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Um senador americano quer acabar com o vício nas redes sociais

Josh Hawley, senador americano - CHIP SOMODEVILLA/AFP
Josh Hawley, senador americano Imagem: CHIP SOMODEVILLA/AFP

Do TAB, em São Paulo

31/07/2019 16h15

Antes de começar qualquer tarefa, é preciso checar o Facebook, dar uma olhada no Instagram, responder mensagens no WhatsApp e fazer um post no Twitter. Um vídeo no YouTube aqui, uma passada de olho na timeline ali e lá se foram algumas horas do dia.

"As empresas de tecnologia criaram um modelo de negócio do vício", diz o senador republicano Josh Hawley, o mais jovem membro do Senado norte-americano. "Grande parte da 'inovação' neste espaço é projetada não para criar produtos melhores, mas para prender mais atenção usando truques psicológicos que dificultam desviar o olhar."

Aos 39 anos, Hawley propôs um projeto de lei para tornar ilegal o modo como as redes sociais prendem os usuários por tanto tempo ligados às telas.

O Smart Act (Social Media Addiction Reduction Technology Act) visa regulamentar ferramentas das redes e inclui a proibição do rolamento infinito dos feeds, de reprodução automática de vídeos e de oferecimento de prêmios por mais tempo de uso da rede social, chamado de gamificação.

Se aprovada, a lei também deverá permitir aos usuários colocar um limite de tempo de uso da plataforma e controlar o conteúdo que aparece na linha do tempo.

Há cinco anos em cargos políticos, Hawley tem um histórico de lutas contra uso indiscriminado de tecnologia.

Ele provocou executivos do Google sobre coleta de dados da empresa, escreveu uma carta à Comissão Federal de Comércio americana repreendendo reguladores por não protegerem consumidores de abuso de privacidade praticados por empresas do Vale do Silícios e propôs uma atualização para o Ato de Proteção à Privacidade Online para crianças, que restringe empresas de tecnologia de monitorar comportamento online de menores.

Em uma entrevista à rede de TV americana NBC, o senador ponderou se a sociedade não seria melhor sem as redes sociais. "[As redes] são parasitas do investimento produtivo, de relações significativas, de uma sociedade saudável", escreveu em um artigo de opinião na revista USA Today.

A Associação da Internet, grupo que representa gigantes como o Twitter, Facebook e Snapchat globalmente, afirmou em comunicado ao Washington Post que as plataformas de redes sociais já investem em ações para promover "experiências saudáveis online".

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