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EUA desenvolvem laser capaz de reconhecer pessoas pelo batimento cardíaco

Curativo vivo para o coração? Cientistas estudam alternativas para "remendar" danos causados por ataque cardíaco - Getty Images
Curativo vivo para o coração? Cientistas estudam alternativas para 'remendar' danos causados por ataque cardíaco Imagem: Getty Images

Do TAB, em São Paulo

27/06/2019 19h26

Um laser invisível capaz de identificar alguém pelo ciclo do batimento cardíaco está sendo testado pelos EUA. A tecnologia, conhecida como Jetson, ainda está em fase inicial, é capaz de reconhecer indivíduos a uma distância de 200 metros.

Assim como as digitais e a íris, o ritmo cardíaco de cada pessoa é único. O Jetson usa uma técnica chamada vibrometria a laser, que detecta os movimentos superficiais do corpo causados pelo batimento do coração.

A tecnologia ainda tem uma série de limitações. Ela é capaz de atravessar roupas leves, mas não muito pesadas. Além disso, precisa de 30 segundos avaliando o indivíduo e demanda uma grande base de dados para saber qual o ritmo de cada indivíduo.

De acordo com Steward Remaly, do Escritório de Suporte Técnico de Combate ao Terrorismo, do Pentágono dos EUA, a novidade ainda pode melhorar em eficácia e alcance. "Não gostaria de dizer que será possível usar do espaço, mas alcances mais longos são possíveis", diz ao MIT Technology Review.

Há outras empresas usando o reconhecimento cardíaco para identificar usuários e prometer segurança. Uma delas é a canadense Nymi, que funciona no pulso do usuário e é uma alternativa ao reconhecimento de digitais.

O laser, no entanto, é feito para identificar indivíduos a distância e sem seu consentimento. Sua tecnologia é uma adaptação de dispositivos que eram usados para checar a vibração de grandes estruturas, como turbinas eólicas.

Melhor que o reconhecimento facial?

O laser pode ser uma alternativa ou complemento ao reconhecimento facial, já usado em diferentes lugares do mundo, incluindo no Brasil. Em ambos os casos, o futuro da privacidade é nebuloso. Quem vigiará os ritmos cardíacos dos indivíduos e até onde essa vigilância poderá ser usada na sociedade?

Wenyao Xu, pesquisador da Universidade Estadual de Nova York, desenvolveu sistema semelhante, mas que funciona apenas a 20 metros de distância e usa radar. Para ele, o reconhecimento cardíaco pode ser mais poderoso do que o facial. Isso porque, para detectar um rosto, é necessário que as pessoas estejam de frente para as câmeras, que também podem se confundir com adereços como barbas, óculos e chapéus.

"Comparado com o rosto, as biometrias cardíacas são mais estáveis e podem chegar a mais de 98% de precisão", afirma à MIT Technology Review. Diferentemente dos rostos, o ritmo cardíaco não pode ser disfarçado.

Embora tenha sido desenvolvida sob o contexto militar e de segurança, a tecnologia também pode ser útil para outros mercados, como o de medicina. No futuro, um médico poderá identificar arritmias de pacientes que ainda estão na ambulância, por exemplo.