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Cid buscou ajuda de assessor de Dias Toffoli diante de risco de prisão

Após ter visto notícias na imprensa sobre o risco de ser preso pela Polícia Federal, o tenente-coronel Mauro Cid buscou ajuda de um assessor de Dias Toffoli, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).

A conversa, mantida sob sigilo até hoje, estava no telefone celular de Cid, apreendido pela PF em maio de 2023.

O UOL teve acesso exclusivo à íntegra do conteúdo do celular de Cid. São mais de 20 mil arquivos e, apenas no WhatsApp, 158 mil mensagens.

O interlocutor que Cid buscou no STF foi Sérgio Braune. Ele ocupou a chefia de gabinete da Presidência do Supremo entre 2018 e 2020, período em que Toffoli comandou a corte.

Nessa época, Toffoli manteve boa relação com o então presidente, Jair Bolsonaro (PL).

Atualmente, Braune é assessor no gabinete do ministro.

No único diálogo entre eles que constava no aparelho celular, Braune faz manifestações de solidariedade a Cid e diz que marcaria uma reunião do tenente-coronel com o ministro para falar sobre o assunto.

Também afirma que poderia indicar um advogado ao tenente-coronel. Como não há registros de outras conversas, não é possível saber se essas duas promessas foram levadas adiante.

Em 1º de janeiro de 2023, Cid envia a Braune uma nota publicada na imprensa, apontando o risco de ser preso.

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O assessor de Toffoli responde: "Não acredito. Não tem sentido".

O próprio tenente-coronel explica a Braune que já respondia a seis inquéritos em tramitação no STF e havia sido indiciado em dois deles. Os casos estavam sob relatoria do ministro do STF Alexandre de Moraes.

"Absurdo! Tudo vai se resolver", respondeu o assessor. Depois ele afirma que transmitiria as informações ao seu chefe: "Vou passar sua preocupação para o meu 01".

Em seguida, Mauro Cid faz críticas à investigação, dizendo que não havia elementos contra ele e que estava sendo usado para chegarem a Bolsonaro.

Após o relato, Braune diz a ele: "Ridículo isso! No término do recesso do Judiciário, vou agendar uma audiência com o ministro pra vc. Vou falar com uns amigos advogados de peso sobre isso. Acho que os Caputo Bastos podem ajudar".

A grafia da mensagem foi mantida.

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Cid agradece e diz que as investigações contra ele têm apenas motivação política.

Procurado pelo UOL, Braune afirmou, por meio da assessoria do STF, que não indicou advogado a Mauro Cid e nunca conversou com o ministro Dias Toffoli sobre a situação do tenente-coronel.

Ele ainda afirma ainda que audiência de Cid com o ministro nunca ocorreu.

Leia o diálogo abaixo:

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Imagem: Arte/UOL
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