Farmacêuticas dizem que gastos capacitam médicos e favorecem pacientes
A Interfarma e o Sindusfarma, entidades que representam a indústria farmacêutica no Brasil, defendem os gastos do setor com médicos.
A indústria da saúde pagou R$ 198 milhões a médicos em viagens, palestras, jantares e presentes ao longo de seis anos no estado de Minas Gerais, único do país que exige que essas informações sejam declaradas, como revelou o UOL.
Farmacêuticas foram responsáveis por 91% do total dos pagamentos. O restante foi gasto por fabricantes de próteses e equipamentos médicos.
O Sindusfarma diz que bancar viagens a congressos e contratar palestras são práticas "aceitas em todos os países desenvolvidos".
"Não há ilegalidade nesta relação e ela é essencial para que os laboratórios possam informar os profissionais de saúde sobre os avanços das tecnologias", afirma a Interfarma.
Veja abaixo o posicionamento das entidades e de indústrias farmacêuticas.
Sindusfarma:
"O relacionamento da indústria farmacêutica com médicos e profissionais de saúde está focado na transmissão de informações terapêuticas e clínicas referentes aos medicamentos pesquisados e oferecidos pelas empresas. Diferentemente de outros ramos de atividade, a indústria farmacêutica atuante no Brasil não pode utilizar os meios de comunicação populares e pagos para divulgar os produtos e tecnologias que salvam vidas. O único canal para dar conhecimento dos estudos científicos, novos medicamentos e seus mecanismos de ação é o contato direto com os profissionais da área da saúde. Alguns exemplos de ações de relacionamento da indústria farmacêutica com profissionais de saúde, baseadas na difusão do conhecimento médico e científico: convidar profissionais de saúde para participar de congressos médicos e científicos, prática aceita em todos os países desenvolvidos; contratar médicos como consultores e conferencistas, que são sempre especialistas nas doenças e tratamentos analisados nos estudos e discutidas nos congressos dos quais participam, outra prática aceita em todos os países desenvolvidos".
Interfarma:
"O relacionamento entre a indústria farmacêutica e a classe médica tem como objetivo divulgar informações sobre produtos e medicamentos que necessitam de prescrição. Não há ilegalidade nesta relação e ela é essencial para que os laboratórios possam informar os profissionais de saúde sobre os avanços das tecnologias em saúde. Novos medicamentos e tratamentos precisam de profissionais conscientes e capacitados para melhorar a atenção e o atendimento aos pacientes brasileiros. O Código da Interfarma norteia a relação entre as empresas farmacêuticas associadas, outras organizações e profissionais de saúde, desempenhando um papel importante como um efetivo canal de autorregulação. O documento segue rigorosos padrões de conformidade e integridade internacionais (...) Ele permite o patrocínio e financiamento de ações de educação médica científica, para melhorar o conhecimento do profissional e o acesso do paciente a medicamentos e tratamentos modernos e eficazes".
Galderma:
"Nos esforçamos para manter os mais altos padrões de treinamento e educação a profissionais de saúde, para que os pacientes possam receber melhores aconselhamentos e tratamentos em consultório. (...) A prática, ocasionalmente, requer contratar os serviços de profissionais de saúde como instrutores em sessões de treinamento ou conferências científicas. A atividade segue as diretrizes dos conselhos profissionais e do próprio código de conduta ética da Galderma. Os profissionais de saúde que prestam serviços científicos para a Galderma são escolhidos exclusivamente com base na competência técnica e conhecimento científico que possuem".
AbbVie:
"A AbbVie colabora e se conecta com profissionais de saúde e sociedades médicas para melhorar a saúde dos pacientes em todo o mundo. Todas as nossas interações com profissionais de saúde são guiadas pela abertura e transparência, garantindo assim nossa credibilidade perante a sociedade. Aderimos aos códigos de conduta da empresa e da Interfarma, que estabelecem critérios rigorosos para o relacionamento entre indústria farmacêutica e comunidade médica".
Aché:
"O Aché afirma, em alinhamento ao seu código de conduta, publicado no site da Companhia, que apoia simpósios, congressos, seminários e outros eventos de caráter científico ou educacional que tenham por objetivo prover educação aos profissionais da área da saúde ou comunidade médico-científica, desde que esse apoio ou patrocínio não esteja condicionado à prescrição, dispensação, propaganda ou publicidade de medicamentos pelos profissionais da área da saúde, ou em desacordo com a regulamentação vigente".
Torrent:
"A Torrent garante total conformidade com as regulamentações do país".
Libbs:
"A Libbs reporta 100% das suas ações de relacionamento em Minas Gerais, atendendo à lei de transparência do estado. Preenchemos os campos obrigatórios, também em consonância com a prática adotada pelo restante da indústria. As ações de relacionamento seguem nosso código de conduta, regulamentação farmacêutica (Anvisa) e código de ética e conduta do Sindusfarma. Estamos em um movimento contínuo para o aperfeiçoamento dos nossos processos. Além disso, em 2025 reportaremos em nosso site todas as nossas ações de relacionamento com profissionais de saúde, não apenas em Minas Gerais, mas em todo o Brasil, partindo do exercício de 2024".
Pfizer/Wyeth:
"Ações direcionadas ao público médico, na Pfizer, têm caráter estritamente educacional, sem nenhuma vinculação à prescrição de quaisquer medicamentos pelos profissionais que participam dessas atividades. Cooperar com o aprimoramento da educação médica, em suas diferentes especialidades, bem como da pesquisa clínica e da atenção em saúde, visando um melhor resultado aos pacientes, é um compromisso Pfizer".
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