Tragédia acirra disputa familiar por controle no Colégio Bandeirantes
Um grupo formado por três acionistas do Colégio Bandeirantes solicitou formalmente o afastamento de Mauro Salles Aguiar de qualquer atividade administrativa ou de consultoria na escola.
Ele foi diretor-presidente da escola até 2023 e hoje é consultor do núcleo de estratégia e inovação e detentor de parte do capital da empresa.
A administração do colégio negou o pedido contra Mauro.
Procurada pela reportagem, a direção do Bandeirantes não quis comentar o caso. Mauro, por sua vez, não respondeu ao pedido de entrevista.
A solicitação dos acionistas foi feita na sequência à fala do consultor no Conselho de Educação de São Paulo, em 14 de agosto, dois dias após o suicídio de um estudante da escola, de 14 anos, que era bolsista.
Na ocasião, conforme revelou o UOL, o consultor criticou a "agressividade" dos bolsistas e afirmou que "escola não é clínica de psicologia".
"Ele causa mais mal do que bem à escola", disse ao UOL Luiz Álvaro Salles Aguiar de Menezes, um dos acionistas que pediu o afastamento de Mauro Aguiar.
Em família
O episódio expõe uma crise familiar, além de empresarial. Luiz Álvaro é sobrinho de Mauro.
Fazem parte da administração do colégio Helena Aguiar, que é prima de Luiz e sobrinha de Mauro, e Eduardo Tambor, que não é da família.
Na resposta em que negou o pedido de afastamento, a direção argumentou que "os interesses do grupo Band devem prevalecer sobre interesses individuais".
Helena e a tia, Vera Aguiar (prima de Mauro), controlam uma holding que também detém ações do Bandeirantes.
'Má conduta'
Segundo Luiz Menezes, Mauro Aguiar tem "postura tradicionalmente agressiva".
"O posicionamento dele não é adequado e promove antagonismos", disse Luiz Menezes. "Queremos possibilitar o melhor acolhimento possível a toda comunidade do Bandeirantes frente a um acontecimento tão triste".
Luiz Menezes afirma que irá refazer o pedido, com mais "embasamento", apresentando situações do passado em que Mauro Aguiar agiu de modo parecido.
Segundo o acionista, Mauro Aguiar exerce influência na escola também por ser casado com a diretora de convivência, Estela Zanini.
Além disso, Luiz Menezes afirma que a "frequente má conduta" do tio causa prejuízo à imagem do colégio.
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