Só para assinantesAssine UOL

Milton Leite diz desconhecer mensagens em que é citado no inquérito do MP

Procurado na segunda-feira (1º), o vereador Milton Leite (União Brasil), presidente da Câmara Municipal de São Paulo, respondeu por e-mail às perguntas do UOL referentes à reportagem que revelou documentos inéditos da Operação Fim da Linha.

Segundo documentos obtidos pela reportagem, o MP-SP (Ministério Público de São Paulo) aponta um "estreito relacionamento" entre Leite e a cúpula da Transwolff, empresa acusada de ligação com o PCC.

O UOL perguntou a Leite como ele definiria o relacionamento que tem com Luiz Carlos Efigênio Pacheco, o Pandora, e Cícero de Oliveira, o Té, ambos dirigentes da Transwolff que se tornaram réus após a Operação Fim da Linha.

"Desconheço os documentos mencionados pela reportagem", escreveu o vereador.

"Fato é que desconheço qualquer tipo de relação das pessoas mencionadas na reportagem com os crimes que lhes são imputados e a própria Justiça, que já determinou a soltura do presidente da empresa Transwolff [Pandora], entendeu não haver motivos para mantê-lo preso".

"Sempre fui um entusiasta e profundo conhecedor do sistema de transporte público de São Paulo e é minha a Lei que possibilitou a legalização das cooperativas em São Paulo. Nesse sentido, sempre conversei com todos os empresários do setor, buscando sempre a troca de informações para o engrandecimento do segmento, independentemente do tamanho de cada empresa, mas não mantenho nenhum relacionamento com nenhum deles", afirmou.

O UOL perguntou se Leite sabia que Pandora fez campanha para ele. "É de conhecimento público que integrantes do setor de transporte, incluindo trabalhadores da área, me apoiaram em diversos momentos. É importante lembrar que todo cidadão é livre para manifestar apoio a quem quer que seja", respondeu o vereador.

Perguntado sobre as mensagens trocadas entre assistentes parlamentares de seu gabinete e dirigentes da Transwolff, em fevereiro de 2017 e em fevereiro de 2021, o vereador disse não ter informações.

A reportagem questionou o serviço que um capitão da PM integrante da assessoria policial-militar da Câmara teria prestado à Transwolff. O presidente da Casa também disse não ter informações.

Continua após a publicidade

A reportagem também questionou a menção à construtora Neumax, que pertence a Leite, num relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) sobre movimentações de Pandora em dinheiro vivo. Leite afirma que "nunca houve nenhuma movimentação em dinheiro entre a minha empresa e essa pessoa, tratando-se de informação errada".

"Como foi noticiado pela própria imprensa, fui arrolado como testemunha neste caso e sequer ainda fui convocado para ser ouvido. Lembro que, por minha livre e espontânea iniciativa, eu já havia aberto meus dados fiscais e bancários ao Ministério Público de São Paulo e após extensa investigação nada foi encontrado. Meus dados bancários são um só e o próprio Ministério Público já os analisou exaustivamente, não havendo nada de novo que possa ser novamente investigado ou levantado pela imprensa. De toda forma, novamente coloco meus dados à disposição do Ministério Público. Após 28 anos de vida pública, não tenho uma única condenação na Justiça", concluiu.

Deixe seu comentário

Só para assinantes