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Tragédia acirra disputa familiar por controle no Colégio Bandeirantes

Um grupo formado por três acionistas do Colégio Bandeirantes solicitou formalmente o afastamento de Mauro Salles Aguiar de qualquer atividade administrativa ou de consultoria na escola.

Ele foi diretor-presidente da escola até 2023 e hoje é consultor do núcleo de estratégia e inovação - também detém 24% do capital da empresa.

A administração do colégio negou o pedido contra Mauro.

Procurada pela reportagem, a direção do Bandeirantes não quis comentar o caso. Mauro, por sua vez, não respondeu ao pedido de entrevista.

A solicitação dos acionistas foi feita na sequência à fala do consultor no Conselho de Educação de São Paulo, em 14 de agosto, dois dias após o suicídio de um estudante da escola, de 14 anos, que era bolsista.

Na ocasião, conforme revelou o UOL, o consultor criticou a "agressividade" dos bolsistas e afirmou que "escola não é clínica de psicologia".

"Ele causa mais mal do que bem à escola", disse ao UOL Luiz Álvaro Salles Aguiar de Menezes, um dos acionistas que pediu o afastamento de Mauro Aguiar.

Em família

O episódio expõe uma crise familiar, além de empresarial.

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Luiz Álvaro, que junto com outros dois acionistas detém 24% das ações, é sobrinho de Mauro.

Fazem parte da administração do colégio Helena Aguiar, que é prima de Luiz e sobrinha de Mauro, e Eduardo Tambor, que não é da família.

Na resposta em que negou o pedido de afastamento, a direção argumentou que "os interesses do grupo Band devem prevalecer sobre interesses individuais".

Helena e a tia, Vera Aguiar (prima de Mauro), controlam a holding que detém 49% das ações do Bandeirantes.

'Má conduta'

Segundo Luiz Menezes, Mauro Aguiar tem "postura tradicionalmente agressiva".

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"O posicionamento dele não é adequado e promove antagonismos", disse Luiz Menezes. "Queremos possibilitar o melhor acolhimento possível a toda comunidade do Bandeirantes frente a um acontecimento tão triste".

Luiz Menezes afirma que irá refazer o pedido, com mais "embasamento", apresentando situações do passado em que Mauro Aguiar agiu de modo parecido.

Segundo o acionista, Mauro Aguiar exerce influência na escola também por ser casado com a diretora de convivência, Estela Zanini.

Além disso, Luiz Menezes afirma que a "frequente má conduta" do tio causa prejuízo à imagem do colégio.

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