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Instagram será principal fonte de fake news na eleição de 2020, diz estudo

Do TAB

Em São Paulo

06/09/2019 13h10

O Instagram é das redes sociais com mais potencial para espalhar desinformação. A conclusão é de um estudo da Universidade de Nova York, que considerou os perigos de notícias falsas para as próximas eleições nos Estados Unidos, 2020.

Segundo a publicação, o problema do Instagram é que, por ser uma rede social orientada a imagens, ela é alvo fácil para deepfakes e memes enviesados.

"O Instagram não recebeu tanta atenção no contexto de desinformação como o Facebook, Twitter e YouTube, mas teve um papel maior nas manipulações das eleições russas de 2016 do que as pessoas podem imaginar", diz a publicação.

Um outro relatório, feito pelo Comitê de Inteligência do senado dos EUA, afirma que entre 2015 e 2018 aconteceram 187 milhões de interações com conteúdo criado pelo governo russo no Instagram. O número foi mais do que o dobro do Facebook (77 milhões) e do Twitter (73 milhões).

A revista The Atlantic destaca como o Instagram se tornou campo de disseminação de ódio. "A plataforma é, provavelmente, onde a próxima grande batalha sobre desinformação será travada. E ainda assim, a rede escapou do debate público", diz a reportagem. Os pesquisadores da Universidade de Nova York apelam: "Com as próximas eleições chegando, será necessário muita discussão e crítica".

Em agosto, o Instagram criou uma ferramenta para permitir novos usuários reportarem informações falsas na plataforma. O conteúdo denunciado é avaliado por uma equipe de checagem de fatos e, se for considerado falso, não será promovido, mas continuará disponível na plataforma.

A empresa ainda garante que está estudando políticas para remoção completa de conteúdos de "extrema desinformação."

"Nós desenvolvemos ferramentas mais inteligentes, mais transparência e parcerias mais fortes para identificar de forma mais eficiente novas ameaças, impedir indivíduos maliciosos e reduzir a disseminação de informações falsas. Nós sabemos que a segurança nunca está pronta e não podemos fazer isso sozinhos, então estamos trabalhando com legisladores e experts de fora para garantir que continuaremos a melhorar", afirmou Tom Reynolds, porta-voz do Facebook, ao The Hill.

Brasil é exemplo de perigos do WhatsApp

A publicação da Universidade de Nova York também destaca o WhatsApp como ferramenta perigosa para espalhar fake news.

Os estudiosos mencionam que como no WhatsApp a desinformação é disseminada por pessoas que o usuário conhece, as mentiras parecem ter mais credibilidade.

A publicação cita a eleição de Jair Bolsonaro e do primeiro-ministro da Índia, Narendra Mondi, como consequências de fake news espalhadas pelo WhatsApp.

O principal perigo do WhatsApp, segundo a publicação, é a possibilidade de uma pessoa encaminhar uma mentira para várias outras de uma vez. No entanto, eles elogiam a plataforma por, após as eleições brasileiras, terem limitado o alcance do encaminhamento de mensagens.

As redes sociais parecem estar se sucedendo como plataforma de desinformação com intenções eleitorais. O Facebook foi veículo para manobras na campanha de Donald Trump em 2016. Já o Whatsapp ganhou protagonismo na corrida presidencial brasileira em 2018. Agora, a bola está com o Instagram.