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Mulher acusada de matar e se passar pelo amigo é condenada a 22 anos

A cantora Mariana Munhoz, 51, foi condenada na última quarta-feira (14) a 22 anos e 7 meses de prisão pelos crimes de homicídio, ocultação de cadáver, furto qualificado e tentado, estelionato e falsificação ideológica.

Munhoz foi presa em agosto de 2022 acusada de matar um amigo, o ex-bancário Marcelo do Lago Limeira, 52, e assumir a identidade dele para então movimentar cerca de R$ 1 milhão de seu patrimônio.

Ela vai cumprir a pena em regime fechado. A decisão é de primeira instância, e ainda cabe recurso.

Durante o julgamento, Mariana Munhoz confessou o assassinato, alegando que o fez em legítima defesa durante uma briga com Limeira.

A cantora também admitiu o crime de falsidade ideológica. Após matar o amigo, ela foi até um cartório e conseguiu assumir a identidade dele, justificando que era uma pessoa trans mas ainda não havia feito a retificação dos documentos.

A decisão foi dada pelo juiz Fernando Martinho de Barros Penteado, da comarca de São Bernardo do Campo (SP). Ele também condenou o maquiador Ronaldo Gomes Bertolini, amigo de Mariana e acusado de ajudá-la nos crimes.

Bertolini vai cumprir 21 anos e 1 mês de prisão, também em regime fechado, pelos crimes de homicídio, ocultação de cadáver, furto qualificado e estelionato.

O UOL procurou a defesa de Mariana Munhoz e Ronaldo Bertolini, mas não conseguiu contato até a publicação deste texto.

O caso

Mariana Munhoz e Marcelo Limeira eram amigos havia mais de 20 anos.

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Em 18 de maio de 2021, o ex-bancário passou por uma cirurgia estética para remover uma prótese de silicone do rosto. A cantora se ofereceu para ajudá-lo durante a recuperação, mas, de acordo com a Polícia Civil, três dias depois, ela o assassinou com doses excessivas de remédios.

O crime começou a ser desvendado em abril de 2022, quando a gerente do banco desconfiou de Mariana Munhoz após ela solicitar um empréstimo em nome de Limeira.

A irmã dele foi informada e procurou a polícia.

Ronaldo Bertolini foi apontado como cúmplice de Munhoz. Eles chegaram a alugar uma chácara, no interior de São Paulo, para queimar o corpo da vítima, mas, sem sucesso, o abandonaram às margens de uma rodovia.

Ainda segundo a investigação, ao se passar por Marcelo Limeira, Mariana Munhoz movimentou a conta bancária e usou o cartão de crédito dele por um ano. Ela chegou a vender um dos carros da vítima.

Com a quebra do sigilo telefônico dos acusados, os policiais descobriram que parte do dinheiro roubado foi usada para pagar a festa de casamento de Bertolini.

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Mariana Munhoz está presa na Penitenciária Feminina de Santana, e Ronaldo Bertolini, no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Guarulhos.

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