jovem de 21 anos para provar sua inocência. Lázaro e o sincretismo Em tempos de preconceito religioso contra religiões de matriz africana, o padre Lázaro Silva Muniz ministra missas inter-religiosas e atua desde 2012 como uma espécie de "missionário da tolerância" em Salvador, acolhendo fiéis adeptos de mais de uma religião. Nas missas, padre Lázaro traz elementos do candomblé, da umbanda e do espiritismo -- tudo em um mesmo local. Na capital baiana, o jornalista Aurelio Nunes conta como Muniz tornou a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos um ambiente de acolhimento e tolerância. Cidade perdida na névoa Paranapiacaba talvez seja um dos locais mais pitorescos e atraentes para quem se interessa pelo sobrenatural. A névoa pesada que engole o distrito em vários dias do ano, favorece o surgimento de histórias fantasmagóricas. Catalogar e registrar esses "causos" é a missão de Zélia Maria Paralego, 70, dona de uma hospedaria, prestes a lançar um livro que narra todas as histórias da "Paranapiacaba do além" que diz ter vivenciado. Nas ruínas da antiga ferrovia e caminhando por casas abandonadas, a jornalista Priscila Gorzoni passou uma tarde com Zélia. "Aqui temos duas forças, puxando para lados opostos. A cidade é o encontro desses dois planos." 30 anos de solidão Foi uma desilusão amorosa, daquelas bem brabas, que fez com que o radialista Amaro Tibúrcio deixasse Cabo de Santo Agostinho para trás para se isolar em uma ilha do município. Mais de três décadas depois, Tibúrcio nem pensa em voltar para a cidade. A falta de energia elétrica e internet não o incomodam -- ele prefere dedicar-se à preservação da natureza e conscientizar quem passa pela ilha que perder tempo com as neuras urbanas. Foi assim que Tibúrcio recebeu o apelido de "Tarzan pernambucano". Após atravessar o Rio Jaboatão, Elaine Guimarães nos traz a história do isolamento voluntário deste ex-radialista e político, nascido na capital pernambucana. Moça da letra bonita De segunda à segunda, Dora Elvira Bottger mergulha a pena no nanquim, curva-se diante do papel e utiliza um dos seis alfabetos estilizados de caligrafia para eternizar nomeações, diplomas, certificados e todo tipo de honraria. Esse é o trabalho da caligrafista de 79 anos, filha de missionários alemães, nos últimos 50 anos. Levando uma vida austera e silenciosa, Bottger conta à jornalista Sibele Oliveira que só lamenta uma coisa: a substituição da escrita pela digitação. Carro e casa própria Os millennials cresceram com o sonho de dar significado a todo e qualquer aspecto da vida. A geração Z, por outro lado, chega aos 20 e poucos com uma postura mais pragmática. Neste episódio do CAOScast, podcast da Consumoteca distribuído pelo TAB, Michel Alcoforado e companhia discutem os resultados de uma pesquisa surpreendente com quem ainda está nos primeiros empregos. Leia e ouça aqui. PUBLICIDADE |  | |