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No Brasil, maternidade e chegada aos 40 reduzem acesso à cultura

Tiago Dias

Do TAB, em São Paulo

24/07/2019 04h00

Mulheres leem mais livros, veem mais TV e vão mais a feiras de artesanato e espetáculos de dança do que os homens, mas em todas as outras atividades culturais, são eles que lideram o acesso. Essa distância entre gêneros é um dos destaques da pesquisa sobre o comportamento cultural dos brasileiros feita pela consultoria J.Leiva com mais de 10 mil pessoas em 12 capitais de todas as regiões do país. O levantamento é destaque da primeira edição da série TAB Explica, que estreou na segunda-feira (22) com o episódio A cultura segundo os brasileiros.

O resultado parece ter relação com o papel atribuído às mulheres na sociedade. Ser mãe reduz mais o acesso a atividades culturais do que se tornar pai. "Isso se deve a essa questão de que os filhos ainda são de responsabilidade da mulher, e todos os cuidados domésticos que envolvem os filhos, e que quanto mais baixa a classe dessa mulher, mais dificuldade ela vai ter de acessar essas práticas culturais", observa a antropóloga Izabela Nalio Ramos.

Mas a cultura tem idade? À medida que uma população envelhece, é esperado que ela fique mais distante das atividades culturais de sua cidade, mas o Brasil traz uma particularidade. Enquanto nos países desenvolvidos essa exclusão acontece por volta dos 60 anos, por aqui o acesso cai drasticamente já aos 45 anos. A escolaridade, mais uma vez, pode ser um fator determinante para essa evasão.

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Como os brasileiros consomem cultura

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