Inteligência artificial promete prevenir crimes, mas fracassa
Em 2010, a polícia de Los Angeles (Califórnia) foi a primeira a usar dados e tecnologia para prevenir crimes. Nove anos depois, diversas delegacias nos Estados Unidos estão desistindo do PredPol, software de prevenção de crimes, alegando que a tecnologia não funciona.
É o caso da polícia de Palo Alto, na Califórnia, região onde ficam as principais empresas de tecnologia dos Estados Unidos. Após usar o sistema por três anos, concluiu que não foi eficiente. "Não conseguimos tirar nenhum valor. Não nos ajudou a resolver crimes", comentou Janine De la Vega, porta-voz da polícia local, ao jornal "Los Angeles Times".
Em Mountain View, também na Califórnia, a polícia gastou mais de US$ 60 mil com sistemas de inteligência artificial para prevenir crimes entre 2013 e 2018. E também se decepcionou. "Nós testamos o software e eventualmente assinamos o serviço por alguns anos, mas ultimamente os resultados têm sido mistos e descontinuamos o serviço em junho de 2018", disse Katie Nelson, porta-voz da polícia local.
Em Rio Rancho, no Novo México, o sistema também não funcionou. "Nunca fez muito sentido para nós. Não falava nada que não soubéssemos", disse Andre Rodriguez, capitão da polícia local.
Uma audição interna da polícia de Los Angeles concluiu que não haviam dados suficientes para dizer que o PredPol era eficiente na redução do crime.
No momento, apenas 60 delegacias de 18 mil nos EUA utilizam o sistema.
Repleto de polêmicas, sistema não mostra benefícios claros
O PredPol foi desenvolvido na Universidade da Califórnia em parceria com a polícia de Los Angeles. O software utiliza dados dos últimos dez anos para tentar prever onde há mais chances de acontecer crimes. Com isso, policiais são enviados às regiões para evitar possíveis delitos.
Recentemente, a polícia passou a publicar os mapas do software online e avisar onde estaria - o que ajuda o potencial criminoso saber onde evitar tais locais.
O sistema tem sido criticado por acusar bairros pobres e habitados principalmente por negros e latinos como mais propensos a crimes. No entanto, o sistema rastreia apenas endereços e ignora informações sobre os indivíduos. "É tudo sobre estar no lugar certo na hora certa. Não estamos violando nenhuma regra ou lei", diz Denise Vasquez, oficial principal da polícia de Los Angeles.
Em abril deste ano, a polícia de Los Angeles desistiu de uma versão mais polêmica do PredPol que tentava identificar os indivíduos com mais probabilidade cometer crimes. O software também foi acusado de racismo ao acusar pessoas negras e latinas como mais propensas a estarem fora da lei.
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